Manhã do dia 19 de Novembro de 2008, faz frio lá fora, a chuva bate na janela como se quisesse entrar
Manhã do dia 19 de Novembro de 2008, faz frio lá fora, a chuva bate na janela como se quisesse entrar. Ela está sentada na cama a contemplar a chuva a cair pinga a pinga sobre o parapeito da janela, nada a irá distrair pois está a sonhar, qualquer pessoa o notaria, os seus olhos grandes e expressivos ganham proporções enormes e brilham como a lua numa noite de lua cheia. O seu sorriso inocente faz com que a chuva a contemple do outro lado da janela e escorregue até ao parapeito suavemente sem fazer barulho. De repente os seus olhos escurecem e o seu coração começa a bater descontroladamente sem ritmo consecutivo, de forma desordenada.
Uma sombra intimidava a porta, mas era uma sombra tão calma e serena que tinha tanta certeza da razão pela qual estava ali. Os olhos dela cravaram-se nos olhos gélicos que a contemplavam, estremeceu ao sentir a sua mente a ser invadida por aquele homem, mas rapidamente se sentiu confortável quando o seu corpo foi entrelaçado por aqueles braços que lhe trasmitiam tanto amor, sussurrando-lhe ao ouvido prosseguiu: Beyond these people, beyond this noise, beyond night and day, beyond heaven and hell.
Beyond you and me. Just let it be, just take my hand and come with me,
come with me…
Ela estremeceu, sentia a sua voz a percorrer-lhe a alma e o corpo, como uma energia inesgotável que a preenchia de carinho e amor. Na sua voz detectou um tom de despedida e alarmada virou-se para ele e jurou que viu uma lágrima, que rapidamente susteu ao fechar os olhos: Que se passa? – Nada, apenas vou partir… e não poderás ir comigo.
Antes de poder reagir ele agarrou-a com força e entregou-lhe o melhor beijo que ela jamais tinha provado, um beijo apaixonado e caloroso que a deixou levar, o que a fez distrair do que ele estava prestes a fazer. Com o amor que lhe entregava, entregava também um sono profundo que ela notou logo que os seus lábios se descolaram dos dele, caiu sobre a cama e os seus cabelos taparam-lhe os olhos, os quais ele afastou e guardou na memória para os recordar mais tarde durante a sua longa viagem.
Ele ia partir, e simplesmente não queria que ela o seguisse, então destinou-a a um sono profundo ao qual iria acordar quando Jack chegasse. Ele sabia que ela ficaria bem entregue aos cuidados do dragão. Assim, deixou Victoria cair naquele sono profundo e partiu. Kirtash partiu.
