Apenas Palavras
Por Mili Black
Cabelos negros como a noite, pele branca como as nuvens de um céu claro, olhos escuros como o nada. A expressão de indiferença sempre pairava em seus traços perfeitos. Possuidor de um porte elegante, imponente.
Esse era Kuchiki Byakuya.
Homem frio, responsável, distante. Porém digno. Ele era um homem extremamente justo e que, cumpria com suas promessas.
Não importa qual promessa fosse, ele sempre a cumpria, mesmo que precisasse morrer por isso. Mesmo que precisasse matar por isso – o que fazia dele um homem não tão digno assim.
Mas ele era apenas um homem.
Um homem que cumpria com seus deveres. E que não gostava de falar.
Palavras sempre lhe foram desnecessárias, pois ele simplesmente agia. Não por impulsividade, jamais. Apenas pensava as palavras que ele nunca procurou dizer, e agia calculadamente.
Palavras lhe eram inúteis para serem ditas.
Era apenas um monte de letras, que se juntava em sílabas, que daí formava-se uma palavra, onde se achava o significado delas facilmente num dicionário.
Eram palavras vazias.
E ele era intenso.
Aparentemente indiferente, mas intenso.
Porém, sua intensidade estava escondida sempre por sua responsabilidade. Responsabilidade essa, causada por uma promessa. Promessa essa, por causa de seu senso de justiça.
Que ele poderia ter facilmente evitado usando palavras intensas.
As tais palavras, que aparentemente não adiantavam de nada.
E então, por causa de um cara estranho de cabelo laranja, ele conseguiu mostrar sua intensidade. Conseguiu salvar uma de suas promessas. E conseguiu usar as palavras.
Palavras intensas.
Palavras com um quê de promessa.
Palavras que não era apenas palavras.
"Eu te amo"
E ele começou a gostar de falar essas palavras, pondo-se a procurar no fundo de sua alma – ou em todas as páginas do dicionário –, sinônimos para essas três palavras.
Que significavam tanto. Que traduziam sua intensidade. A intensidade que sentia por ela. Que o fizera prometer mais uma vez.
Prometer cuidar dela.
Só que, algum tempo depois de descobrir o prazer em pronunciar essas palavras – e o prazer de ver as bochechas dela corarem ao escutá-las –, se equilibrava com o prazer que sentia em tocá-la.
E nas palavras que ela lhe dizia enquanto isso – e vice versa.
Mas palavras continuaram sendo apenas palavras.
Menos as palavras que ele dizia para ela.
N/A: Vou admitir que gostei do que fiz. Primeira oneshot – ou seria drabble?- do Byakuya com alguém que acho que vocês sabem que é.
Entenderam? Se sim, comentem. Fazer isso não dói.
Mili Black.
