Sinopse: Um cara de Las Vegas aparece morto nas areais do "Monte Saint Michel" na França. Pela primeira vez, grissom vai poder estar com Sara, fora dos olhares dos demais csi's.
A/N: os personagens de csi não me pertencem. Porém os demais pertencem a mim e a minha colega de escrita, a Cleide. . Espero que gostem
Sara havia acabado de terminar seu café.
Colocou os pratos na máquina para lavar, guardou as coisas de geladeira e sentou no sofá, com os pés sobre a mesa de centro. A jovem não parecia nada disposta a ir trabalhar, o que não ocorria com freqüência. Ela pegou um livro que estava sobre a mesinha ao lado do sofá e começou a folheá-lo calmamente. "Talvez isso seja interessante" pensou ela.
A campainha tocou. Ela olhou para a porta com a cara de quem não queria que ninguém aparecesse naquele momento. Pensou que poderia ser o síndico, o que seria pior, pois ela estava devendo parte do aluguel.
Quando a campainha tocou pela terceira vez, ela se levantou, colocou o livro sobre a mesa e foi abrir.
"O que está fazendo aqui?"
"Posso entrar?"
"Claro. Mas para você deixar o laboratório e vir até aqui, alguma coisa deve estar errada"
"Não posso vir vê-la?" Perguntou Grissom.
"Poder, você pode. Gostaria de beber alguma coisa?"
"Uma água, por gentileza".
Sara foi até a prateleira, pegou um copo e encheu com água do filtro e água gelada (misturada ela ficava melhor).
"Ia ao menos avisar seu chefe sobre viajar?" perguntou ele, apontando para o guia de viagens em cima da mesa.
"Quando eu estivesse certa, claro. Você veio aqui para saber porque não tenho ido trabalhar e mais ainda, porque eu não te avisei..."
"Não é de seu feitio não ir trabalhar. Digamos que eu fiquei preocupado".
"Deve ter ficado muito, para se dar ao trabalho de vir até aqui". – falou Sara.
"Sara, porque você está falando assim? O que está acontecendo?"
"Desculpe. Tenho andado sem paciência ultimamente".
"E por isso não foi ao laboratório? Para não brigar com os demais..."
Sara acena. Grissom levanta a sobrancelha e os dois se encaram.
"Olha, eu sei que tem dias que estamos assim, eu também tenho, mas não podemos simplesmente deixar de lado as outras coisas".
Sara ia responder, mas ele se adianta:
"Da próxima vez, me avise. Assim lhe passo um serviço simples".
Grissom sorriu e depois foi embora. Sara ficou boba: por que ele fizera tudo aquilo?! Desde quando ele deixa seus subordinados faltarem, e ainda diz que daria trabalho leve?! Ela sentou-se novamente no sofá e pensou numa outra possibilidade - remota, mas que podia ser verdade – ele sentira falta de estar com ela por perto! Ela deu uma risada contente - Às vezes era gostoso sonhar - e voltou a folhear o guia de viagens da França.
Quando Grissom voltou ao laboratório encontrou com Catherine no corredor. A moça não o tinha visto sair, e por isso, arregalou os olhos. Antes que ela perguntasse onde fora, Grissom perguntou se havia algum recado.
"Na verdade há. Ecklie quer vê-lo na sala dele".
"Tem idéia do motivo?"
"Não, mas ele pediu que lhe avisasse assim que o encontrasse".
"Ok. Obrigado".
Catherine não conseguiu se controlar:
"Onde você foi?!"
Grissom fingiu que não escutou e continuou andando. A pior parte do trabalho, para ele, era falar com Ecklie. Todo mundo do laboratório sabia o quanto os dois não se gostavam, nem um pouco na verdade... Mas o profissionalismo tinha que vir antes.
Ele chegou na frente da sala, parou, relutando em bater na porta, mas de repente ela se abriu. O chefe o viu se aproximar e pediu rapidamente que ele entrasse.
"Você chamou?" Falou Grissom
"Sim. Tenho algo importante para falar".
"Certo. Estou ouvindo".
"O assunto é o seguinte: em certas ocasiões, os laboratórios se unem para resolver um caso em comum".
"Sim, eu sei".
Ecklie o encara, não gostando nada, da interrupção.
"Nós estamos devendo um 'favorzinho' à Interpol. E nós vamos pagá-lo agora. Vou enviar você e mais uma pessoa (a sua escolha) para ir a Paris para ajudar numa investigação importante".
"O que nós temos a ver com Paris?!"
"Ocorreu um crime por lá, e eles estão com dificuldade de solucioná-lo sozinhos. Por isso, o chefe da Interpol me ligou e pediu se eu não poderia mandar alguns dos meus homens para lá, para ajudar".
"Não poderia ser de um laboratório mais perto?!"
"Eles escolheram a gente, e eu escolhi você para ir! Sugiro que escolha um bom CSI para ir com você... Quem sabe Catherine... Mas que seja rápido porque os dois partem amanhã".
"Certo. Eu vou escolher alguém".
"Sobre o laboratório... Ele escolheu um dos melhores! E vai continuar sendo". Afirmou Ecklie.
"Mais alguma coisa que eu devo saber?" Questionou Grissom.
"Não. Acho que o resto você será devidamente informado, em Paris".
No caminho de volta para sua sala, Grissom foi pensando: ir a paris seria algo realmente bom, pois trabalhariam em outros ares, com gente competente, em um lugar muito lindo, e podendo levar: Sara!
Só havia agido daquela forma, com Ecklie, para irritá-lo. E levar Catherine?! Ela pode ser muito boa, inteligente, simpática... mas sabia que não iria aproveitar tanto assim a viagem. E quem melhor que ela para tomar conta das coisas, em Vegas?!
Warrick passava pelo corredor, naquele momento, e sem querer trombou com o chefe. Pediu desculpas pela distração e Grissom disse que estava tudo bem. Aproveitou também, para pedir ao companheiro que chamasse todos para uma rápida reunião. (Impressionante como Grissom sempre pedia a outra pessoa para chamar os demais CSI's. Provavelmente ele não queria se dar ao trabalho de correr atrás deles).
Desta vez todos se encontraram na sala de Grissom, onde ocorria essas reuniões ditas "rápidas". Em pouco tempo, a sala ficou cheia.
"Preciso avisar que vou me ausentar por alguns dias. Ainda não sei quantos, mas não serão poucos. E Sara também".
" Por que?" Questionou Catherine. "E o que Sara tem a ver com isso?!"
"Vamos trabalhar em um caso".
"Mas onde?" Perguntou Nick curioso.
"Paris" respondeu Grissom, secamente.
"Paris?!" Exclamou Greg. "Vocês vão para Paris?!"
"Por que Sara?" questionou Nick.
"Por que ele levaria você?" Questionou Warrick.
"Não sei, por que não?" Falou Nick.
"E então Grissom, poderia nos explicar o motivo da sua ida, e da sua escolha também?" Falou Catherine tentando não alterar o tom de voz, como os demais estavam fazendo.
"Não sei muita coisa sobre o caso, ainda. Mas eu posso ver que alguns de vocês estão atarefados (Nick e Greg olham para as pastas que estavam carregando e as escondem atrás do corpo. Grissom acha graça). E Catherine, você é a pessoa mais indicada para comandar as coisas por aqui. Você é meu braço direito, aqui dentro".
"Fico lisonjeada por ouvir isso, mas mesmo assim... E quanto a Warrick?" Perguntou Catherine.
"Acho que sua mulher não iria ficar tão satisfeita, com isso". respondeu Grissom, sem nem pensar.
"Qualquer um de nós gostaria de ir com você!" Falou Nick.
"Eu não chamei vocês para discutir sobre quem vai. E sim para informá-los. Agora, que já o fiz, podem voltar a seus afazeres"
"Você disse a ela? E se ela não quiser ir com você?" Perguntou Catherine, depois que os demais saíram, nervosos.
"Ela não negaria! "
"Como tem tanta certeza disso?!"
"Porque eu sei, que ela quer muito ir para França" Pensou ele em silêncio.
"Eu simplesmente sei". Respondeu.
Catherine se deu por satisfeita. Grissom pediu que a moça, por gentileza, fechasse a porta ao sair, e assim ela fez. Ele em seguida pegou o telefone e ligou para Sara.
"Oi. Sou eu".
"Como está Grissom?"
"Bem. Estou ligando para dizer que você não vai precisar mais, ficar indecisa em relação à viagem à França".
"Por que você diz isso?! E quem disse que eu estava indecisa?" Perguntou Sara.
"Nós vamos a Paris amanhã".
"Como!?"
"Nos encontraremos no aeroporto às dezesseis horas". Falou Grissom convicto. "Seu passaporte está no prazo, não é?"
"Sim, está. Mas por que nós vamos?"
"Mais de um motivo. E eu te falo no aeroporto. Até amanhã".
Grissom desligou o telefone todo sorridente. Do outro lado, Sara estava parada, imóvel, tentando assimilar tudo o que o chefe havia falado - Foi tudo muito rápido, e totalmente, sem explicação.
Depois de se acalmar, Sara achou que era melhor arrumar as malas. Mas por quanto tempo eles ficariam na França? Que tipo de coisas eles iriam fazer por lá:Trabalho? Sair?... Ele teria arranjado um jeito de transformar o sonho dela em realidade, assim tão rápido, ou seria apenas uma coincidência que um caso importante teria que ser desvendado, exatamente lá?
"Vê se acorda Sara" falou ela. "Ele só pode ter te chamado por causa de um caso!"
E, pensando coisas desencontradas, oscilando entre os picos do entusiasmo e os abismos da desolação, ela ia colocando na mala, alternadamente, roupas confortáveis de trabalho, roupas elegantes, inclusive, um lindo longo preto que ela ainda não usara. Após muita hesitação colocou um vidro de perfume, também sem ter sido aberto e, fechou a mala, antes que se arrependesse.
No dia seguinte, às quatro e dois, chegava ao aeroporto. Logo avistara Grissom, que após um aceno de reconhecimento, vinha pressuroso, em sua direção.
"Ainda temos tempo, pois vamos tomar um vôo para Nova York às dezoito horas e de lá pegaremos o vôo noturno, pra Paris. Estou com as passagens aqui."
"Está bem, então. Vamos tomar um café, antes que você tenha um ataque cardíaco! Nossa, Grissom... parece que nunca viajou de avião antes!" falou Sara, disfarçando o próprio excitamento.
"Nunca fui a Paris" ia acrescentar "ainda mais, com você!", mas a prudência e o hábito fizeram com que se calasse.
"Acho que você me deve algumas explicações"
Ele contou o que tinha conversado com Ecklie e o pouco que sabia até agora.
Quando era hora de embarcarem, Grissom colocou uma valise de mão no chão - onde ele levava poucos objetos pessoais, e alguns instrumentos de trabalho - E vestiu a jaqueta de camurça, que trazia sobre os ombros.
Pegou a maleta do chão e, enquanto se dirigia ao avião, colocou um braço sobre o ombro de Sara,que chegou a corar.
Depois que já havia se acomodado na poltrona, e o avião decolara, Sara voltou a sentir um Grissom indiferente, que lia atentamente, um livro de criminalística forense bem ao seu lado. Ela então, pôs os fones de ouvido e tratou de assistir um filme, apenas para se distrair. No jantar, falaram pouco, sobre trabalho, principalmente.
Sara estava desconsertada, Não sabia o que pensar. Grissom ora era amável e gentil, ora a ignorava por completo. Já devia estar acostumada, afinal eram anos desse irritante bolero: dois pra lá, dois pra cá. Sentia-se incrivelmente cansada. Lembrou-se que era dessa situação que queria se livrar, quando estudava aqueles prospectos de viagem em casa..
Sem turbulências, a aeronave pousou em Nova York. Grissom pediu o passaporte de Sara, colocou-o no bolso da jaqueta, e depois de acomodar Sara num assento do aeroporto, foi pedir informações num balcão da American Airlines.
Enquanto gesticulava com as passagens numa mão, Sara se perguntava se essa viagem traria algo de bom, ou seria mais uma frustração, que ela teria de engolir. Não teria sido precipitada ao dizer "sim" a uma viagem, que tanto podia ser um sonho, quanto um pesadelo? Estava entregue a seus pensamentos, quando Grissom vem informá-la:
"Embarcaremos no portão dezoito, em vinte minutos. Chegaremos em Paris, por volta de nove horas da manhã".
"Ok!" disse ela, já se encaminhando para o portão dezoito.
No avião, Grissom dormia a sono solto. Depois de verificar mais uma vez se Grissom estava bem acomodado, Sara constatou que só podia mesmo dormitar, pois sua personalidade, não combinava com um sono completo e restaurador. Ficou a noite toda dormindo e acordando, o que explicava seu mau-humor matutino! Grissom, ao contrário, acordara com excelente humor e totalmente revigorado.
TBC
