Starling City era conhecida por suas famílias poderosas, por seu clima sempre instável e tempo nublado. Também ficou conhecida mundialmente depois que dois membros da família mais poderosa da cidade morreram num acidente de barco há mais de cinco anos. Pai e filho, deixando uma companhia bilionária a deriva e mulheres chorosas. Uma perda lastimável,que a cidade levou anos para superar, assim como a família atingida. E quando todos já estavam bem e conformados com a tragédia, eis que surge uma surpresa. Um deles sobreviveu. Cinco anos sozinho em uma ilha deserta, sem água, luz ou qualquer tipo de ajuda. Um milagre.

E quando o filho, Oliver Queen retornou à civilização, já não era o mesmo. Os cinco anos isolado e completamente sozinho o modificou de um modo que ninguém nunca entenderia. Não era o mesmo playboy que só era se divertir com mulheres e festas. Não era mais o filho da mamãe que sempre corria pra ela quando algo estava errado. Não era mais o mesmo irresponsável que era quando partiu. Não era mais Oliver Queen, ele era algo mais. Mas isso ninguém poderia saber nunca. Seria seu segredo mais obscuro, seu maior tormento.

Mesmo em meio a festa que todos faziam para ele, uma pessoa não havia comprado sua falsa alegria. Speedy. Era como Oliver chamava a irmã mais nova. A única mulher que ele jurou que protegeria de tudo na vida.

Thea Queen podia ser jovem, mas era mais esperta que toda sua família. E a encenação de seu irmão não a convencia em nada. Ele estava estranho desde que voltará a vida deles, e algo lhe dizia que não era uma simples falta de jeito com a adaptação. Era algo sério. E ela descobriria. De um jeito ou de outro. E ela descobriu, um porão de um armazém abandonado no nome de Robert Queen, seu pai, onde seu irmão guardava alguns segredinhos bem interessantes. Seu irmão era o tal Vigilante que toda cidade estava comentando. Oliver não queria que ninguém soubesse de seu segredo, menos ainda sua irmã, sua pequena Speedy. E depois de uma discussão muito séria entre irmãos, Thea decidiu perdoar o irmão pela mentira com uma condição. Que ela ajudasse o irmão no combate ao crime. Logicamente a resposta foi um não bem grande e alto. Mas ela era uma Queen,e ninguém a parava quando ela queria algo.

Então depois de encontrar a irmã na Cave por várias vezes seguidas, e receber ajuda, não solicitada, dela pelos comunicadores, Oliver teve que admitir que ter alguém que os guiasse nas buscas não era tão ruim, e na verdade era bem necessário. E assim Thea Queen entrou para o time. E assim conheceu Roy. E assim Oliver quis matar o Arsenal pela primeira vez. Mas essa eu conto depois.

John Diggle, foi o primeiro parceiro do Vigilante, Roy - codinome: Arsenal - o segundo, Thea a terceira.

P.O.V OLIVER

'Ollie eles se separaram cada um foi por uma rua.' A voz da Thea está preocupada.

- Qual deles está com o dispositivo?_Perguntou desacelerando a moto para dar tempo de escolher um lado.

'Desculpa Ollie não faço a menor idéia. Eles me confundiram.'_Ela parece a ponto de chorar.

- Tudo bem Speedy, eu vou seguir o da direita, mande o Arsenal atrás do da esquerda._Desliguei o comunicador e virei para direita. Para minha sorte, segui o cara certo, que estava com o dispositivo. Ele seguiu até uma rua sem saída claramente perdido. Ele até tentou uma luta corpo a corpo comigo, mas que não estava com paciência para brincar hoje. - Jason Miller, você falhou com essa cidade._Falei com a voz modificada pelo emulador de voz, e com ele na mira do meu arco.

A parte mais chata desse trabalho era a polícia. Eles não reclamavam quando eu deixava um criminoso na porta da delegacia, mas insistiam em me julgar e tentar me prender. Não vou mentir para mim mesmo, matei pessoas, desnecessariamente, dependendo do ponto de vista. Mas desde que minha irmã se juntou a causa, eu nunca mais tirei nenhuma vida, e prometi a ela que nunca mais o faria. E eu sou muito bom com promessas. Thea era a única coisa que me mantinha calmo, saber que ela não me condenava por meus atos passados era um alívio, e saber também que ela estava em segurança ao meu alcance caso necessitasse de ajudar, era muito tranquilizador.

Quando voltei a cave John e estavam lá conversando animados com Thea. Os três me olharam inquisitivos.

- Jason Miller não será mais um problema nosso._Sentenciei puxando o capuz da cabeça e retirando a máscara.

- Ótimo! Ele já estava dando dor de cabeça._John falou me encarando.

- Ao que parece o restante da noite será tranquila, então se os cavalheiros me dão licença, tenho uma boate para gerenciar._Thea disse recolhendo suas coisas de cima da mesa improvisada onde ficava o computador e se dirigiu até mim. - A noite está bem agitada lá em cima, você podia se divertir um pouquinho também.

- Obrigado, mas eu passo. Se a noite está tranquila na cidade, eu vou aproveitar e descansar. Essa missão realmente me causou._E não era mentira.

- Está bem, mas se mudar de idéia, eu conheço uma pessoa que conhece outra pessoa que facilitaria sua entrada na boate._Ela sorriu, aquele sorriso de sempre, que me fazia lembrar como minha vida era perfeita a anos atrás.

- Já que não teremos mais missões hoje, vou para casa descansar também. Lyla está estranha ultimamente, e só pode ser coisa da A.R.G.U.S._A.R.G.U.S, esse era outro assunto que eu tinha que resolver.

- Pode ficar tranquilo, se acontecer algo eu aviso vocês._Sentei na maca de metal que ficava no meio do porão.

- Então tá. Precisa de ajuda hoje Thea?_Roy perguntou a minha irmã, que só assentiu com uma sorriso. Eu conhecia aquele sorriso. Reparei que John também notou o clima entre os dois.

- Então é isso. Até amanhã John._Ela se despediu de John com uma aceno com a mão. E olhou pra mim. - Venho te dar um beijo de boa noite antes de ir embora.

- Qualquer problema, estou aqui embaixo._Eu ofereci minha ajuda.

- Eu sei._E me deu um beijo no rosto e saiu com Roy.

Depois de todo o inferno que eu havia passado, era bom ter um motivo para me sentir humano de novo.

- Ele é um bom garoto. Você sabe disso não é?_John saiu em defesa de Roy.

- Eu não estou falando o contrário. E sei que ela não poderia escolher alguém melhor._Eu garanti. - Mas ele não precisa saber disso.

- Acho que você ser o irmão mais velho dela, já deixa tudo claro para ele._John sorrio com seu pensamento.

É claro que eu sabia que apesar de aceitar Roy na equipe, treiná-lo e ensinar tudo o que eu poderia ensinar, Roy ainda tinha medo de mim. E dadas as circunstâncias, prefiro que continue assim.

- Acho que não vou precisar bancar o irmão mais velho protetor pra cima dele._Não quero que o garoto enfarte.

- Até amanhã Oliver. E não se esqueça da reunião na empresa._Ele me lembrou da reunião que teria com possíveis investidores.

- Nove horas. Estarei lá._O que me deixava com cinco horas de sono.

- Oito horas. E sem atrasos._Ele me corrigiu enquanto saia.

Quatro horas de sono. Preciso de férias.