Disclaimer: Saint Seiya pertence a Masami Kurumada e Toei, todos os direitos reservados. Fic sem fins lucrativos.

Sinopse: Os cavaleiros de ouro estão selados, alheios aos rumos da Guerra Santa. Contudo, os deuses ainda não se esqueceram deles. Como afastar os mortais da fé em sua deusa, senão pela carne? YAOI/LEMON GRUPAL COM OCORRÊNCIA DE TWINCEST E OOC. Fic em resposta ao Desafio Perva do grupo "Saint Seiya Ficwriters" - Facebook.


AVISOS IMPORTANTES:

- Esta fic contém lemon, ou seja, cenas de sexo entre homens. Aliás, sexo grupal (com núcleos threesome). Se não gosta de ler esse tipo de coisa, não leia.

- Esta fic contém linguagem imprópria.

- Esta fic contém threesome envolvendo twincest (ou seja, relacionamento sexual entre gêmeos – Saga e Kanon, duh!).

- Esta fic contém cenas de teor incestuoso entre deuses (pai e filho) – se bem que "incesto" entre deuses é a coisa mais comum que tem e é só um beijo, mas né... melhor avisar assim mesmo u.u''

- Esta fic não contém romance. É pura e simplesmente sexo. Se você se sente desconfortável com o erotismo dissociado de sentimento (há quem não goste, de boa), sugiro que se abstenha de ler, pois não o encontrará aqui.

- Os casais/trios/grupos aqui utilizados podem não corresponder aos casais mais "queridinhos" do fandom. Ou seja, você NÃO encontrará aqui Camus/Milo, Máscara da Morte/Afrodite, Mu/Shaka, entre outros ships "clássicos". Portanto, se você NÃO SUPORTA ver seu OTP separado, não leia. Não tolerarei mimimis xiitas de "Fulano pertence ao Beltrano, que fic ridícula!". Apenas cresça.

- Os personagens estarão OOC (out-of-character), ou seja, apresentarão um grau importante de descaracterização por conta do enredo. Acho um OOC plausível por conta dos acontecimentos que desencadearão a cena principal. Contudo, se mesmo sendo justificado você não tolera de forma alguma o OOC, é melhor não ler. Já aviso porque também não me acho obrigada a aturar comentários de "Fulano jamais agiria como um sexopata descontrolado!" tendo CONTEXTUALIZADO o motivo de ele agir desta forma na fic. Eu SEI que ele está OOC, obrigada pelo aviso inútil.


Notas iniciais: Será que depois de todos os avisos ainda tem gente lendo isto aqui? XD [apanha]

Este desafio foi concebido em "homenagem" ao Dia do Sexo (6/9, got it? [apanha]). Trata-se de um desafio para redigir uma fic de conteúdo erótico cuja temática não nos fosse familiar. Esta era uma outra fic que planejava postar para o desafio (já postei a yuri), mas por diversos motivos não a concluí a tempo. Mas tá valendo -q

Muitos avisos "tensos" lá em cima? Pois é. É que esta fic pode mexer com as suscetibilidades de alguns fãs mais xiitas e prefiro já deixar avisado. Quer bancar o flammer? Pois o faça, mas só vai se passar por analfabeto (a) funcional ao passar por cima de tantos avisos em destaque.

(Sinto que acabo de pintar um enorme alvo na cara depois desta fic, mas ok...)

Anyway, espero que apreciem... n.n''

Localização temporal/Contextualização: Logo após a Saga de Hades. As almas dos cavaleiros estão seladas em uma espécie de monumento, tal como mostrado em "Prólogo do Céu".


DIONISÍACO

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Ato I

Tédio divino.

A guerra entre seu irmão Hades e sua filha Atena havia se findado. Como os humanos eram tolos! Jamais conseguiria entender o motivo pelo qual desperdiçavam suas já pateticamente curtas existências confrontando um deus.

Ainda que em nome de uma deusa.

Apenas assistia, vagamente interessado, ao desenrolar de mais uma Guerra Santa. Desta vez haviam conseguido destruir o verdadeiro corpo de seu irmão, quem diria? Hades estava mesmo ferrado. Mais tarde poderia pensar em algum eventual substituto para comandar o mundo inferior. Mais tarde...

As gigantescas portas do Salão se abriram, dando passagem a uma bela e irada donzela. Os longos cabelos loiro-esverdeados se ondulavam ante o movimento firme, o vestido branco se agitando do mesmo modo, os olhos dourados faiscando (1).

A deusa da caça. A deusa associada à Lua.

Uma deusa furiosa.

- Ártemis – O tom cansado do deus dos deuses demonstrava que não estava de todo surpreso em vê-la.

- Meu pai – A voz de Ártemis, embora suave, era cortante – Acabo de selar as almas de guerreiros infiéis que se atreveram a erguer o punho contra os deuses e a destruir um monumento milenar. Exijo um castigo à altura da impiedade que foi cometida!

- "Exijo um castigo à altura da impiedade que foi cometida" – Uma voz masculina a arremedou. Um homem alto, musculoso, de longos e selvagens cabelos negros e olhos vermelho-sangue adentrou o Salão à frente de um grupo de deuses. Trajava uma armadura de guerra e sorria zombeteiro – Pode deixar comigo, você é frouxa demais pra pensar em algo à altura...

O deus que debochava, Ares, ergueu a própria espada.

- Meu pai, eu terei o maior prazer em me divertir com os guerreiros da minha patética irmãzinha. Só queria que devolvesse os corpos, não tem graça mutilar almas...

- Mas isso é grotesco! – Exclamou a deusa Afrodite.

Zeus se impacientou ao ver o outrora tranquilo Salão Olímpico se transformar em uma completa balbúrdia com a inesperada reunião. Cada deus dava sugestão para punir de forma "exemplar" a elite dos cavaleiros de Atena, ou então tomava partido da deusa da guerra estratégica, que estava obviamente ausente.

- BASTA! – Bradou o Senhor do Olimpo, e os outros deuses se calaram – Por mim que fiquem trancados por lá por toda a eternidade! Agora sumam daqui antes que eu acabe selando vocês também!

Ante a irritação do maior dos deuses, os outros se calaram e partiram. Antes de ir, Ártemis lhe lançou um último olhar de censura.

- Ganimedes! (2) – Zeus chamou o jovem, moderadamente mal-humorado – Traga-me néctar e talvez algo que possa me entreter.

Foi quando ouviu uma gargalhada jovial no recinto, chamando-lhe a atenção para o único deus que não havia se retirado às suas ordens.

- Dioniso... – O tom de Zeus era severo.

O deus do vinho se aproximou. Tinha longos e ondulados cabelos negros que lhe caíam pelos ombros, adornados por uma coroa de ramos de videira; o rosto corado, e seus fascinantes olhos negros tinham um fundo ligeiramente purpúreo. Apenas um manto de pele de leopardo cobria sua divina nudez. Trazia consigo um cálice de vinho em uma das mãos e, na outra, seu tirso enfeitado com folhagens e fitas (3).

- Dispense o rapaz no momento, meu pai. Trago-lhe aqui tanto uma excelente beberagem para lhe umedecer a boca e o senso... – Ergueu o cálice em sua mão – Quanto uma excelente sugestão de passatempo...

- Se veio sugerir uma punição aos mortais selados, perde o seu tempo. Não estou disposto a ouvir queixumes e chorumelas...

- Mas meu pai... não acha tedioso deixá-los ali, presos, sem que possam constituir uma diversão para nós? – Argumentou Dioniso, o sorriso luxuriante buscando amansar o deus dos raios – E, ao mesmo tempo... parece se esquecer do grande poder que os mortais encontram em sua fé.

- Que quer dizer? – A irritação de Zeus deu lugar a uma franca curiosidade.

- Tenho a dizer que os mortais buscam na fé a sua fortaleza, pois em essência são extremamente frágeis – Dioniso sorveu um pouco de seu vinho, displicente – E dessa característica afirmo que conheço bem, visto que por muito tempo caminhei entre eles.

- Afinal, o que está sugerindo?

- Apenas uma... distração. Não apenas a nós, mas também a eles... de forma que nem mesmo se lembrem da deusa de sua devoção. Garanto-lhe ser a forma mais prazerosa de tirá-los em definitivo do jogo, e poderá ser bastante interessante de se testemunhar...

Um ligeiro sorriso perpassou o semblante de Zeus. Acaso estaria compreendendo o que seu filho lhe dizia de forma correta?

Admitia que não estava muito interessado nos atritos de sua filha com os outros deuses, contanto que não o atingissem diretamente. Para ele, os humanos – e, até certo ponto, os deuses que lhe eram subordinados, mas isso ninguém precisava saber – eram meros joguetes divinos que serviam para adorá-lo, adulá-lo e entretê-lo – fosse por meio de suas guerras e dramas, fosse dando passagem dentro de seus corpos em suas "escapadas" à Terra. Uma vez que o grande teatro encenado por aquelas almas já havia terminado, pouco lhe importava o destino dos atores.

Contudo, um pouco de diversão não se dispensava facilmente, certo? E depois... sem dúvida, os cavaleiros derrotados eram belos espécimes masculinos...

- Soa-me... interessante, de fato. Talvez se tivesse enunciado uma ideia tão engenhosa antes, ter-me-ia poupado o dissabor de expulsar todos eles daqui...

- Creia-me, pai, poupei-lhe o dissabor maior ainda de ouvir os berros indignados de minha irmãzinha puritana – Referindo-se a Ártemis – Tolinha. Não se permite desfrutar das boas coisas da vida... apenas lhes permita ter de volta um corpo, que foi o mais próximo do inteligente que Ares se permitiu dizer.

Zeus finalmente emitiu uma gargalhada. Dioniso certamente sabia como convencer alguém quando queria.

- Pois bem, meu filho, ponha seu plano em prática. Entrego-lhe aquelas quatorze almas em suas mãos...

Dioniso não se fez de rogado e conjurou para si um trono bastante acolchoado, embora menor e mais simples que o do pai por uma questão de respeito. Serviu-lhe um cálice de vinho.

- Junte-se a nós, Ganimedes – Dioniso se dirigiu ao jovem que se aproximava – No momento não precisaremos de seu néctar, mas quero que cuide do vinho. Mantenha nossas taças sempre cheias, esta é uma pequena confraternização entre nós! Mas não se furte a desfrutar da vista, também...

O jovem servo se assentou aos pés do trono de Zeus, reverente.

Por meio de um grande globo cristalino, podiam visualizar em tempo real os quatorze guerreiros de Atena selados pelos deuses. Imersos em orações e preocupação para com sua deusa, não haviam sequer percebido que suas almas haviam se tornado um pouco mais corpóreas.

- Pois faça as honras, Dioniso...

O jovem se ergueu, o tom agora grave. Uma aura púrpura envolveu o corpo do deus do vinho, o fundo dos olhos brilhando na mesma cor. Dioniso ergueu seu tirso.

- Eu, Dioniso, deus do vinho, do êxtase, dos delírios... eu, que trago a fertilidade e a loucura, que nublo e inebrio os homens... tomo-os como meus servos e devotos, e a mim prestarão culto.

A aura púrpura confluiu para a extremidade do tirso, que foi apontada ao globo de cristal. Uma névoa em um tom vinho envolveu por um momento o globo, fazendo Ganimedes erguer uma sobrancelha sem entender e Zeus sorrir com malícia. Pouco depois, a névoa se dissipou, voltando a permitir a visão dos quatorze enclausurados.

Dioniso, por sua vez, retomou o tom leve de outrora, tornando a se sentar em seu trono e a sorver mais um pouco de vinho.

- Que a festa comece...

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Aquela prisão parecia tão reclusa que nem o próprio Tempo parecia lhe ter acesso.

Poderiam estar ali por algumas horas... talvez anos... talvez eras, e não teriam percebido nada.

Teria a Guerra Santa se findado àquela altura? Teria Atena vencido Hades? Teria a Humanidade sucumbido à sanha do deus do mundo inferior?

Não. Deveriam manter as esperanças. Haviam se sacrificado para permitir à deusa e aos cavaleiros de bronze uma derradeira chance naquela batalha, e de nada ajudava recear que seus esforços tivessem sido em vão. Tentavam mentalizar, orar, oferecer algum suporte que fosse – por mais inócuo que isso fosse, ao menos os ajudava a manterem o foco naquele lugar. A se lembrarem de que ainda eram, mesmo despojados de armadura e de um corpo físico, cavaleiros de Atena.

A iluminação era muito parca e difusa. Talvez houvesse alguma fonte de feixes de luz em um lugar muito alto. Podiam se ver – ou talvez estivessem apenas sentindo uns aos outros, visão da alma? – mas não muito mais do que isso.

Contudo... algo parecia estar mudando.

Era algo muito sutil. Como uma impressão elétrica que arrepia os pelos do corpo – que corpo? – antes de um raio. Aos poucos, suas mentes pareciam entrar em um estado de torpor, uma preguiça agradável que jamais haviam experimentado em suas vidas de guerreiros.

O negrume parecia se arrefecer ligeiramente, a mínima iluminação disponível tomando tons mais avermelhados. Havia um pequeno foco no centro do recinto, sua penumbra se espalhando suave e iluminando de forma um pouco mais concreta os corpos masculinos nus presos ali.

E aquele cheiro... era um aroma indistinto que aos poucos parecia se intensificar mais e mais.

- Sentem isso...? – Murmurou Shura, apreensivo.

- Vinho – Saga, que estivera sentado, ergueu-se – Definitivamente isso me lembra... vinho... mas o quê...?

A resposta era tão simples de se concluir, mas sua mente parecia completamente entregue a algo maior. Era como se estivesse sendo instruída a não pensar, a se deixar levar por uma onda que se aproximava no horizonte.

Afrodite de Peixes parecia ser o mais afetado por aquele estranho fenômeno. Por mais irônico que pudesse ser, tendo em vista sua resistência ao mortal veneno de suas rosas, seu olfato apurado parecia acolher em sua totalidade o aroma inebriante cada vez mais forte.

- Meu... corpo...

Seu corpo estremecia. Uma energia irresistível o convidava à languidez. A ceder (a quê?).

Excitação.

Sua mente, em um último lampejo de lucidez, dizia que não era o melhor momento para se sentir daquela forma, ainda mais diante de seus colegas. Contudo, uma voz mais forte parecia falar dentro de si.

"Está tudo bem..."

Sinto-me quente...

"Você sabe o que quer..."

Sinto-me... febril...

Afrodite caminhou lentamente até o centro da prisão, a fraca iluminação rubra incidindo sobre seu corpo nu. Estava ereto, mas isso não parecia surpreender e nem incomodar seus companheiros que o fitavam ao redor de si, imersos na penumbra avermelhada. Sentiu como se uma força irresistível o obrigasse a se deitar no chão.

"Você gosta de ser o centro das atenções..."

Eu mereço ser o centro das atenções...

Deslizou uma mão pelo peito nu, arrepiando-se todo. Viu alguns de seus companheiros morderem o lábio, todos de olhos fixos em sua perfeita figura.

Eles estão me vendo... isso me excita...

"Eles desejam você, Afrodite. Só aguardam um sinal de que são bem-vindos. Querem adorar o seu corpo em meu nome."

Estou ardendo...

"Toque-se. Toque-se para mim, toque-se para eles, toque-se para você mesmo."

Peixes levou uma mão ao próprio pênis, começando a se tocar com calma. Já havia se masturbado outras vezes, mas aquilo estava melhor do que nunca. Seus gemidos ecoavam livremente. Seus sentidos pareciam ainda mais aguçados, captando um suspiro de um de seus companheiros que assistiam à cena.

- Toquem-me...

Fechou os olhos, entregue, e não tardou em sentir outras mãos deslizando por seu corpo, rendidas. Algumas se uniam à mão que se masturbava, intensificando os movimentos. Seus lábios foram tomados de forma voraz por outro. Ainda sentia lábios e línguas deslizando por seu tronco, suas pernas, seus braços...

A proximidade entre os corpos era de tal forma inebriante que logo passavam a se tocar uns aos outros, os gestos lascivos se descentralizando e envolvendo finalmente todos os quatorze em uma atmosfera única e sensual.

Estavam todos rendidos.

CONTINUA...


(1) Acabei pegando a aparência de Ártemis de "Prólogo do Céu", mesmo. Quanto ao deus Ares, confesso que acabei imaginando a versão "Evil Saga" do mangá pra ele (mas não, eu não confundi o DEUS ARES ao "Arles" do anime, só pra constar).

(2) Ganimedes (ou Ganímedes) era um jovem príncipe troiano. Ao cuidar dos rebanhos de seu pai, foi visto por Zeus, que se encantou por sua beleza, tomou a forma de uma águia e o raptou (diz-se também que o tomou em pleno ar... vish!). Acabou substituindo Hebe no papel de servir néctar aos deuses. Também é considerado o "aguadeiro", vertendo água para os mortais ("deus da chuva"? Em algumas fontes ele é referido assim) para ajudar as pessoas na Terra.

Por sinal, este é o mito que deu origem à constelação de Aquário – Ganimedes é o homem com a ânfora vertendo água dos céus. De onde o tio Kurumada tirou aquela mulher com a ânfora (que aparece atrás de Camus e Hyoga no "Execução Aurora"), confesso que não sei. Seria Hebe (deusa da juventude que exercia o papel de servir os deuses antes de Ganimedes)? Sei lá...

Apesar de ser referido nas lendas como um adolescente ("eternamente jovem") e o fato de ser imortal meio que mude um pouco as coisas (e as contas XD), ainda me incomoda imaginá-lo tendo menos de 18 anos pra esta fic x.x''

(3) Esqueçam Percy Jackson, esqueçam o "Senhor D."! Em muitas versões do mito (inclusive na Wiki), Dioniso é loiro, mas confesso que o prefiro moreno (como nos hinos homéricos).

EDIT: Eu tinha escrito "Dionísio" (como aparece em alguns lugares), mas a RavenclawWitch me alertou na review de que a versão correta do nome é "Dioniso". Muito obrigada pela correção, moça, corrigi aqui! n.n E caso haja uma próxima, já aprendi, cofcof! 9.9 [apanha]


Notas adicionais:

Como deu pra entender (espero), eis o motivo do OOC – a influência de Dioniso.

Er... sobre Zeus lhes devolver os corpos (de certa forma), pode até ter ficado esquisito... mas acho que uma orgia "espiritual" ia ficar mais esquisita ainda o.o'' Por isso acabei optando por lhes devolver os corpos, ou algo parecido com eles – já que estão mortos.

No próximo capítulo, a orgia propriamente dita.