Folhas de Outono
As folhas caíam lentamente esta manhã. Rodopiavam e se enroscavam em tudo, carros, casacos, fios cachecóis.
Por mais cinza que tenha sido o dia ,por mais pesada que tenha sido a chuva, por mais que todos dissessem o contrário, para mim esse dia foi belo.
Belo e triste.
Acordei triste esta manhã. Triste e cansada. E sempre, sempre pelo mesmo motivo que escrevo aqui, desde a primeira vez.
Não houve um dia no qual não lamentei a mesma dor. A dor de não tê-lo comigo.
De não beija-lo, ama-lo.
Eu sinto meu corpo pesado, cansado, doído. Porque ele não está comigo.
Da alma passou para o corpo, e tudo dói, do coração ao pé.
Mas eu fiz. Hoje eu fiz aquilo que não tive coragem por tanto tempo.
Eu lhe confessei, disse a verdade finalmente.
Pois cansei de chorar escondida, cansei de negar a mim mesma. Cansei de viver com dor.
O porão estava vazio, como eu, como sempre.
Pela porta encostada pude vê-lo distraído lendo documentos. Eu o olhava com admiração, com amor.
Até que me dei conta de sua mão segurando firme, mas delicadamente meu braço, seu rosto tão perto, sua respiração quente perto de meu rosto, seus lábios sussurrando se eu estava bem, como poderia? Por que tudo estava soando tão baixo aos meus ouvidos? De repente, me vi dizendo algo que não era a resposta padrão. Algo que não era estou bem.
Algo que o deixou transtornado.
Algo mais como eu te amo. Calei-me. Eu não sabia exatamente o que estava falando, mas sabia que havia falado alto demais.
Calei-me ao ver seus olhos espantados me fitando.
Me senti sem chão, estranha, me senti estúpida. Não o olhei, não o ouvi. Nem ao menos sei se ele disse algo.
Sei que saí porta afora. Só não corri porque já me sentia idiota demais em toda essa história.
Estou aqui agora, escrevendo neste maldito diário, meu barco salva-vidas sem o qual teria me afogado em loucura.
O telefone não tocou, um mal sinal ? E se tocar, não saberei o que dizer.
Não deveria ter voltado para casa, deveria ter ficado e encarado a realidade do que disse. Mas não deveria ter dito o que disse, não naquela hora, não daquela maneira.
Agi de maneira estúpida, insensata, e agora não sei o que fazer a não ser escrever e escrever. Já fiz muita coisa idiota por um dia.
Nota da Autora:depois de algumas fics chove não molha,em que a Monica reclama, lamenta e escreve, finalmente consegui fazer com que ela se declarasse. As coisas não saíram como o esperado, mas pelo menos a garota tentou.
As folhas caíam lentamente esta manhã. Rodopiavam e se enroscavam em tudo, carros, casacos, fios cachecóis.
Por mais cinza que tenha sido o dia ,por mais pesada que tenha sido a chuva, por mais que todos dissessem o contrário, para mim esse dia foi belo.
Belo e triste.
Acordei triste esta manhã. Triste e cansada. E sempre, sempre pelo mesmo motivo que escrevo aqui, desde a primeira vez.
Não houve um dia no qual não lamentei a mesma dor. A dor de não tê-lo comigo.
De não beija-lo, ama-lo.
Eu sinto meu corpo pesado, cansado, doído. Porque ele não está comigo.
Da alma passou para o corpo, e tudo dói, do coração ao pé.
Mas eu fiz. Hoje eu fiz aquilo que não tive coragem por tanto tempo.
Eu lhe confessei, disse a verdade finalmente.
Pois cansei de chorar escondida, cansei de negar a mim mesma. Cansei de viver com dor.
O porão estava vazio, como eu, como sempre.
Pela porta encostada pude vê-lo distraído lendo documentos. Eu o olhava com admiração, com amor.
Até que me dei conta de sua mão segurando firme, mas delicadamente meu braço, seu rosto tão perto, sua respiração quente perto de meu rosto, seus lábios sussurrando se eu estava bem, como poderia? Por que tudo estava soando tão baixo aos meus ouvidos? De repente, me vi dizendo algo que não era a resposta padrão. Algo que não era estou bem.
Algo que o deixou transtornado.
Algo mais como eu te amo. Calei-me. Eu não sabia exatamente o que estava falando, mas sabia que havia falado alto demais.
Calei-me ao ver seus olhos espantados me fitando.
Me senti sem chão, estranha, me senti estúpida. Não o olhei, não o ouvi. Nem ao menos sei se ele disse algo.
Sei que saí porta afora. Só não corri porque já me sentia idiota demais em toda essa história.
Estou aqui agora, escrevendo neste maldito diário, meu barco salva-vidas sem o qual teria me afogado em loucura.
O telefone não tocou, um mal sinal ? E se tocar, não saberei o que dizer.
Não deveria ter voltado para casa, deveria ter ficado e encarado a realidade do que disse. Mas não deveria ter dito o que disse, não naquela hora, não daquela maneira.
Agi de maneira estúpida, insensata, e agora não sei o que fazer a não ser escrever e escrever. Já fiz muita coisa idiota por um dia.
Nota da Autora:depois de algumas fics chove não molha,em que a Monica reclama, lamenta e escreve, finalmente consegui fazer com que ela se declarasse. As coisas não saíram como o esperado, mas pelo menos a garota tentou.
