SeiferxSquall
Esta fic contém Lemon e um pouco de violência... além de spoilers...
Os personagens não me pertencem, eles pertencem um ao outro.
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Agradecimentos:
Preciso sempre agradecer à Ryeko-Dono por ser minha Beta Reader... Ela deve ter bastante trabalho...
Vocês já leram as fics dela? Confiram seus trabalhos nas seções de Final Fantasy VII, Harry Potter, Inuyasha, Death Note, Ludwig Kakumei, Count Cain... e não esqueçam de ler as fics de Dogs e as histórias originais!! Ela escreve muito muito muito bem!
Obrigado à Avalon e ao Daniel Molloy por suas opiniões!!
Também preciso agradecer à Hopeless pela imagem do Seifer e do Squall que ela enviou!! Você sempre terá espaço VIP no coração do Vovô!!
Alguém mais quer me enviar imagens bonitas de FFVIII?
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A Solidão dos Sonhos
Por Vovô (Sou velhinho, gosto de comer e dormir, não necessariamente nesta mesma ordem)
Itálico-pensamentos
Itálico e Negrito-acontecimentos passados/pensamentos diferenciados
Capítulo I
Era um lindo dia.
As flores dançavam no jardim ao som do vento.
A grama acariciava o rosto do rapaz deitado.
Os olhos acima dele eram de um verde incomum. Tão frios... Como se eles pudessem congelar uma alma com o olhar... Mas, embora eles tivessem essa aparência, se você olhasse com atenção veria uma chama reluzente que consumiria tudo ao seu redor.
Os dois estavam deitados.
Um acima do outro. Olhando-se por uma eternidade.
Enquanto os azuis metálicos estavam voltados atentamente para cima, o solo poderia escutar as batidas de um coração acelerado.
O Sol reinava alto no céu.
Um sorriso se formou no rosto acima.
O garoto abaixo sentiu algo em seus lábios.
Um soco.
A pele se rasgou e o sangue vazou pela sua pele.
Mal ele pôde respirar, até que o primeiro golpe fosse seguido por outro no mesmo lugar. Em uma fração de segundo que ele percebeu com extrema lucidez quando seu rosto foi coberto por uma seqüência interminável.
Ossos rangeram raivosamente. Veias se expandiram em um grito que dilacerou a pele acima.
Pétalas rosadas foram banhadas em sangue vermelho que era expulso dos ferimentos.
O Sol espalhava seu riso cruel com seus raios sobre o garoto ao chão.
Seifer se levantou.
Os passos começaram.
Pararam.
O rapaz deu uma última olhada para o corpo jogado no chão e admirou por mais um tempo seu trabalho. Não vendo nenhuma reação, ele decidiu que não havia mais nada a fazer.
Squall estava quase desacordado.
Os passos recomeçaram.
De repente, Seifer pareceu pensativo. Seu rosto espelhou uma expressão de dúvida.
Squall estava indefeso no chão.
Rapidamente ele voltou ao local.
Retirou Hyperion de seu descanso no solo. E retornou ao seu caminho normalmente.
Ah, ele tinha uma potion guardada. Mas, não daria a Squall, afinal, ele até produzia uma imagem poética deitado sobre as flores tingidas de vermelho em um jardim ensolarado.
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- Mais rápido.
Seifer estava com Fujin no alto de uma colina.
- Seu golpe precisa ser um pouco mais rápido para não dar tempo do seu oponente reagir.
A garota tinha uma expressão de concentração em seu rosto pálido. Mas antes de recomeçar a atacar, ela deu uma olhada para baixo do morro.
- CORPO!!
A moça havia visto a luta.
O rapaz passou uma de suas mãos pelos seus cabelos loiros e suspirou. – Ele vai ficar bem... um dia.
- BRONCA!!
-...Por quê?? Eu não fiz nada de errado!! Estávamos em um treino e todos sabem que alguém pode se ferir!! Além disso, quando a batalha de verdade acontecer, o inimigo não vai esperar você recuperar sua arma para voltar a atacar!!
Enquanto ele estava falando, uma lâmina passaria no meu do seu pescoço se ele não desviasse do golpe.
- Nossa!! Você aprende rápido o espírito da coisa, Fu!!
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Raijin estava com os olhos fixos.
Seu corpo estava curvado para frente.
Os olhos escuros se arregalaram.
Ele respirou fundo.
Seu coração se acelerou.
O sangue pulsava tão forte em suas veias que elas formavam caminhos saltados na pele.
Seus músculos se contraíram.
Uma expressão de pânico dominou seu olhar.
- NÃO!!!
Ele jogou o controle no chão e escondeu seu rosto nas palmas de suas mãos.
Seifer sorriu. – Você acaba com um monte de caras por aí e não consegue nem arranhar esses pixelzinhos...
- Mas eu tô quase conseguindo... É só um pouco difícil...
- O que é isso? RPG? Isso não é nem luta de verdade!! Larga isso, joga uma coisa de homem!!
- Mas parece ser legal... – uma expressão de cachorro chutado se formou em seu rosto. - É um negócio medieval, com reinos, princesas e cavaleiros...
- Ah... – Seifer sorriu. – Talvez não seja tão ruim... Mas mesmo assim, você não devia perder tanto tempo com isso. Enquanto você estava jogando, eu e a Fu estávamos lutando de verdade.
Raijin olhou tristemente. – É... eu não sirvo para essas coisas... – as lágrimas estavam quase se formando em seu olhar...
- Tudo bem... – Seifer sentou-se no chão ao lado de Raijin. – Dá aqui o controle que eu passo pra você... mas é só dessa vez... – ele olhou para o lado. – É porque você fica muito feio chorando.
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Se ele lutasse mais em vez de ler estratégias de luta em livros poderia evoluir mais rápido.
Seu rival estava sentado em um banco isolado em um dos corredores menos movimentados.
Ele também devia comer mais...
Seu olhar percorreu o corpo que estava virado de costas para ele.
Aposto que não tem muita carne escondida por debaixo dessas roupas...
A cabeça do garoto se inclinou um pouco e Seifer pôde ver um pedaço do pescoço antes coberto pela pelugem branca da jaqueta.
Eu preciso de alguém para ocupar o segundo lugar... Senão isto aqui vai ficar muito chato.
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- O que é isso...? – o garoto olhou para baixo emburrado. – Um livro...
- Você não quer ser um homem inteligente? Os homens inteligentes lêem muitos livros. – Matrona sorria. Ela com aquele vestido longo e simples, seu rosto sem maquiagem, seus cabelos soltos que cheiravam a flores era a mulher mais linda do mundo.
Seifer adorava aquele sorriso e involuntariamente sorriu ao vê-lo. – Mas eu quero ser forte!!
- E quem disse que você não vai ser? Você pode ser forte e inteligente... Assim você vai ganhar dos que são só fortes e dos que são só inteligentes...
Ganhar era uma palavra que o garoto gostava.
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Embora seu gosto pela leitura não tenha evoluído tanto... daquele livro ele sempre se lembraria.
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O fosso estava pronto.
A ponte que o cobria também.
Mais alguns minutos.
Concentração.
A parte central estava terminada.
A torre mais alta estava sendo erguida.
- Morraaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!
A torre desmoronou.
Squall olhou para o guerreiro de brinquedo que atacava seu pé.
O cavalinho havia parado na ponte do fosso.
- Você, seu monstro malvado!! Atacando o castelo da princesa!! Você vai morrer!!
Um pequeno detalhe era que o monstro em questão estava construindo o castelo de areia. E Seifer continuou a espetar seu pé com a espada de mentira.
O menino tentou se concentrar mais uma vez na sua tarefa, ignorando o outro.
De repente, os gritos pararam. Squall olhou para o lado e estranhamente o garoto estava quieto. Aquilo não parecia bom... Um Seifer dando escândalo já era ruim, mas quando ele se concentrava e ficava em silêncio...
Era a calmaria antes da tempestade...
Quando o garoto menos esperava, mãozinhas haviam encontrado seu caminho dentro do seu castelo. – Achei a princesa!! – disse o loirinho vitorioso ao segurar uma concha com listras marrons.
Olhinhos azuis viram sua construção em ruínas.
O outro menino sorria enquanto colocava a concha em cima do cavalo, junto com seu guerreiro.
Squall sentiu alguma coisa apertar seu peito e seus olhos arderem, mas ele respirou fundo e começou a construir seu castelo outra vez. Quando achou que Seifer tinha ido para outro lugar, ele se surpreendeu ao ver o garoto ao seu lado sorrindo.
- Eu gosto de brincar com você!! – suas mãos já estavam preparadas com suas armas e seus olhinhos estavam atentos à construção que se ergueria... não por muito tempo...
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Uma sombra encobriu a página do livro sobre magias. Squall tentou mudar sua posição indo mais para o lado, mas a sombra era insistente e se colocou de novo na frente da luz.
- Seifer... – disse o rapaz sem olhar quem era. – O que você quer?
Uma risada.
- É óbvio o que eu quero de você...
O garoto se levantou e se direcionou até seu quarto.
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Seifer o acompanhou silenciosamente até o quarto para que ele guardasse o livro e pegasse sua Gunblade. Normalmente ele andaria na frente, com a certeza de que seria seguido, mas nem ele entendia porque desta vez era o contrário que acontecia. Havia alguma coisa que o rapaz reparava no andar do outro... que ele não conseguia explicar o porquê de estar olhando tanto...
Meia hora de caminhada.
A poeira no horizonte distorcia os raios do sol.
Do lado direito havia um outro horizonte verde que se estendia ao longe.
O ar quente forçava seu caminho por dentro das narinas.
Por um momento os passos de Squall cessaram. Ele virou seu rosto para o lado e seus passos se voltaram à direção do seu olhar
Uma subida pelo solo esfolado que abrigava uma infinidade de pedregulhos.
A visão era de um terreno extenso coberto de terra seca. Por alguns metros se estendia um enorme paredão de tijolos de concreto que ganharam manchas marrons pela ação do tempo. Não havia nada por trás do muro, nada mais que algumas latas jogadas e o aplainamento do chão que indicasse a intromissão do homem na região. Mas já foi o bastante para causar o contraste entre o lugar e as partes em volta. Uma ilha seca e inacabada no meio de um círculo verde exuberante.
Sem nenhum deles dizer uma palavra, os oponentes se posicionaram em seus lugares.
Frente a frente.
Alguns metros de distância.
Seifer começaria a luta.
Eles haviam chegado a um acordo silencioso de revezamento.
- Espero que você ainda possa me distrair um pouco... Você estava meio abatido no final do nosso último encontro...
Os olhos se fecharam alguns milímetros traindo a expressão neutra mascarada na face do seu rival.
O loiro não precisava ver isso para sentir o efeito de suas palavras.
Ao longo dos anos eles haviam desenvolvido muitos diálogos silenciosos.
Um olhar concentrado caminhou pelo metal, enquanto a espada era segurada firmemente por duas mãos cobertas pelas luvas.
Quando a ação parou, do outro lado, um braço direito se levantou.
A poeira foi rastejada e jogada para frente com os passos apressados.
Ataque.
Defesa no tempo certo.
Contra-ataque.
Esquiva.
Ataque.
Faíscas pelo ar.
Squall foi empurrado para trás.
Ataque. Ataque. Ataque.
Todos defendidos, em uma fração crescente de tempo.
- Já está cansado tão cedo... eu pensava que já tinha se recuperado... se quiser eu deixo você descansar... Depois que eu vencer outra vez.
Enquanto assistia a luta de seu trono no céu, o sol se divertia ao atacar os oponentes com sua luz.
O suor começava a escorrer pelos corpos cobertos, enquanto a respiração se tornava uma necessidade tortuosa.
Quando o verde se encontrou com o azul, eles concordaram com a sugestão um do outro.
Eles pararam seus movimentos ao mesmo tempo e se distanciaram alguns metros.
Seifer deu as costas para seu rival e retirou seu sobretudo, colocando-o amavelmente sobre o muro. Squall jogou sua jaqueta, a alguns metros de distância.
Os dois foram ao encontro um do outro.
Seus corpos tão próximos.
O contato entre eles era feito pelas espadas que se tocavam.
Os músculos de Squall tremiam ao suportar a força dos golpes.
Dois dias após a batalha sobre as flores.
Embora seu corpo tenha se recuperado quase por completo, ainda ele dificultava o comando sobre suas funções. Era necessário um esforço muito maior para fazê-lo obedecer. Mas é claro que Seifer sabia disso, e era exatamente por essa razão que ele procurou aquela luta.
- Você ainda vai me agradecer por isso...
No meio de uma guerra, o inimigo não daria tempo para você se recuperar de um ataque.
Afinal, Seifer se importava...
Se eu não tiver um oponente à altura... qual desafio que eu vou enfrentar...
Não há heróis que não tenham enfrentado grandes desafios.
E eu vou ser um herói.
Para isso eu treinei a vida inteira.
Vou me tornar um SeeD e vou mostrar as minhas glórias ao mundo.
E qual garoto não teria um sonho singelo como aquele...?
Todos os dias buscando uma forma de me aprimorar
Não houve uma noite em que eu não vissemeu futuro brilhante testemunhado pelas estrelas do céu.
É por isso que eu vou...
O rei foi destronado.
O sol que brilhava sobre a cabeça de Seifer foi ofuscado por nuvens quase negras. Elas contornaram Sua Majestade e se sobrepuseram a ele, atacando-o impiedosamente.
A água jorrou pela ferida rasgada das massas de vapor.
Atacar...?
As pernas do jovem não saiam de seu lugar no chão. Seu corpo estremeceu e seus olhos se fixaram na imagem a sua frente.
Gotas escorriam pelo castanho molhado que tocava o rosto alvo. O tecido branco se transparecia pelo tórax definindo todas as suas formas. A calça grudava em seu corpo revelando todo o contorno abaixo.
- Seifer.
O rapaz estranhou a falta de reação do loiro.
A cada passo calculado que o moreno dava ao se aproximar, parecia que as roupas se colavam mais a ele. A imaginação de Seifer via camisetas se levantando para revelar um pedaço do abdômen e calças se abaixando para mostrar um pouco mais do quadril.
-...Seifer...?
Squall chegou bem perto do outro empunhando sua espada. Assustado com o olhar que recebia e que não compreendia.
Ao se desvencilhar do seu transe hipnótico, Seifer finalmente falou:
- Vamos parar por enquanto.
A chuva havia se enfurecido.
Eles encostaram-se ao muro de concreto e esperaram...
Seifer virou para o lado e se demorou por um bom tempo... Com sua visão passeando lentamente de cima a baixo. Quando ele foi questionado pelo azul, o loiro grudou seus olhos nos outros.
Finalmente o olhar metalizado se cansou e deixou que o outro o inspecionasse do jeito que queria.
Por que eu não paro com isso?!
Era extremamente reconfortante e extremamente angustiante estar tão perto daquele garoto.
Sempre fora.
Mas, talvez, só naquele momento ele começara a...
Eu não entendo.
Ele continuou sem entender ao se jogar contra o outro, prensando o mais jovem contra a parede e colando seus corpos.
Ele continuou sem entender quando seus braços se enroscaram ao redor do outro.
Ele continuou sem entender quando seu rosto encostou-se aos cabelos molhados.
Squall estava sem ação.
O garoto aprendera a se defender quando alguém o atacava... não quando alguém...
Ele está me abraçando??
Não... ele não podia acreditar... Aquilo tudo devia ter sido uma alucinação.
E eles continuaram por um bom tempo sem entender.
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Todos nos corredores se afastavam à medida que ele avançava.
Ser líder do Comitê Disciplinar fazia com que os outros alunos o respeitassem. Em outras ocasiões ele estaria com um sorriso estampado em seu rosto ao sentir efeito da sua presença, mas ele estava confuso demais e com frio demais para se importar.
Seus passos rápidos deixavam um rastro escorregadio no chão.
Logo ele chegou em seu quarto e fechou sua porta com uma batida.
Tudo havia ocorrido conforme o planejado. Um treino com seu rival. Porque ele tinha que treinar constantemente. O único contratempo foi a chuva, que impediu a continuação da luta, mas esses tipos de interrupções eram esperadas. O que não era previsto na sua rotina do dia-a-dia, foi aquele abraço...
- Eu não abracei ele!! Aquilo foi um... Foi um...
Era só ele achar a expressão certa.
- Eu só me inclinei um pouco demais sobre ele...
Seifer fechou os olhos e respirou fundo.
- É isso! Eu só me inclinei um pouco demais sobre ele, foi só isso...
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Alguns dias se passaram e eles continuaram se encontrando para seus treinos normalmente, afinal, não havia acontecido nada naquele dia chuvoso. E nos dias seguintes, quando os olhos verdes se voltavam para o balançar dos cintos quando Squall andava, ou nos seus lábios enquanto ele saboreava uma inocente maçã, Seifer não estava olhando para seu rival.
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O sol mal havia acordado, mas Seifer já estava de pé. Suas pálpebras se fechavam involuntariamente e seus cabelos quase sempre em ordem, com todos os fios disciplinadamente em seus lugares, haviam acordado de mau-humor e brigado uns com os outros.
O rapaz bocejou enquanto fazia seus exercícios matinais. Após ficar cansado de seus músculos reclamarem, ele olhou para o relógio e começou a se vestir. Antes de sair do quarto, o garoto se olhou no espelho e começou a árdua tarefa de acalmar aqueles fios dourados. Ele deu uma última espreguiçada, antes de alcançar a porta.
Nos corredores, seus passos eram firmes e sua cabeça altiva. Seu olhar atento buscava em todos os cantos algum deslize que alguém pudesse ter cometido.
Ao chegar ao refeitório ele procurou a mesa que ele praticamente tomou para si, com a visão mais ampla do local. O ambiente estava cheio de alunos esfomeados. Quem não chegava cedo podia não conseguir o que queria. Seifer constatou que havia chegado no horário quando um garoto de cabelos loiros muito claros, com seu penteado que desafiava a gravidade e sua tatuagem no lado esquerdo da face, passou correndo pela entrada. No caminho, ele trombou com mais de 15 pessoas, desculpando-se em seguida e recebendo dezenas de xingamentos. Quando finalmente chegou a vez do garoto fazer seu pedido, uma enorme expressão de tristeza se estampou no seu rosto.
Seifer sempre chegava antes para rir da cara de Zell, e este sempre chegava depois dos hot-dogs acabarem.
O rapaz ainda estava rindo quando Raijin se aproximou e sentou ao seu lado.
- O que você trouxe pra gente comer?
- Hot-dogs. Foi uma sorte, porque eles eram os últimos, ya know!
Quando Seifer percebeu que Zell o observava, o loiro abriu um largo sorriso.
- Está muito bom!! Acho que foi o melhor que já fizeram!!
Um olhar de fúria se voltou para o rapaz.
- Bom dia, Zell!!
- E o que tem de bom?!
- Eu notei certo tom alterado...? Assim você vai me deixar magoado...
O loirinho tatuado balbuciou uma porção de xingamentos.
- Que falta de educação... acho que eu devia punir você por isso... E pensar que eu estava até disposto a te oferecer um pedaço...
- Ia nada!!
- Como você pode ter tanta certeza assim?
- Você NUNCA faria algo para ajudar alguém!!
- Ah... agora eu fiquei magoado.
- O Seifer ajuda os outros sim!! Ele até conseguiu passar de uma parte difícil de um jogo pra mim, ya know!
Zell olhou contrariado.
- Viu!! Eu não sou uma pessoa desprovida de sentimentos!!
- Por incrível que pareça de vez em quando, assim, uma vez por ano ele faz alguma coisa boa para alguém, ya know – Raijin disse com sinceridade.
- Obrigado, Rai... isso me ajudou muito... – Seifer olhou para o amigo com um sorriso sarcástico.
- Não precisa agradecer, ya know!! – um largo sorriso surgiu.
O líder do Comitê disciplinar deu um suspiro e chamou Zell de volta quando ele estava prestes a ir embora.
- Zell, espera - o rapaz olhou seriamente para outro. – Você quer esse Hot-dog?
Os olhinhos azuis observaram amavelmente o pão com salsicha. – Eu não quero nada de você...
- Vamos Zell, eu quase nem toquei nele... você quer?
- Não...
- Não quer mesmo?
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-??
- Ah... eu acho que quero...
Seifer olhou bem para o garoto. – Mas eu não vou te dar.
Enquanto comia, o loiro estava certo de sentir um olhar assassino voltado para si, mas quando encarou o garoto de pé, ele viu uma estranha expressão naquele rosto. Zell olhava para a entrada da lanchonete e seus olhinhos brilhavam como se ele tivesse visto um hot-dog se aproximando.
Mas tudo que Seifer viu foi um garoto entrar e se enterrar na mesa mais escura, sombria e isolada. Uma expressão de aborrecimento surgiu e ele não queria descobrir porque se incomodou quando Zell saiu do seu lado e foi voando para o canto escuro. O sorriso apenas voltou a cobrir seu rosto quando o loirinho terminou sua breve conversa com o outro rapaz e saiu do refeitório com cara de cachorro sem dono.
Enquanto o loiro ainda ria, uma pessoa se aproximou da mesa.
- Bom dia, Fujin!! – disse Raijin animado.
- Relatórios! – a garota sentou ao lado de Seifer e colocou algumas folhas de papel na mesa.
- Alguma atividade suspeita? – perguntou o líder.
- Muito trabalho! – Fujin mostrou uma expressão séria... bem, aquela que ela sempre carrega no rosto.
Seifer sorriu, ele adorava ter que disciplinar alguém. E ele realmente via aquilo como um compromisso, sua responsabilidade. Todas as manhãs, Fujin anotava os comportamentos inadequados que seus olhos... seu olho atento capturava. O líder do Comitê analisava os casos e comandava seu grupo na perseguição dos infratores. Enquanto isso, Raijin era o encarregado de... seguir os dois e pegar o café-da-manhã do seu amigo. Todos tinham sua função.
Após a caçada matinal havia as aulas. Seifer sempre comparecia e prestava atenção a cada detalhe da matéria.
- Seifer.
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- Seifer!!!
O garoto abriu os olhos e bocejou.
- Você poderia me fazer o favor de ficar acordado na minha aula?
Quistis estava com uma expressão não tão feliz cobrindo suas feições graciosas. Seus braços estavam cruzados sobre seu uniforme impecável e seus pés cobertos pelas botas quase estavam batendo no chão impacientemente.
- Eu estou prestando atenção.
Seifer estava com suas pernas estendidas em cima da carteira e seus braços cruzados em seu peito, enquanto suas costas estavam apoiadas confortavelmente no encosto.
- Ah, sim, talvez tenha sido uma alucinação minha ver você dormindo...
- Acho que você não está bem, Quisty.
O olhar mortal da professora se intensificou.
- Não me chame de Quisty.
- Não diga que eu estava dormindo.
Ah, a dor de cabeça aumentava. Quistis quase levou uma das mãos para massagear sua têmpora.
- Mas você estava!
- Só porque meus olhos estavam fechados? Eu estava me concentrando!!
A moça suspirou.
- Façamos assim, então, você presta atenção na minha aula e eu não convido você a se retirar e dormir na diretoria.
- Oh, por favor, não faça isso!! E se o diretor resolver se aproveitar de mim enquanto eu durmo inocentemente... Ele não faz o meu tipo...
- Então, é só me obedecer e estamos entendidos.
- Pode deixar, Quisty!
- E não me chame de Quisty.
- Então... querida professora.
Quistis respirou fundo e considerou o caso perdido. Ela virou e se encaminhou até sua mesa para continuar sua aula.
- Agora eu vou passar as correções e as notas do exame da semana passada para vocês conferirem. Seria bom se vocês tirassem suas dúvidas nesta aula.
A jovem professora caminhou por entre as carteiras e parou ao lado de Squall, abrindo um lindo sorriso.
- Parabéns! Você foi muito bem!! Só a segunda questão que você respondeu de um jeito diferente do que eu esperava... – ela apontou para a tela. -...mas eu entendi seu ponto de vista e considerei sua resposta correta.
O rapaz mostrou sua vibrante expressão nula.
Quando a aula terminou, Seifer viu o olhar sorridente de Quistis, ao se despedir de Squall.
Por que ela não olha assim pra mim? Eu sou o cara mais lindo e maravilhoso que essa Garden já viu... O que será que ele tem de tão especial? Será sua simpatia contagiante? Seu charme quando ele se isola num canto? A sensualidade do seu olhar frio e insensível? As pessoas devem estar ficando loucas... Ele nem é tão bonito assim... Com aquele cabelo todo revirado... tudo bem, que é bem macio e sedoso, mas ele é pálido demais...
Seifer imaginou a pele alva por baixo das roupas e suspirou.
Eu preciso parar de pensar urgentemente.
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Continua...
Próximo capítulo vai chegar bem rápido!!
Reviews, please... eu preciso saber se as pessoas gostam ou não do que eu faço...
Confiram meu perfil para saberem do andamento dos meus projetos, eu escrevo constantemente e sempre aviso o que estou fazendo no perfil. Também coloquei alguns links para comunidades do orkut! Tenho fics de Final Fantasy VII, Yami no Matsuei... e em breve pretendo começar uma de Castlevania Symphony of the Night.
Visitem o perfil do Vovô!!
