Resumo: Remus Lupin nunca conseguiria decifrar completamente o mistério sombrio que era aquele sonserino Sirius Black. Tampouco precisaria. Há coisas que devem ficar encobertas pela lua. (Universo Alternativo)

N/A: Essa fic foi escrita para o I Challenge da Irmandade Slasher, do fórum Grimmauld Place. (Para qualquer maior informação sobre as exigências, é só perguntar na review ou numa mensagem.) A frase abaixo, de Charles Dickens, é o tema no qual eu estruturei a história. E se ainda não ficou claro, essa fic contém slash – qualquer comentário ofensivo quanto a isso será devidamente ignorado.

Agradecimentos: A todas as manas da Irmandade (purpurina pride!), e a minha beta/leitora especial/amigona companheira slasher, Fê.

Disclaimer: Harry Potter e cia não me pertencem. E tanto os trechos de música utilizados ao longo da fic quando os nomes dos capítulos são tirados do álbum "Dark Side of the Moon", do Pink Floyd.

De todo o mais, boa leitura!


"As coisas mais bonitas do mundo são sombras."
-Charles Dickens


O Lado Negro da Lua.

And if the cloud bursts, thunder in your ear
You shout and no one seems to hear.
And if the band you're in starts playing different tunes
I'll see you on the dark side of the moon.

(E se a nuvem lhe jogar trovões em seu ouvido
Você grita e ninguém parece escutar.
E se a banda da qual você faz parte
começar a tocar tons diferentes
Eu o verei no lado negro da lua.)


Capítulo 1 – Breathe.

All that you touch
All that you see
All that you taste
All you feel.

(Tudo que você toca
Tudo que você vê
Tudo que você prova
Tudo que sente.)

"E Shacklebolt não perde uma oportunidade! Quinze segundos com a bola na mão e já faz mais um ponto para a Grifinória!" A voz rouca do locutor não tentava esconder a animação em ver sua própria casa garantindo a liderança na semifinal da Copa de Quadribol. "E o placar continua vermelho e dourado, com 160 a 140 para a Grifinória. Mas é preciso admitir que a Sonserina ainda tem chances de virar esse jogo..."

Uma vaia ensurdecedora tomou conta do estádio, vinda em coro das torcidas da Grifinória, Corvinal e Lufa-Lufa. Frank Longbottom se encolheu na cabine, mas continuou narrando em tom de alerta. "Não que vá acontecer, é claro! Mas se minha querida Alice não pegar esse pomo logo – sem pressão, amor! – e os grifinórios não marcarem mais, pod- epa, o que foi isso? Sirius Black surge e rouba a bola de Kingsley Shacklebolt num piscar de olhos! Ele desvia com eficiência de um balaço, e atira – pega essa, James!"

- Mas que droga! – Lily Evans exclamou, chutando com força a barreira de madeira que separava a torcida do campo. Peter Pettigrew soltou vários palavrões seguidos, abafados pelos gritos de alegria vindos da torcida sonserina, no lado oposto do estádio.

"Sirius Black fura a defesa de James Potter e levanta o placar da Sonserina para 150. Mas a Grifinória ainda segue com 10 pontos de vantagem!"

- Essa estava difícil. – Remus Lupin falou, ao lado dos amigos. Ele observou James, de longe, e viu o goleiro dar um soco no ar, enquanto soltava xingamentos na direção do artilheiro sonserino. – Esse Black é muito rápido, você viu como o time mal teve tempo de se preparar para a defesa?

- Eles não podem deixar ele pegar nessa bola de novo. – Peter completou, recuperando a compostura após o acesso de má educação.

- Eles têm é que pegar esse pomo logo. – Lily disse, usando um binóculo para mirar o namorado – James já está cansado.

Como que em resposta à ruiva, houve uma série de movimentações muito rápidas no campo, e nem mesmo Frank conseguiu acompanhá-las no microfone. Nem seria necessário – todo o estádio pareceu parar por um momento, num ansioso e aflito silêncio, e apenas observar o que se deu em alguns segundos de jogo.

Alice Prewett, apanhadora da Grifinória, pareceu avistar algo e partiu em alta velocidade para cima. O apanhador da Sonserina logo fez o mesmo, mas o máximo de sua aceleração apenas o deixou no rabo da vassoura da grifinória. Ao mesmo tempo, um balaço sonserino atingiu Shacklebolt, que largou a goles no ar – e esta foi, em pouco tempo, apanhada por Sirius Black, que disparou em direção ao gol oposto. James se posicionou e apertou os olhos para Black, mas com uma pirueta estratégica, o artilheiro atravessou a goles pelo aro do meio da Grifinória – ao mesmo tempo em que Alice apertava a mão esquerda em volta do pequenino pomo de ouro, disparando para cima da torcida, mostrando o grande feito.

Três quartos do estádio vibrou em emoção, e o som da torcida abafou a atrasada narração de Frank Longbottom. "Mas que movimentação fenomenal! Alice Prewett captura o pomo e garante a vitória no exato momento em que Sirius Black conseguia o empate! E a Grifinória ganha o jogo por 310 a 160 e vai para a final da Copa de Quadribol!"

Alice voou até a cabine e logo pulava da vassoura para abraçar Frank – que pareceu esquecer o microfone e a narração completamente. Lily passou os braços nos pescoços de Remus e Peter, gritando animada, forçando os garotos a darem pulos desengonçados.

James voou até os amigos, e Remus agradeceu silenciosamente por Lily ter soltado seu pescoço – que começava a mostrar sinais de um torcicolo futuro – para recepcionar o namorado com um longo beijo.

- Parabéns, cara! – falou Peter, e Remus engrossou o coro com um tapa encorajador em seu ombro. James começou a agradecer, mas foi interrompido por uma voz vinda de cima.

- Belo jogo, goleiro. - Sirius Black pairava alguns metros acima de James, com um sorriso tranqüilo e sem o menor indício de lamentar o resultado da partida – Boa sorte na final. E não se preocupe, os Corvinais não são assim tão rápidos.

James se mexeu para pegar a vassoura, mas Lily segurou seu braço. Sirius piscou, ainda sorrindo calmamente, e saiu voando até a arquibancada da Sonserina – onde foi recepcionado por um grupo de garotas aparentemente muito decepcionadas com a derrota da casa.

- Esse cara é um idiota. – James disse, entre dentes. Peter assentiu fervorosamente, e Remus soltou um muxoxo quase cansado.

- Ele gosta de chamar atenção, você sabe disso. – o garoto comentou. Já era o sétimo ano em que assistia de camarote à longa e inútil batalha de egos dos dois garotos mais populares de Hogwarts.

- Ele é um Black. – Lily proclamou, finalmente, e ficou claro que o assunto estava encerrado. Qualquer outra explicação se tornava irrelevante. A garota entrelaçou seus dedos nos do namorado e o puxou em direção a saída – Vamos logo para a Sala Comunal! Aposto que alguém já conseguiu doces de uma maneira da qual eu não quero tomar conhecimento – ela apontou para o distintivo de monitora-chefe – e já preparou a festa de comemoração.

Remus sorriu, e passou instintivamente a mão em sua própria insígnia de chefe dos monitores. Hora de ignorar qualquer obrigação e comemorar uma – ainda que não fosse usar esse termo perto de James – sofrida vitória da sua casa.

xxx

Já era bastante tarde – e uma prova disso era exatamente o fato de ninguém na torre da Grifinória saber o quão tarde era – quando uma professora McGonagall já de pijamas atravessou o buraco da Mulher Gorda, fazendo todos os alunos irem dormir. Após uma ligeira bronca à parte em Remus e Lily sobre as responsabilidades e deveres dos monitores-chefes, todos foram mandados aos dormitórios, para aproveitarem as poucas horas de sono que ainda teriam antecedendo o último dia de aula antes das férias de Páscoa.

Remus não chegou a calcular quanto tempo conseguiu dormir, mas pareceu que apenas um segundo havia passado até o momento em que ele adentrava a masmorra, com os olhos sonolentos e a boca se abrindo em constantes bocejos, para as duas aulas seguidas de Poções que abriam o dia.

O garoto tomou um lugar no meio da sala, ao lado de Peter Pettigrew, que murmurou um 'bom dia' e voltou a deitar a cabeça na mesa, tampando os olhos com a manga das vestes. Olhou ao redor e não pôde evitar um suspiro de desânimo repleto de ótimas razões para o mesmo.

Remus odiava poções. Era a única matéria na qual realmente tinha dificuldade – uma lida nos livros do assunto não lhe bastava, e ao contrário das outras, não lhe era nem um pouco agradável -, fora com uma dose muito grande de esforço que havia conseguido NIEM's para continuá-la.

Além disso, enquanto todos os outros alunos conversavam animadamente sobre o que fariam nos dias seguintes, quando estariam de férias e em casa, sua única perspectiva era a de mais uma semana na escola, longe da família, sem os amigos – que voltariam para suas casas – e com algo inevitável e assombroso a enfrentar.

- Muito bom dia, Remus. - James havia chegado na sala acompanhado de Lily, num inusitado bom humor.

- Nenhum pesadelo com a McGonagall ontem? – Lily encarou Remus com um sorriso enquanto o casal se acomodava na mesa da frente.

- Com aquele pijama de patinhos, talvez. – Remus rebateu, no melhor sorriso que pôde achar, e os amigos riram.

Eles não tinham a menor idéia - nem saberiam um dia. Jamais poderiam descobrir que uma vez ao mês ele se transformava num monstro assassino e perigoso. Eram seus amigos há sete anos, mas nunca contara que era um lobisomem. Suas desculpas amparadas pela enfermeira da escola pareciam resolver tudo, e até agora James, Lily, Peter e os outros grifinórios só estavam convencidos de que Remus tinha uma doença estranha, mas não tão grave, que se manifestava de tempo em tempo e – pela quantidade de vezes que ele ia visitar sua suposta mãe enferma – corria na família.

Remus sentiu seus pêlos se arrepiarem ao lembrar o que o esperava à noite. Respirou fundo antes de voltar a encarar os amigos com descontração – e só então reparou a tensão que havia inundado a gelada masmorra.

- Treinando sua velocidade, Potter? – a voz rouca e sarcástica de Sirius Black ecoou pelas paredes de pedra, sendo recebida pelos risos dos outros sonserinos que já ocupavam boa parte do fundo da sala.

Somente um, Remus reparou, estava num lugar afastado – como era de costume -, e mirava o moreno com um olhar raivoso recheado de inveja. Severus Snape parecia o único membro da casa da serpente que não se deliciava com os comentários ou compactuava dos ensinamentos de Sirius Black.

- Essa sua arrogância bem que combinaria com a Taça de Quadribol, Black – James respondeu, sem ao menos se virar, com a voz calma - é uma pena que você já não vá mais conseguir botar as mãos nela.

Foi a vez dos grifinórios da sala – e alguns lufa-lufas e corvinais – rirem, começando mais uma infantil batalha da eterna guerra de egos com a qual Remus já havia se acostumado. Lily soltou um muxoxo reprovador, enquanto Sirius andava devagar até sua mesa habitual no fundo da masmorra.

Remus pôde distinguir um grupo de garotas sentadas atrás de si que pareceu ignorar as risadas e soltavam longos suspiros em meio a cochichos animados. Ele observou o sonserino e não pôde deixar de dar algum tipo de razão às garotas. Havia algo no jeito tranqüilo de atravessar a sala – a qual Remus achava ter a tranqüilidade de um campo minado -, a maneira displicente de seu uniforme bagunçado - a gravata verde e prata largada nos ombros e a camisa com vários botões abertos -, o cabelo negro que cobria seu pescoço e caía livremente sobre o sorriso malicioso com o qual o garoto encarava James.

- Pelo menos eu consegui colocar as mãos na goles, ao contrário de um certo goleiro.

A comoção na masmorra fez Remus acordar bruscamente de seus pensamentos e sentir seu rosto corar um pouco – até se ocupar em entender o que acontecia. Uma parte dos alunos pôs-se a rir – até as garotas que há pouco tempo suspiravam deixaram escapar risadas finas -, Sirius abriu um sorriso desafiante e James levantou-se da cadeira num salto.

- Ah, James, não seja idiota! – Lily murmurou, impaciente. Peter ergueu o rosto e estava prestes a seguir o amigo quando a porta se abriu e Horace Slughorn entrou a passos rápidos na masmorra.

- Então, então, desculpe a demora, vamos começar logo! – o professor andou até o meio da sala e parou, mirando os alunos. – O que está acontecendo aqui?

Lily se prontificou a puxar James pela manga da camisa e sorrir docemente para o bruxo recém-chegado.

- Nada, professor Slughorn.

- Muito bem, Srta. Evans. – ele sorriu para a aluna, como era costumeiro quando se tratava de Lily, e voltou a encarar a sala com o rosto ansioso. – Não quero saber de discussões ou atrasos por causa de ontem, então já vou adiantando. Grifinórios, parabéns pela vitória. Minha querida Sonserina, foi um bom jogo. Haverá outras copas.

- Não para todos. – James murmurou num sorriso, e Lily o acotovelou.

- Mas estamos aqui para aprender Poções e eu não quero entrar em férias com a matéria atrasada. – ele fez um movimento com a varinha, e instruções encheram o quadro negro atrás de si. Ele pôs-se a apontar para os alunos – Quero que se reúnam em duplas. Vamos ver...

Ninguém ousou protestar, e logo a sala se encheu do barulho de cadeiras se arrastando e alunos indo até seus designados parceiros. O primeiro grito de objeção veio de James, quando Slughorn apontou para Lily e mandou que ela se sentasse junto a Severus Snape.

- Não seja bobo. – ela riu da cara do namorado e empurrou-o para fora da mesa. Logo Snape ocupou o lugar, não sem antes esboçar um fino sorriso a James, através dos cabelos sebosos que lhe caíam pelo rosto.

- Potter, junte-se com Pettrigrew, e Lupin – Slughorn analisou toda a sala até colocar os olhos no fundo – vá sentar-se com Black.

Foi a vez de James abrir um sorriso e sentar-se no lugar deixado por Remus, exatamente atrás de Snape e Lily.

- Boa sorte, cara. – ele murmurou para o lobisomem, erguendo os olhos para o final da sala, onde Sirius se sentava folgadamente na cadeira.

Remus assentiu com a expressão um pouco contrariada e se dirigiu até o lugar vazio, tentando pensar nos pontos positivos – ele ouvira falar que Sirius era bom em poções, e até fazia parte do Slug Club – e evitando ao máximo o pensamento de que o jeito com que o sonserino havia acabado de tirar uma mecha de cabelo dos olhos era um deles.

- É bem a cara do Slughorn – Black falou com um sorriso descansado, enquanto Remus se sentava na cadeira ao seu lado – me juntar com o monitor-chefe na esperança de que eu siga a aula com disciplina.

O grifinório lembrou-se de aulas passadas repletas de confusão e explosões de bombas de bosta inexplicáveis. Era de conhecimento público entre os alunos que Sirius e seus comparsas sonserinos tinham bem mais do que algo a ver com os casos, mas provas nunca foram achadas e o número de detenções recebidas por eles era infimamente menor ao merecido. James costumava xingar o sonserino em dobro toda vez que isso acontecia – embora Remus tivesse a distinta impressão de que o amigo escondia uma ponta de ciúme.

- Se você pretende entrar em férias com estilo, não é problema meu, mas eu realmente preciso dessa poção para salvar minha nota. – o grifinório demandou, sem hesitar. Ele tinha coisas maiores e mais importantes a se preocupar do que impressionar um desordeiro da casa inimiga. E o perfume forte que Sirius emanava ao seu lado já era distração suficiente.

Sirius soltou uma risada curta e se endireitou na cadeira, observando o perfil de Remus com atenção.

- Eu pensei que os monitores chefes deviam ser alunos modelos, notas máximas, comportamento exemplar, toda essa coisa.

- Todos temos defeitos. – o olhar de Sirius constante em seu rosto começou a incomodá-lo, e ele virou-se para encarar o sonserino – O meu é Poções.

Sirius não desviou os olhos dos seus, como Remus esperava. Pelo contrário, o canto de sua boca rosada formou um sorriso fino, e seus olhos cinzentos pareceram mirar o grifinório com um interesse renovado. Remus ponderou por um momento se o outro saberia legilimência – fosse assim, o lobisomem teria acabado de revelar todos os seus maiores segredos. Não fez o menor esforço para impedir sua mente de mergulhar naqueles misteriosos e sombrios olhos cinza escuro.

Um barulho estridente de algo quebrando foi o que o tirou daquele inusitado e confuso momento. Remus virou-se rapidamente para ver Severus Snape com uma expressão de lamento que não escondia a vasta satisfação – o bruxo voltava do armário de ingredientes e sua capa preta exageradamente larga parecia deixar claro o porquê do pote de patas de aranhas de Remus estar quebrado e esparramado no chão.

- Ei, seu nariz anda atrapalhando a visão, Severus? – Sirius exclamou, e os olhos franzidos do outro sonserino desviaram rapidamente para encarar o colega de casa.

- Oh, me desculpe, Lupin. – ele murmurou contrariado, num tom tão sincero quanto alegre, e balançou a capa preta ao virar-se de volta ao lugar – não sem antes pisar fortemente nos ingredientes de Remus que cobriam o chão.

O lobisomem suspirou conformado. Desde o início do ano que convivia com a hostilidade invejosa do sonserino – aquele não seria o momento em que ficaria nervoso. Ele se abaixou para recolher as patas de aranha, mas Sirius segurou seu ombro e colocou um grande vidro dos mesmos ingredientes no meio da mesa.

- Use as minhas. – ele falou indiferente, ainda mirando Snape no outro lado da sala – Qual é o problema dele com você?

Remus começou a separar os ingredientes – retirou uma boa quantidade das patas de aranha do vidro e jogou no caldeirão -, lendo as instruções no quadro. Respondeu devagar, tentando não se confundir.

- Ele não gostou muito de não ter sido escolhido monitor-chefe. Sabe, ele é bom em Poções.

- É para compensar a falta total da capacidade de interagir com pessoas. – Sirius também tirou alguns ingredientes de sua mochila, e Remus se surpreendeu imensamente ao ver que ela não carregava somente bombas de bosta e doces. – Então é por isso que ele anda mais carrancudo que o normal.

- É possível. – Remus sabia exatamente o que deixava Snape ainda mais irritado. Ele havia recentemente descoberto que o grifinório não atendia a todas as aulas da escola durante o mês inteiro. Que de tempo em tempo, não estava presente para exercer seus deveres de monitor-chefe e isso, em seu universo, era o total absurdo. Sua insatisfação era visível e suas reclamações já haviam chegado até a um tranqüilo e ciente diretor – sem resultado algum.

- Então, laranja é a cor? – perguntava Sirius, algum tempo depois, ainda sentado largamente em sua cadeira, usando sua varinha para mexer de longe o caldeirão.

- Hum... sim. – murmurou Remus, mergulhado no livro de Poções e comparando as informações com as instruções do quadro – É, acho que acabamos. E ainda faltam 15 minutos para o fim da aula, incrível!

- Ainda faltam 15 minutos para o fim da aula... – repetiu Sirius, endireitando-se na cadeira, seu rosto formando uma expressão marota.

- O que foi? – Remus perguntou, ainda admirando sua própria e inesperada eficiência no preparo de poções.

- Eu acho que vou seguir seu conselho e sair de férias com estilo. – o sonserino puxou a mochila e Remus viu que ela também carregava uma quantidade considerável de bombas de bosta e outros artefatos da Zonko's.

- Você não está falando sério...

- Posso contar com o seu silêncio, monitor? – Sirius o encarou, a face satisfeita. Em pouco tempo, o olhar de Remus analisou a poção pronta e digna da nota máxima, a expressão de agrado do professor ao passar ao lado dos dois alunos e o sorriso de Sirius – o de alguém que havia conseguido exatamente o que queria. E o Monitor-Chefe não viu muita saída.

- Não vá estragar a poção. – ele disse, ainda que contrariado.

- Muito bem, senhor aluno modelo. – Sirius retirou algo brilhante de sua mochila no qual Remus preferiu não prestar atenção, e então virou-se para o outro com uma piscadela – Eu pediria licença para ir no banheiro se fosse você. Pode evitar perguntas incômodas.

Remus soltou um muxoxo e acatou o conselho com prazer. Sua nota em Poções era muito importante, e mais uma peça impune pregada por Sirius Black não machucaria ninguém. Mesmo que tivesse que agüentar as reclamações de James pelo resto do dia.


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