Será que um amor pode tirar uma pessoa do fundo do poço?

Gabrielly, uma garota que viu sua vida desmoronar radicalmente, acontecimentos a levaram a procurar um problema como resolução de outro, isto a coloca no mundo das falsas amizades, e o mundo de vícios e violência.

Matheus, um estudante de direito, que vê sua amiga na pior situação em que uma pessoa pode chegar, e se vê em uma luta para fazê-la se reerguer.

Poderia um amor ajudar a recuperar a esperança perdida?

Prólogo.

Eu acabara de sair da casa de minha mãe, já estava tarde, e eu precisava pegar um ônibus, andava pela rua escura de um bairro pobre de Washington, eu gostava daquele lugar a um tempo atrás, mas hoje em dia ele me parecia perigoso, assim como se viam poucas pessoas olhando pelas janelas, ou por trás das cortinas.

Só se ouvia o som de meus pés no chão daquelas calçadas, faltava algumas quadras para chegar ao posto de ônibus mais perto quando ouvi um grito.

-Ah... Não, por favor, não...

Eu já tinha ouvido aquela voz em algum lugar, me aproximei mais da esquina daquela quadra escura, onde virando a direita tinha um beco, era dali que vinham os gritos.

-Cala a boca loirinha, eu avisei, todos avisamos, cadê a grana? – perguntou uma voz grossa e repugnante.

Apressei meus passos em direção ao som, chegando à esquina avistei algo que não imaginava.

-Mas eu não tenho agora, já disse! – Ela choramingava, seus braços estavam presos contra a parede, ao lado de seu corpo, prensados por um homem um pouco mais alto que eu, de corpo grande e costas quadradas.

-Isso não me importa , você pagará de algum jeito, nem que...

Ele olhou-a dos pés a cabeça, me aproximei mais um pouco, ele colocava a mão no quadril dela, essa que fez algo inesperado.

-Você não vai fazer isso!

-Ah – sorriu ele malicioso – Vou sim!

Ele colocou uma mão no rosto dela e essa cuspiu nele.

-Mas que...

Ele soltou um dos braços dela e levantou a mão para um tapa dar-lhe, mas segurei seu braço antes dele tacá-la.

-O que você pensa que vai fazer?

-Não se mete garoto, isso aqui é só meu...

O puxei por um braço, o distanciando dela.

-Eu falei pra me deixar moleque – falou ele vindo pra cima de mim.

Não pensei duas vezes, eu não era de brigar com ninguém, a única vez que tinha batido em alguém foi em Josh na oitava série por uma menina. Mas quando ele veio com o punho fechado em minha direção, o atingi no estômago, mas enquanto eu observei aqueles olhos conhecidos, por cima do ombro dele, aquela expressão de superioridade não estava mais ali, tinha ali alguém ferido, magoado e que precisa de ajuda, e eu a ajudaria, custasse o que custar, enquanto eu a olhava se encolher encostada na parede de uma casa abandonada, recebi um soco vindo de baixo até meu queixo, me deixando até tonto.