Fragmentos da Memória

Prólogo

- Ikki.... Ikki... você tem que suportar isso!! Não desista ikki!!!

- Não... não, Esmeralda!!! Não!!! – gritou Ikki levantando-se subitamente de sua cama. Parece que ele não havia tido um sonho muito confortável e estava suando por todo o corpo.

Levantou-se e decidiu ir olhar a cidade pela janela de seu minúsculo apartamento em Tókio. Apesar da grandiosidade e das luzes, contava-se nos dedos os automóveis que passavam pela avenida principal.

Shun dormia profundamente na parte de cima do beliche. Havia chegado de um longo passeio romântico com June e chegou muito exausto. Haviam ido ao parque de diversões, cinema e à noite um jantar romântico num restaurante. Tudo bem que o que eles ganhavam de salário como cavaleiros não era muito, mas Shun havia economizado muito dinheiro para esse passeio com a amazona que ele tanto amava.

Já havia passado cinco anos desde que derrotaram o poderoso Hades, o deus do Submundo e o mundo estava passando por uma relativa paz.

- "Já estou começando a perder a forma..." – pensou Ikki rindo logo em seguida, mas ele realmente se preocupava com os freqüentes sonhos que ele estava tendo com Esmeralda, o grande amor de sua vida que teve a vida tirada estupidamente pelo seu próprio pai. Seria um aviso ou apenas um pesadelo sem nenhum significado?

Ikki decidiu por uma camisa e andar por aí em plena madrugada. Pôs uma jaqueta de couro preta, meteu as mãos nos bolsos e se pôs a andar por aí, na esperança que aparecesse algo (ou alguém) que pudesse curar esse sentimento de solidão. E após andar umas quadras, achou o que procurava. Uma companhia de 1,70, ruiva que usava roupas extremamente ousadas.

- E aí, bonitão? 'Tá afim'? – perguntou a moça que segurava em uma de suas mãos uma pequena bolsa.

- Na verdade... sim. – respondeu o cavaleiro com um sorriso malicioso

- São 1290 ienesaproximadamente 25 reais... serviço completo... – disse a mulher

- Feito. – respondeu Ikki no ato

- Meu AP é aqui atrás.

A mulher puxou Ikki pela jaqueta, rumo ao pequeno quarto que servia de abrigo para a mulher que ganhava a vida vendendo o próprio corpo. Ikki precisava esfriar a cabeça, afinal todos os cavaleiros tinham uma namorada ou estavam apaixonados. O cavaleiro de Fênix precisava fechar essa cicatriz aberta. Seu grande amor estava morto. Foi deixando-se levar pelas mãos ágeis (e hábeis) da mulher em seu peito e descendo pelo abdômen. Fechou os olhos para sentir aquelas mãos tocarem onde ele realmente queria, mas ao fazer isso a primeira imagem que veio em sua mente foi a da doce Esmeralda sorrindo inocentemente.

- Não! – disse Ikki abrindo os olhos

- O que foi? Fiz algo de errado? – perguntou confusa

- Não... não foi você. – respondeu Ikki enquanto levantava e colocava de volta a sua jaqueta – o problema é comigo. Desculpe por fazer você perder tempo.

Ikki puxou de seu bolso uma quantia de 619 ienes, o que vale mais ou menos 12 reais e entregou a mulher que ficou bastante grata.

- Muito obrigada, você é muito bom. Quando precisar de mim, estarei aqui... e vou fazer de graça... – e piscou um olho

Fênix continuou sério e foi embora. Olhou em seu relógio e já era 5 da manhã. O céu estava um pouco mais claro e algumas pessoas já começavam a andar pelas ruas. Ikki estava descalço e usava apenas a jaqueta de couro e sua inseparável calça jeans.

- "Estou fora de forma, e preciso de roupas novas."

Ao chegar em seu apartamento, Shun ainda babava em seu travesseiro com uma expressão muito feliz. Devia estar tendo um ótimo sonho e Ikki invejava aquilo. Desejava de todo o coração que Esmeralda não tivesse morrido.

- "Não vou desistir Esmeralda... assim como você me pediu, eu não irei desistir..." – dirigiu-se novamente para a janela e contemplou o nascer do sol. – "Queria tanto poder te mostrar o quanto é belo o nascer do sol aqui em Tókio...

Ikki mau percebeu que enquanto perambulava pela cidade de madrugada, alguém o estava observando. O seguiu por todo o caminho por ele traçado e Ikki sequer conseguiu sentir seu cosmo.

De repente, o telefone toca e na linha estava Saori com uma voz muito aflita.

- Ikki, venha para a fundação rápido!! Os outros estão a caminho!

- O que aconteceu, Srtª Saori?! – perguntou assustado

- Não há como explicar por telefone! Venha com o seu irmão para cá, é urgente!!!

- Estamos a caminha Atena!! – respondeu Ikki desligando o telefone em seguida "Parece que as férias terminaram!!!" sorriu o cavaleiro

Continua...