Fanfic produzida para a I Challenge Ted/James S. e o I Ship War do fórum Ledo Engano


Once Upon A Time
Meel Jacques


Era uma vez, em um país distante, o homem mais leal e responsável que se poderia existir. Também existia uma bruxa invejosa e um pequeno garoto Ele era um rapaz alegre e que gostava de contar histórias que no final acabavam se realizando; isso é o que chamamos de profecia.

Mas esse não era um conto de fadas, onde princesas encontram seus príncipes e terminam felizes para sempre, cujas bruxas feias e malvadas eram destruídas no final. Era quase como um mito; fantasioso, cada um cheio de defeitos e com explicações sobre a vida. Quem sabe deuses não existissem, como nas antigas histórias, afinal? Mas essa não é a história de um Deus ou um rei ou até mesmo uma bruxa feia e malvada. Aqui a bruxaria é normal e quem a pratica é chamado de feiticeiro. A bruxa invejosa é bela e deseja o amor, o mocinho é tão devotado que se esquece das pessoas que mais ama e o garoto sou eu, cujo maior hobby é cantar e escrever cartas para Teddy.

Tenho dois melhores amigos, Fred Weasley II e Scorpius Malfoy. O primeiro é um completo malandro, pois vivia fazendo brincadeiras e se aproveitando da inocência das pessoas. Já o segundo é completamente o oposto. Perdi a conta de quantas vezes Scorpius tinha nos repreendido e defendido os que eram facilmente enganados por nós. Ele e meu irmão formavam uma boa dupla de chatos; um corvinal neurótico e um grifinório justiceiro. Entretanto, era fácil se infiltrar em qualquer lugar, afinal, quem suspeitaria de dois quintoanistas lufa-lufas?

Olhei mais uma vez para as pilastras do salão antes de encarar Teddy Lupin. Meu querido Teddy; alguém cuja vida inteira foi voltada aos estudos e às suas aulas como professor de DCAT. Não tinha nada de original nele; era apenas uma cópia do seu pai. Como se fosse hereditários, meu pai sempre afirmava o quão simpático e calmo Teddy era. Ou como ele era divertido. Características bastante semelhantes a Remus e Ninfadora Lupin.

Como nas antigas histórias do povo europeu eu poderia inventar milhões de motivos e explicações para que ele fosse como era. Poderia compará-lo ao Rei Arthur por possuir tamanha bravura e senso de moral. Até mesmo me ajoelharia aos seus pés enquanto imaginava-o como um Deus supremo. Mas não faria sentido, porque ele não me entenderia. Fazia tempo sabe, desde a última vez que tivemos algo em comum ou quando nossos sorrisos eram mensagens. Não era certo o que eu fazia enquanto o espionava e ficava cada vez mais obcecado por ele.

Ela e sua namorada, Victoria Weasley. A garota alegre, que sorri docemente e mesmo em tom de zombaria conquista, porque é irritantemente irresistível. De forma traiçoeira e má ela tinha sido minha confidente no inicio da minha paixão; minha melhor amiga. Traidora e insensível não perdeu tempo e quando o tinha entre suas mãos, quando ele perdeu a cabeça por seu amor a ela, não foi difícil puxá-lo para um beijo apaixonado e fazê-lo derreter contra seu corpo. Eu estava lá, vi tudo. No início não fiquei triste, mas furioso.

Nunca tive a chance de dizê-lo, mesmo escrevendo várias cartas para ele. Cada uma delas mais triste e contundente que a última. Quem disse que alguma vez às enviei? Sabia que não existia profecia que o trouxesse a mim ou música que tirasse aquele feitiço de paixão que a beleza dela havia imposto a ele.

Os braços dados, os sorrisos felizes. Mesmo em Hogwarts ele não poderia fingir que não a admirava. Como segurar as lágrimas quando não se quer mais existir? Como não cair no choro quando ele te olha de maneira carinhosa e ele se ajoelha para enxugar cada lágrima sua?

- Você está bem? – ele pergunta com a testa franzida.

- Estou – sussurrou esperando que ele entenda a mentira, mas ele nunca entende. Não há mais lágrimas ou tristeza, apenas conformismo. Não existe uma lenda sobre nós ou como destruímos algum novo senhor das trevas.

Não há música ou profecia que o tire dela e de seu sorriso zombador. Não há um final feliz como em contos de fadas. Apenas uma morte rápida alguns anos depois em uma casa mediana com uma esposa e vida mediana enquanto o sorriso dele ainda brinca em minha mente.