Aviso: Slash.
Disclaimer: Sim, eu escrevi o roteiro de Inception com o Christopher Nolan. You bet. XD
Same mistake
Há muito tempo que Arthur não sabia o que era sentir o calor de outra pessoa junto ao seu corpo, sentir a presença dele. Estava feliz por terem se acertado, aliviado por Eames estar ali. Sem abrir os olhos, ele sorriu em resposta ao toque que percorria seu rosto e havia parado em seus cabelos. Eames pegou uma mecha que sempre insistia em cair em sua testa e brincou com ela entre seus dedos - adorava fazer isso -, deixando os fios castanhos ainda mais despenteados. Arthur murmurou coisas ininteligíveis e riu em meio às lembranças. Eames costumava dizer que, enquanto dormia, era quando ele mostrava seu verdadeiro eu. Deixava de ser aquele 'cara perfeitinho' e transformava-se em uma pessoa normal. Arthur sempre olhava feio para o falsificador quando ouvia isso, mas nunca realmente dizia alguma coisa em resposta. Já havia se acostumado com a implicância. E era verdade, afinal, com Eames, ele podia ser apenas Arthur. Um ser humano. Uma pessoa que erra e tem seus erros, se não aceitos, entendidos.
Porém, havia algo de muito estranho, parando para pensar... Por que estava rindo? Que motivos tinha para sorrir? Quando a palavra erros veio a sua mente, uma ruga de preocupação se formou entre as sobrancelhas de Arthur, enquanto ele ainda sentia o toque de Eames incessantemente em sua pele. Perguntou, então, ainda sonolento, a voz quase falhando. Sentia a garganta seca e como se um buraco tivesse sido aberto bem no meio de seu estômago.
Arthur estava errado.
Havia algo errado.
"Isso é... um... sonho?"
Ele ouviu Eames rir e, por um momento, aquilo o tranqüilizou. Sabia, mesmo sem vê-lo, que um sorriso havia se formado nos cantos de seus lábios. Nunca se esqueceria de como ele sorria, de como falava, de como o chamava pelos apelidos de que tanto gostava...
"Arthur, darling, abra os olhos." Ele sentiu o rosto de Eames cada vez mais perto, o hálito quente dele roçou em sua boca enquanto falava; os lábios dele quase tocando nos seus. Não precisava vê-lo para saber que ele estava mesmo ali. Conseguia sentir sua presença. Porém, mesmo que ainda sentisse medo e incerteza, Arthur abriu os olhos. Afinal, confiava em Eames. Sabia que ele não falaria daquele jeito se não fosse verdade; não mentiria para ele e, mais do que tudo, não o machucaria.
Mas, por que, então, haviam acabado?
Justamente assim como os sonhos terminam.
Com ele, Arthur, olhando para o espaço vazio à sua frente. Fora apenas uma projeção, assim como a sua vida há muito havia se tornado.
N/A: Juro que a próxima será menos angst. (L)
