Essa fic se passa depois de AWE e retrata o que eu quero que aconteça em um 4º filme de Piratas do Caribe, se houver...
Os personagesn (infelizmente) pertencem a Disney, eu só me divirto com eles.
Cap. 1
Haviam se passado um ano e alguns meses desde que Elizabeth Swann, agora Sra. Turner, tinha se despedido das pessoas mais especiais de sua vida. Quantos perigos e aventuras viveram juntos, como ser pirata era maravilhoso.
Mas como tudo tem seu fim, a aventura dela havia acabado. E o que lhe dava mais tristeza não foi o fato de que, cinco minutos depois de ter se casado - havia esperado a vida toda por esse momento – ela ficara viúva, ou que perdera o pai, ou qualquer outra coisa que ela tenha perdido, o que lhe dava mais tristeza era o fato de não ter sido perdoada pelo homem mais excêntrico, para não dizer louco, que cruzou seu caminho, o Capitão Jack Sparrow.
Sim, ela perdeu o pai, o primeiro noivo, o segundo noivo e agora marido, mas ela sabia que superaria essas perdas com o tempo, mas o fato de não ter tido a oportunidade de conversar calmamente com Jack depois de tudo o que aconteceu entre eles lhe tirava o sono.
Quando Will a deixou naquela maldita ilha, deserta e esquecida por Deus, ela pensou que finalmente eles consumariam o "casamento", mas não, Will sequer tinha a abraçado e já se preparava para partir. Ela tentou se insinuar, mas a única resposta que conseguiu foram uns beijinhos na perna e um pedido para que ela esperasse por ele por dez anos. Dez longos anos.
Elizabeth mal teve tempo de argumentar, ela tinha quebrado com aquele olhar desesperado que Will lhe lançou.
Ela aceitou, mesmo profundamente sabendo que era uma grande mentira e que ela nunca ficaria dez anos parada e quieta numa ilha. Ela aceitou.
Will virou-se para partir, ela correu deu o último beijo nele, seu marido, seu melhor amigo, agora o morto-vivo capitão do Holandês Voador.
As lembranças feriam Elizabeth profundamente, e desesperadamente em vão ela tentava sair daquela ilha, mas não havia barco, Will levou o barco consigo, nem nenhum navio havia se aproximado o suficiente para que ela pudesse pedir ajuda. Acender fogueiras era impossível, ela não tinha facas, nem armas, absolutamente nada.
A filha do falecido ex-governador de Port Royal agora era uma mulher miserável em todos os sentidos possíveis, uma pobre viúva maltrapilha que vagava de um lado para o outro, comendo as frutas do lugar e bebendo rum – sim, o rum, a maldita bebida vil – que ela tinha encontrado em barris num buraco aberto na sombra de uma árvore que ela não sabia o nome.
Ao poucos havia se viciado no rum, e agora bebia sem parar, pois queria esquecer a dureza do mundo, e tudo de ruim que havia acontecido, chorava e cantava bem alto, quase gritando "Yo Ho, Yo Ho, A pirate's life for me!"
Mas às vezes o canto e o grito se transformavam em um simples sussurro, quase inaudível.
O próprio Rei Pirata, ou Rainha, definhando.
Logo começou a se amaldiçoar por ter se casado, amaldiçoou Will e o insuportável coração no baú que não parava de bater. Se amaldiçoou por ter libertado sua tripulação que herdou de São Feng para que eles voltassem para Cingapura, amaldiçoava tudo o que lhe vinha a cabeça, pois estava quase sempre bêbada.
Estava a ponto de enlouquecer.
Então ela começou a conversar com as árvores, com os barris e as garrafas de rum – bebia mais rum do que água, já que a pequena cascata ficava no topo do monte da ilha – e também gostava de trocar idéias com a areia, até com a Lua e as estrelas ela falava.
Os pássaros eram seus "amiguinhos" preferidos, mas quando aparecia algum pardal ela ficava brava e jogava areia neles. Eles lembravam um dito pirata. Mas que inferno.
Onde estava Jack Sparrow que não vinha logo salvá-la? Sim, pois sempre que ela estava em perigo ele aparecia e a protegia com aquelas asinhas que só os pardais têm, aparentemente frágeis, mas que escondem uma força sobrenatural.
Sempre que ela estava em apuros, ele cruzava seu caminho, com aquele andar trôpego e charmoso que só ele tem. Ele era muito melhor do que aqueles príncipes belos e corretos em seus cavalos brancos das histórias idiotas que as babás faziam ela ouvir quando criança.
Jack era um Pirata, e que palavra maravilhosa de se ouvir saindo dos lábios dele. E o beijo? O melhor de todos. Aquele tinha sido O BEIJO de sua vida e o da morte dele. Mas ela não tinha o beijado apenas para prendê-lo e salvar a todos, não, ela o beijou porque não agüentava mais estar perto dele, sentir o cheiro dele – ele tinha um cheiro completamente desconhecido a ela, era exótico e excitante, não era como Will que cheirava sempre a fumaça – e não poder tocá-lo como ela – e ele – queria e merecia. Sabia que era errado, mas ela não pensou duas vezes antes de prensá-lo contra o mastro principal do Pérola.
E a cara que ele fez a ela depois que ela quebrou o beijo – ele esperava que durasse mais – foi incrível! O safado estava feliz! Sim, muito feliz! Tão feliz que sorria, diabolicamente, mas sorria.
Tudo isso agora não passava de lembranças, eram boas e ruins ao mesmo tempo, mas ela não deixava de lembrar disso todos os dias.
Bebia para esquecer, mas o rum só a fazia lembrar e chorar.
