Uma coroa de flores foi colocada em sua cabeça. Flores do campo, cheirosas. Ela tremeu, quando o homem a quem chamava de pai, lhe olhou.

– Se houvesse uma maneira de lhe salvar, não tenha duvidas que eu faria isso.

– e-eu compreendo. – ela abaixou a cabeça.

– Os deuses estão lhe esperando, Hinata. – o homem que estava cuidando de todos os preparativos, falou, entrando no aposento que ela estava sendo preparada.

Os deuses... ela abaixou o olhar. A cada dezena de anos, aquela cerimônia acontecia. Uma virgem era selecionada e a frente de todos, ela alem de ser violada, também perdia a vida.

Era a maneira que konoha encontrara, para fazer que os deuses não mandassem o demônio em forma de raposa. Se aquela seleção acontecesse um mês após, ela não teria sido sequer cogitada. Pois seu casamento com o homem que amava, Naruto Uzumaki, aconteceria no curso normal das coisas, poucos dias antes do mês completar.

Tremula, Hinata começou a caminhar. O impulso de fugir ainda gritava em seus ouvidos, mas ela sabia que não precisava tentar. A punição para isso seria que ao invés de apenas um violador, todos os homens que a cercavam, se serviriam dela, para igualmente depois ela ter o seu pescoço cortado.

A influencia de Hiashi, não lhe salvara a vida. Mas salvara sua dignidade. Ele conseguira, que ninguém estivesse presente no momento tanto da perda de sua virgindade, como de sua morte. Apenas isso ele conseguira.

O homem que tiraria seu sangue de virgem, seria o mesmo que lhe cortaria o pescoço. Hinata caminhava de maneira lenta, tentando prolongar minimamente sua vida. Quando os sacerdotes se curvaram, perante sua presença, as lagrimas que ela contivera a custo, começaram a fluir. Hinata não conseguiu mais parar de chorar, silenciosamente.

Aquele momento deveria ser de Naruto! Era ele quem... A sacerdotisa Tsunade, obrigou-a a ir adiante.

– Vamos, menina. – Tsunade a encorajou. – Sua vida salvara a todos nós!

O altar do sacrifício estava localizado na parte superior do templo. Quando Hinata começou a subir os degraus, que a levariam até ele, os cinco sacerdotes ajoelharam-se, colocando a cabeça no chao. Tsunade, a única mulher permitida alem do sacrifício, começou a subir com ela.

Hinata usava um vestido fluido, que não deixava nenhum olhar malicioso imaginar como seria seu corpo. Os pés, nus, tocavam o chao frio, no inicio daquela manhã.

O altar era simples. Um bloco de pedra branca, cujas medidas serviriam a uma cama de solteiro. Tsunade a fez deitar-se, amarrando entao suas mãos, esticadas acima de sua cabeça.

Num ultimo gesto de simpatia, a sacerdotisa a beijou levemente na cabeça.

Espero que não sofra muito, minha querida. Tenha uma morte feliz – Tsunade abaixou a cabeça e desceu pelo caminho que fizera.

A Hinata, apenas coube continuar chorando e esperar pelo seu algoz. Que roubaria tudo que pertencia a Naruto. Sua vida. Sua virgindade.

– - - - -

Ele aproximou-se devagar. Ironicamente, aquela era uma situação que iria acontecer, mas não da maneira como ele sonhava. Como queria. O punhal que deveria rasgar a garganta de Hinata estava em suas mãos.

Ele caminhou até ela, encontrando-a de olhos fechados, as lagrimas enfeiando o lindo rosto da mulher a quem ele amava. Com um movimento certeiro, ele desamarrou as mãos de Hinata, que apenas estremeceu, lagrimas mais grossas escorrendo em seu rosto.

– Eles me escolheram. – todo o desespero que sentia colocado naquelas palavras.

Ao escutar a voz masculina, Hinata abriu os olhos.

– Não. – ela sussurrou.

– Sim. – se ele não o fizesse, ela seria entregue a todos. Qualquer um a tomaria. Qualquer um botaria suas mãos nela... Qualquer um poderia mata-la. Ele sequer a veria, já estando morto muito antes disso. Pois não permitiria que qualquer outro homem, alem dele, a beijasse. Tomasse seus seios nas mãos. Entrasse no corpo feminino.

Ela fechou os olhos, como se ele a estivesse apunhalando naquele momento. Ambos tremiam.

– Hinata... – ele começou a falar, sendo interrompido pela mao dela, que colocou-se em seus lábios.

– Que... Que seja feita a vontade dos deuses... – a morena falou, os lábios tremendo. Naruto curvou a cabeça, encostando a testa na dela.

– Será uma única vez... mas será a melhor coisa que você fez na vida. – Naruto jurou, antes de pegar os lábios dela com os seus.