Tentação
E aqui estou eu, com mais uma fic para vocês! Fiquei muito satisfeita com a repercussão da anterior e é incrível ver como, mesmo depois de meses após seu termino, ela continua rendendo reviews e "fãs".
Esta é muito mais light que a anterior, mas podem esperar por momentos mais íntimos!
Funciona da mesma maneira que a anterior, quanto mais reviews eu receber, mais rápido atualizarei!
Enjoy!
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Desde que descobrira que Victoria estava me caçando, Edward tornara-se muito chato e controlador, e eu definitivamente não gostava desse seu lado quase maníaco.
Até mesmo quando estávamos na casa dos Cullen, rodeados de tantos vampiros que eu duvido que Victoria se atrevesse a tentar algo, ele se mantinha atento. E isso acabava destruindo qualquer clima romântico que pudesse surgir quando estávamos juntos.
Edward não queria saber de planos para sair de Forks, mas eu precisava respirar um ar diferente. Toda aquela tensão me deixava hiperativa e estressada.
Ainda faltava metade da aula de literatura para podermos sair. Eu olhava constantemente para o relógio, sem nenhuma atenção no que o professor dizia. Perdida que estava nos meus pensamentos, quase não percebi que Edward me passava um bilhete discretamente.
"Nós vamos para minha casa hoje."
Franzi o cenho, irritada de ter que discutir pela milésima vez aquele assunto, e pelo tom imperativo que ele havia usado; respondi mal criada:
"Não vamos, não. Charlie está me esperando"
Mal eu havia me voltado para encarar o quadro novamente e o bilhete já havia voltado. O recado me incomodou ainda mais e soltei um muxoxo quando vi que não tinha mais o que discutir.
"Já conversei com ele sobre isso. Dei a desculpa de que era uma reunião para o desenvolvimento de uma atividade."
Senti seus olhos em cima de mim, esperando uma resposta, mas tudo o que fiz foi rasgar o bilhete em minúsculos pedaços e continuar a minha silenciosa contagem para o final da aula.
~°O°~
- Você não parece muito satisfeita...
Dentro do maldito Volvo finalmente Edward havia resolvido dizer alguma coisa. Para o azar dele, eu estava resolvida a não manter qualquer diálogo com ele.
- O que eu fiz dessa vez, Bella?
Eu sabia que ele estava com aquele olhar melancólico e culpado e sabia que, se olhasse para ele naquele momento, não conseguiria manter minha pose indiferente. Eu só não esperava sentir seus dedos gélidos em meu queixo, forçando-me a virar o rosto em sua direção.
- Bella?
- Mantenha as mãos no volante.
- Mas nós já chegamos.
Olhei pelo vidro do carro e constatei que ele estava certo. Soltei um suspiro indignado, sentindo-me um pouco idiota, e finalmente me rendi àquela mão que não havia desistido.
- Você está me sufocando.
Murmurei zangada. Edward retirou a mão do meu rosto e largou-se melancólico no banco do motorista. Seu olhar continuava triste.
- Bella... Tudo o que tenho feito é para te proteger. Será que não pode ser grata por isso?
- Francamente, Edward! Não é como se Victoria fosse pular de dentro de um arbusto a qualquer momento!
- Toda vez que viermos para minha casa vamos ter essa discussão?
Eu me calei, aborrecida com o pouco caso que ele estava fazendo da situação. Desistindo de falar comigo, Edward desceu do carro e abriu a porta para que eu o acompanhasse. Definitivamente, não ia ser uma tarde divertida.
Por causa da recepção não muito calorosa dos outros Cullen, eu pude me lembrar da maldita sensibilidade auditiva dos vampiros. Com certeza eles tinham ouvido tudo e concordavam plenamente com Edward. Isso não ia ajudar a melhorar as coisas, então decidi tentar relaxar. Enquanto subíamos as escadas em direção ao seu quarto, Edward agarrou a minha mão e a levou ternamente aos lábios, murmurando um pedido de desculpas logo depois. Aquilo me sensibilizou um pouco.
- Tudo bem. Eu só não consigo lidar com essa vigilância toda...
- E eu realmente sinto muito por isso. Agora, você pode ir tomando um banho, se quiser, ou ler alguma coisa, enquanto eu vou discutir a possibilidade de relaxarmos um pouco com Carlisle. Quando estiver com fome, é só dizer.
E com um beijo na ponta do meu nariz, Edward me deixou na porta do seu quarto, voltando para o salão. Deixei-me cair na macia cama que foi adquirida apenas para meu uso e fechei os olhos tentando me livrar de toda aquela tensão. De fato, não era culpa de Edward nem de sua família se eu era um ímã para catástrofes. Eu não deveria estar tão zangada com pessoas que se preocupavam tanto com o meu bem-estar...
Determinada a melhorar o meu humor e a tentar salvar o resto do dia, me encaminhei para o banheiro. Um bom banho quente me faria relaxar e ajudaria a clarear as idéias.
~°O°~
- Edward, me perdoe por isso, mas eu tenho que concordar com Bella. Nós estamos parecendo, de fato, um bando de neuróticos.
Alice estava pousada confortavelmente nos braços de Jasper enquanto falava em tom preocupado.
A reunião feita às pressas pela família Cullen estava procurando uma alternativa menos rigorosa para vigiar Bella, fazendo com que ela se quer notasse que estava sendo protegida.
- Mas não podemos deixar o menor espaço para Victoria achar que pode se aproximar. É muito arriscado!
Jasper, como sempre, era mais cauteloso.
- Deixe que ela venha! Tenho certeza de que Alice e Rose dariam conta dela sem o menor esforço!
Rosalie sorriu de lado, demonstrando certo desprezo pela idéia que Emmet havia expressado.
- O que você acha Carlisle?
Edward estava confuso. Prezava pela segurança de sua Bella, mas não gostava de vê-la infeliz por causa do seu excesso de zelo. Sua preocupação com o bem estar dela não deveria causar tristeza e indignação, mas um sentimento de gratidão. Por que com ela as coisas tinham de ser tão difíceis?
- De fato, Edward, acho que estamos nos precipitando. Há meses que Alice não tem uma visão relacionada à Victoria e nem temos mais notícias nos jornais. Acredito que ela tenha recuado, portanto não precisamos mais ficar tão alertas.
Ao ver a expressão derrotada de Edward, Carlisle deu tapinhas de consolo em seu ombro e completou:
- Perdoe-me, filho. Mas verá que essa decisão é a mais acertada no momento.
Pouco convencido de que essa era a melhor opção, Edward encolheu os ombros, resignado e, com um breve gesto, retirou-se do salão e encaminhou-se às escadas. Era de se esperar que Bella estivesse com fome àquela altura.
~°O°~
Acabei levando mais tempo do que o necessário no banho. As roupas e todo o meu kit nécessaire estavam religiosamente nos seus lugares, como sempre estavam toda vez que eu ficava hospedada com os Cullen.
Eu estava morrendo de curiosidade sobre o que Edward e os outros haviam conversado em minha ausência, mas isso teria que esperar. Sabia muito bem que seria difícil extrair qualquer informação de um deles naquelas circunstâncias e no momento eu preferia tentar tornar as coisas mais agradáveis.
Deitei-me preguiçosamente na cama, pensando o que de útil poderia fazer para salvar o dia. Não tinha dever de casa por causa da proximidade da formatura; Os professores não queriam ser o motivo de uma histeria coletiva por que as pessoas não tiveram tempo de resolver os problemas que uma festa dessas envolvia. Meu pensamento me traiu e pude rever claramente as tardes ociosas que passava em La Push com Jacob... As coisas, de alguma maneira, eram mais simples e eu sentia falta daquele amigo que me apoiou num momento tão difícil.
Ao ouvir as suaves batidas na porta, forcei-me a voltar para o presente. Apesar do saudosismo, aquela foi a época mais sombria da minha vida. Eu não tinha porque desejar que ela voltasse.
- Pode entrar!
- Melhorou o humor?
- Sim. Nada que um bom banho quente não possa resolver!
O meu sorriso torto brincou em seus lábios e eu sabia que a discussão que tivemos tinha ficado no passado. Edward aproximou-se felinamente da cama e logo se juntou a mim. Permanecemos deitados, com o olhar fixo um no outro, apenas saboreando aquele momento calmo, um pedaço de felicidade. Aqueles olhos de ouro líquido ainda tinham um poder magnético sobre mim, eu seria incapaz de resistir a eles em qualquer que fosse a circunstância. Fechei os olhos, a fim de poder recuperar um pouco do oxigênio que já me faltava, mas antes que pudesse abri-los novamente, senti os lábios frios de Edward em meu queixo. Ele me puxou mais para perto, abraçando-me pela cintura e pondo uma mão na minha nuca, acariciando meus cabelos. Senti meu corpo dissolver-se em suas mãos e podia jurar que estava nas nuvens quando os nossos lábios se encontraram. Os meus moldando-se nos dele, com delicadeza e paixão. Suspirei longamente ao contato de nossas línguas. A oposição entre o quente do meu corpo e o frio do dele me provocava arrepios, mas eu não me sentia embaraçada dessa vez. Apertei-me mais de encontro ao seu corpo e esse movimento acabou disparando o alarme de excesso de intimidade que Edward adquirira... Pude sentir seu abraço afrouxar e o beijo tornar-se menos intenso gradativamente, até que cessou. Os olhos que me fitaram eram brilhantes de um sentimento que não pude identificar. Excitação, talvez?
- Ah, Bella...
Edward suspirou pesaroso e rolou na cama, puxando-me para apoiar a cabeça em seu peito de mármore.
- Não vou me desculpar.
- Eu sei...
Seguiu-se outro longo suspiro. Ficamos em silêncio por um tempo que me pareceu longo demais, tentando estabelecer um controle de nossas vontades.
- E então... Planos para o final de semana?
Edward quebrou o constrangimento entre nós e iniciou uma conversa despretensiosa, eu supunha.
- Ficar trancada aqui com você e sua família e ser obrigada a brincar de modelo com Alice?
- Ela não vai ficar feliz em ouvir você falando assim. Eu tenho uma proposta melhor, mas você tem que promoter que se comportará!
Apoiando-me nos cotovelos para vê-lo de cima, o encarei desconfiada por um instante. Edward deu um sorriso angelical. Levantei uma sobrancelha e fiz sinal para que ele continuasse.
- Conheço um lugar muito bonito, não muito longe daqui. Fica na nossa parte do território, assim não teremos problemas com os Quileutes. É um lago de água cristalina e pouco conhecido por ser de difícil acesso. Nessa época do ano, eu duvido que alguém se anime a ir. O que acha?
- Humm... E em que ponto exatamente eu teria que ser obediente?
Perguntei, desconfiada dessa proposta surgida do nada. Não fazia a menor idéia de que havia um lago perdido entre as árvores. Pareceu-me animador, não ter que passar os dias de folga trancafiada, mas havia algo de muito suspeito nisso tudo. Edward sorriu tranquilamente.
- Só não quero que você resolva fazer trilha sozinha, ou tente nadar sem que eu esteja por perto. Entenda, prefiro não dar espaço para o azar...
Não gostei daquela provocação, e dei-lhe uma pancadinha no ombro. Ele riu mais largamente e agarrou-me, fazendo com que eu caísse em cima dele. Edward beijou a ponta do meu nariz e perguntou:
- E então?
- Tudo bem então. Eu aceito a proposta!
