Ninguém está olhando por você!

N/A: Olá a todos!

Eu já sei o que vocês vão dizer: "Como assim cavaleiros de bronze com 15 e de ouro com 16! Ahhh Isuzu VTC!" E eu peço perdão (mais ou menos) por isso! Mas dêem uma chance pra essa fic doida aqui u.ú.Ela é um teste, meu primeiro universo alternativo depois de anos sem escrever fics, então sejam bonzinhos!

O título e parte da história é inspirado em uma série de livros, que depois virou mangá que depois virou anime chamada Maria-sama ga miteru (Maria-sama/Virgem Maria está olhando por você), é muio boa. Para quem já conhece, nela fica meio implícito um shoujo-ai e aqui, obviamente terá um shounen-ai implícito tmb, nada escandalosamente escandaloso (porque imaginar shounen-ai num colégio religioso já parece escandaloso o bastante)

Eu achei o sistema frère ligeiramente dificil de captar, se vocês acharem também vou repetir a posição de cada personagem no sistema no inicio dos capítulos até vocês decorarem!


Frère: irmão

Grand frère: irmão maior, irmaozão

Petit frère: Irmão menor, irmãozinho

Rosa gigantea : espécie nativa do nordeste da Índia e sudeste da China, no Himalaia, crescendo em altitudes de 1000 a 1500m. Como o nome diz é a maior espécie de rosa, suas pétalas podem ser brancas, creme ou amareladas.


ARCO 1 - Fleurs

Parte 1

O Colégio Aliança é tido como a melhor e mais tradicional escola católica do Japão. Além do excelente rol de docentes, a lista dos seus bem sucedidos egressos é gigantesca, contando com políticos, empresários, artistas, cientistas entre outros. Logicamente apenas a realeza, a nata da sociedade é capaz de enviar sua prole para um lugar assim, os homens pelo menos, já que a instituição é exclusiva para meninos. Lá os filhos dos nobres convivem desde o jardim de infância.

No Aliança, a fim de quebrar padrões de violência e bullying , e estimular a amizade e o companheirismo foi instituído o chamado " Sistema frère", ou irmandade. De forma bem simples, os alunos mais velhos deveriam adotar um aluno mais novo, como irmão menor, tornando–se seu irmão maior, e a partir dali ser responsável por ele, orientando-o e guiando-o dentro da escola.

Os alunos do Aliança se organizam em um Conselho Estudantil, o Sínodo, composto oficialmente por 6 alunos do terceiro ano colegial, esses são apelidados de Gêmeo, Sagitário, Touro, Câncer, Virgo e Capricórnio, semelhante a seis das doze constelações do zodíaco.

As reuniões se realizam em um prédio próximo ao campus, chamado pelos alunos de Santuário.

Assim, os populares alunos que compões o Sínodo se reúnem tentando conciliar sua vida escolar, os problemas pertinentes a adolescentes e as questões dos seus próprios universos particulares...


Estavam no segundo mês de aula.

Shun ultrapassara os pesados portões de ferro da entrada e seguia pelo caminho de pedras entre as inúmeras arvores frondosas do campus. Fora adiantado de ano na infância e assim, aos 14 anos, estava junto com seu irmão mais velho no primeiro ano do ensino médio da Aliança. Era tímido, sabia que possui dificuldades de se enturmar, bem diferente do irmão Ikki, que já no primeiro mês de aulas fora convidado por Grand frère Capricórnio para ser seu petit frère. Shun ainda não compreendia como funcionava o Sistema Frère, seu irmão até chegou a desenhar para ele! Retirou um papel do bolso com as notas de Ikki.

Presidentes (em geral terceiro ano): Os presidentes são chamados por todos de Grand frère: Saga (Grand frère Gêmeo), Aiolos (Grand frère Sagitário), Aldebaran(Grand frère Touro), Mask(Grand frère Câncer), Shaka(Grand frère Virgo), Shura(Grand frère Capricórnio).

"Irmãos" dos presidentes (em geral segundo ano): Os irmãos dos presidentes são conhecidos como petit frère: Camus (petit frère gêmeos), Mu (petit frère touro), Kanon (petit frère Câncer), Afrodite (petit frère Virgo) e Ikki (petit frère Capricórnio)

Para deixar o sistema insuportavelmente complicado (na opinião de Shun), os petit frère também possuíam irmãos, chamados apenas de frére.

Irmãos dos petit frère (em geral primeiro ano): Hyoga (frère de Camus), Seiya (frère de Aioria), Shiryu (frére de Mu) e Milo (frére de Kanon).

Shun voltou a colocar o papel no bolso da calça do uniforme.

Pelo que seu irmão havia fofocado, Afrodite chamara Milo para ser seu frére, mas esse o preterira por Kanon. Já Ikki fora uma supresa. Não é do feitio dos presidentes do conselho escolher algum novato do primeiro ano como petit frère, mas sabia que seu irmão é uma pessoa especial. Atlético, carismático, às vezes um tanto rude é verdade, mas com certeza extremamente digno de admiração.

Já Shun era apenas mais um garoto magrelo e estabanado igual a tantos outros. Por isso achava melhor se afastar do irmão na escola, não seria um estorvo para ele ali, onde ele parecia estar se despontando tão bem.

Sabia que Ikki queria fazê-lo seu frère, mas os alunos novos como eles não são permitidos de possuírem "irmãos" para guiar. Shun riu com a lembrança. Quando o irmão propusera, ele falou que nunca poderia aceitar.

"Já não basta sermos irmão de verdade?" Shun disse. E levara o maior cascudo da vida por aquele comentário.

Parou em frente a estatua da Virgem Maria, na lateral do caminho em direção ao prédio principal das aulas. Juntou as mãos e fez a sua prece. A estátua da Virgem era grande, mais alta que ele próprio, com um arbusto nascendo na base. Esse arbusto era rodeado de arame e possuía uma estaca de apoio, mas o que chamava a atenção era uma única flor branca que desabrochara. Shun nunca vira tal flor, era enorme e muito perfumada, ajoelhou-se tocando suas pétalas com a ponta dos dedos.

-Essa é a Rosa gigantea. – Aquela voz veio atrás de si.

-Nunca vi flor parecida!- Shun exclamou sem se virar. - Ainda mais uma rosa!

-Porque não são nativas daqui. São naturais da China e Índia, muito difíceis de cultivar. – A voz respondera.

-Isso é incrível!

Quando se virara Shun caiu sentado na grama com o susto. Aquele falando tão tranquilamente consigo era Afrodite! O petit frère Virgo!

-Você é desastrado ein garoto? – Afrodite parecia muito sério, o que intimidou Shun.

Levantou-se num pulo desengonçado, batendo as mãos nas calças tentando retirar os vestígios de grama.

Os Grand frère e seus respectivos petit frère são muito admirados por todos na escola. São quase todos idealizados, não existia dúvidas que assumiriam lugares de destaque na sociedade. Eram bonitos, cada um de uma família mais inflente que a outra, se destacavam nas mais variadas atividades dos clubes da escola.

E na verdade Shun admirava secretamente ainda mais o petit frère Virgo. Afrodte, assim como ele, possuía uma aparência frágil, até delicada. Mas sua postura era firme e decidida, "tão diferente de mim!", pensava.

Pelo que sabia Afrodite era membro do clube de artes marciais e praticante de Aikido. Mesmo com 16 anos já era segundo Dan, um recorde impossível para os meros mortais. Aquilo definitivamente contrastava com a sua aparência, os cabelos loiros compridos que faziam cachos delicados nas pontas e os olhos azuis

Shun suspirou. Ele sim parecia frágil e delicado. Afrodite era somente belo, forte e determinado.

- Você realmente devia dedicar mais tempo em aprumar seu uniforme. – Afrodite se aproximara apertando a gravata verde que compunha o uniforme escolar de Shun. – A Virgem Maria merece um pouco mais de cuidado.

-De-desculpe! –Shun gaguejou, fez uma leve mesura oriental.

-Tenha um bom dia! – E o petit frère Virgo partiu.

Suspirou aliviado quando viu que Afrodite se virara para seguir seu caminho. Além de todas as qualidades já apontadas, Afrodite tinha os modos de um membro da realeza.

Viu que um tanto de outros jovens o olhavam com certa admiração, afinal, ele fora digno das palavras de Afrodite Larsson

Shun seguiu seu caminho. Ainda faltava um tanto para as aulas começarem.


Afrodite tentava não demonstrar sua impaciência. Seguiu a passos rápidos até o Santuário, na reunião do Sínodo que ocorre antes das aulas. Adentrou o sobrado branco que era o quartel general deles, subiu as escadas e adentrou a sala de reuniões. Giovani, ou Mask como era apelidado, tomava café; Shaka e Saga jogavam xadrez. Shura, Aldebaran e Aioros brincavam com o pebolim.

-Até que enfim Fiore! –Mask estendeu a ele uma xícara de café. –Era com você mesmo que precisávamos falar.

Afrodite suspirou. Odiava o apelido do carcamano, mas sabia que se transparecesse aí sim nunca se livraria dele.

-Onde estão os outros? – Correu os olhos pela grande sala. Era o único petit frère presente.

-Chegaram cedo e receberam algumas tarefas para o festival de boas vindas. – Falou Saga com uma careta, após ter seu rei derrubado por Shaka.

- E foi decidido algo?- Afrodite perguntou, ignorando o puxão de orelha de Saga pelo seu atraso.

-Sim, o conselho de professores escolheu a atração principal do festival. - Shaka respondeu. Afrodite conhecia seu Grand frère bem demais, aquele sorriso que ele portava era... Assustador.

- E será? – Shaka riu do ar desconfiado de Afrodite.

- Uma peça de teatro!- Aiolos respondeu rindo. Afrodite há muito já sentia como se todos soubessem de algo que ele não sabia. – Os discentes escolheram Cinderela. – Agora Aiolos e Saga riam.

-Alguém lembrou a eles que nessa escola só existem homens? Não podemos fazer Cinderela! – Afrodite bufou. Ao olhar que todos os Grand frère riam compreendeu.

-E-eu NÃO vou ser Cinderela!- Exasperou.

-Você é perfeito Fiore! Se te colocarmos num vestido nem saberão! O seu cabelo loiro comprido já até faz parte da fantasia! – Mask completou.

-Me recuso! – Afrodite arregalou os olhos em desespero. "Porque comigo senhor?"

-Infelizmente você não tem muita escolha. – Saga proferiu. – Já votamos, está tudo certo. Amanhã Hyoga iniciará a instrução dos coadjuvantes para a cena da valsa. E você deve comparecer.

-Eu não votei oras! – Afrodite não tentava mais esconder seu nervosismo.

- Enquanto você não arranjar um frère seu voto não conta "irmãozinho". – Shaka passou o braço ao redor dos ombros de seu petit frère.

-Isso. Não podemos confiar na opinião de alguém que não é nem ao menos capaz de guiar seu frère! – Aldebaran cruzou os braços sobre o peito largo.

-Além disso, existe outro problema. Não existe outro que possa substituí-lo Dite. – Shura se aproximara.- O seus traços delicados são únicos.

Afrodite mordeu o lábio em irritação

-Se eu achar um frère, alguém que seja viável para o papel de Cinderela, você me libertam desse compromisso? – O petit frère Virgo mantinha a cabeça abaixada.

Saga fechou os olhos, pensando.

-Você sabe que é difícil certo? Além da tarefa de achar um frère, tarefa essa na qual você falhou miseravelmente pelos últimos dois meses, ele deve ser capaz de substituí-lo na peça. – Saga sorriu, apesar de ter provocado o mais jovem ele sorria com confiança.

-Acharei alguém.

Saga observou os demais Grand frère. Todos deram os ombros

-Temos um acordo então.


Shun terminara a limpeza da sala após as aulas. Pegou um pequeno embrulho, sua professora pedira que entregasse a Ikki aqueles documentos para a avaliação do Sínodo. Suspirou. Teria que ir até o Santuário entregar os papéis a Ikki, tudo o que menos queria.

Fez seu caminho tranquilamente, chegando à soleira da porta do sobrado usado pelo Conselho estudantil. Estava quase batendo na porta quando ouviu atrás de si.

-Você está procurando alguém?

Shun se virou para encarar o interlocutor. Sim, o conhecia. Era Hyoga, frère de Camus, do primeiro ano igual a ele. Shun se impressionou como a pele do jovem era branca, como seus olhos poderiam ser tão azuis e seus cabelos tão loiros.

-Ah! E... Estou procurando Ikki Amamya!

- Bem, então devemos entrar. – O jovem sorriu, passou a frente de Shun e abriu a porta.

- Você é...- Hyoga se virara para encara-lo.

-Shun, Shun Amamya.- Abaixou o rosto. Droga! Não devia ter dito o sobrenome.

-Então você e o Ikki são...

-Irmãos, sim.

- Ele nunca comentou sobre isso. - Hyoga subiu as escadas para o segundo andar.

-Ah! Isso fui eu quem pediu – Shun coçou a cabeça. Tinha sido infantil se esconder dos novos amigos de seu irmão.

-Por quê? – Hyoga aproximou o rosto do dele, fazendo Shun corar. Isso provocou um riso no loiro. – Entendi! Você é estupidamente tímido não é?

-A-ah! – Shun só queria um buraco para se esconder

-Hyoga o que está fazendo?

Shun se virou para o pé da escada onde Afrodite os observava com seu rosto indecifrável. Viu Hyoga se virar e sorrir para Afrodite.

-Ele está buscando Ikki. – Apontou para Shun. - Seria indelicado fazê-lo esperar em pé, vou levá-lo para a sala de reunião.

-Entendo. – Afrodite os alcançou na escada.

Olhou Shun de cima a baixo, o que fez o moreno corar furiosamente. Afrodite passou a mão pelos cabelos de Shun, que eram razoavelmente compridos na altura dos ombros. Shun corou ainda mais com o sorriso que o petit frère Virgo deu. Ele realmente era bonito.

-Você é perfeito! Venha comigo!- Segurou o pulso de Shun e subiu as escadas apressadamente, passando na frente de Hyoga.

-Es-espere! E-eu não... – Apertou o pacote para seu irmão contra o corpo.

Quando Shun percebeu estava na grande sala de reuniões do Santuário, com muitas pessoas olhando para si, Ikki incluso. Com a entrada deles, Shaka, o grand frère Virgo, se aproximou.

-O que está fazendo Afrodite?

-Irmão, queria que conhecesse meu frère... – Afrodite passou o braço ao redor dos ombros de Shun o trazendo para perto.

A pausa que se seguira deixara o pobre Shun ainda mais constrangido. Afrodite estava convidando-o para ser seu frère e nem ao menos sabia o seu nome?

-Ah! Apresente-se! – Afrodite comandou.

-E-eu sou Shun Amamya!

-Sim, Shun será meu frère. – Afrodite apertou ainda mais os braços ao redor do jovem.

-Ei ei ei espere aí! É do meu irmão que estamos falando! –Ikki se levantou. – O que está acontecendo? Shun você vai ser o frère dele?

-E-eu só...

-Ele irá Ikki! Veja só, - Afrodite retirou do bolso do paletó do uniforme um rosário de contas escuras e crucifixo de aparência envelhecida. Pegou as mãos de Shun nas suas. – Shun, aceite esse rosário. Ele mostra que eu serei seu responsável de agora em diante.

-Espere Afrodite. - Shaka interrompeu. – Não deixe que seus desejos egoístas forcem o garoto a nada.

Diante daquilo Afrodite emudeceu.

-Sim, o meu irmão tem o direito de dizer o que quer! – Ikki completou.

Shun respirou fundo. Admirava Afrodite, seu jeito forte e decidido apesar da aparência frágil. Gostaria de ser como ele, conhecê-lo. Sob essa perspectiva ser seu frère o faria extremamente feliz, mas, aquilo não estava correto. Um irmão mais velho deve se importar com seu irmão mais novo, ser seu companheiro e o apoiar. Não se conheciam, como poderiam assumir aquele tipo de responsabilidade um pelo outro? Não podia fazer aquilo...

-Eu admiro muito Afrodite-san e me faria feliz ser seu frère. – Afrodite sorriu, mas o que viu ali não era alegria era...Vitória? Então tomou fôlego para continuar. – Mas eu não posso aceitar isso. Desculpe-me. – Empurrou o rosário de volta para Afrodite que o olhava embasbacado.

Uma gargalhada foi ouvida e Shun identificou surpreso que quem ria era Kanon, irmão gêmeo do Grand frère Gêmeo Saga. A lembrança de que os dois eram irmãos fez Shun se perguntar por que Camus era o Petit frère Gêmeo e não Kanon, e porque Kanon estava atrasado um ano em relação à Saga.

-Ser rejeitado duas vezes! Isso deve doer Afrodite! – Kanon ainda sorria.

Milo se aproximou de Kanon dando- lhe um "pedala".

-Isso foi rude e desnecessário irmão. –Milo voltou para seu lugar anterior puxando Kanon consigo.

Shun viu os lábios de Afrodite tremerem de frustração.

-Ora Afrodite, ser a Cinderela da peça não é tão ruim assim. –Saga agora se aproximara.

-Ci-cinderela? – Shun encarava Afrodite que encarava o chão.

-Sim, sim meu querido calouro. A razão para o nosso amigo Afrodite estar tão desesperado em te fazer seu frère é para que você o substitua na peça como Cinderela. – Saga puxou o jovem Shun para uma cadeira na mesa de reuniões. - Aceita Chá? Café?

- Ah... Café obrigado. – Disse Shun se sentando meio atordoado. Era óbvio que havia mais dessa história do que aparentava, mas aquela constatação doeu. Era um objeto para aquele garoto?

-Mas temos que admitir que Afrodite trabalhou rápido e achou alguém a sua altura. – Shura se sentou ao lado de Shun e puxou a sua bochecha. – Quem diria que da mesma fôrma do Ikki sairia alguém assim?

- Vo-você sabe! – Shun pousou a xícara na mesa.

-O Ikki bem que tentou te esconder, mas eu sou "irmão" dele também oras. Isso faz tudo ficar em família. A propósito, - Shura estendeu a mão ao Amamya mais novo. – Sou Shura Ortiz, grand frère do seu irmão.

-Muito prazer! – Shun aceitou a mão do mais velho.

-E eu sou Saga Venizélos, aquele ali como você pode imaginar é meu irmão de verdade, Kanon.

-É um prazer conhece-lo! – Shun acenou. Aquilo parecia surreal, até umas horas trás era apenas mais um desconhecido, e agora estava ali. No santuário, com todos do Sínodo, conversando com ele de igual pra igual.

-Acho que também devo me apresentar, depois desse... Contratempo envolvendo meu petit frère. Sou Shaka Narayan, e você já deve conhecer Afrodite Larsson certo?

Shun apenas afirmou com a cabeça. Não podia ignorar que o outro quase passara por cima de si para ver feito sua vontade. Não combinava em nada com a imagem que havia feito dele.

-Ikki irmãozinho, Porque não apresenta Shun aos demais? – Shura virou para perguntar e Ikki bufou. – Vamos, não poderia escondê-lo por muito tempo...

-Aqueles ali... –Ikki apontou para a mesa de pebolim, onde 4 jovens disputavam alheios a conversa. – Você deve conhecer, são calouros como nós. Hyoga Yukida, Seiya Ogawara, Shiryu Suyama e Milo Venizélos.

- Sim... Milo é da minha classe... – Shun observou o jovem. – Mas você disse Venizélos então...

-Milo é nosso primo. – Completou Saga. – Assim como Kanon ele perdeu um ano na escola, por isso está na classe de vocês.

-Entendo. – Shun achou apropriado não perguntar mais nada. – E aquele é seu Petit frère... É Camus Raffarin, ele trabalha na biblioteca.

-Sim. E aqueles ali lidando com papelada são Aldebaran Agner e seu petit frère Mu Zhang.

Shun se impressionou, ouvira falar que Aldebaran era a estrela do clube de arco e flecha, atividade que não é em nada compatível com o porte gigante do outro. Na verdade os movimentos dele eram bem fluidos para alguém grande.

-Dos que estão presentes só ficou faltando o Giovani Azeglio...- Saga buscou o outro com os olhos.

-Pode deixar que eu mesmo me apresento Saga. Pode me chamar de Mask. Eu só queria lembrar a todos que ainda temos uma peça para organizar. – Mask olhou para Afrodite que ainda mantinha a cabeça baixa.

Afrodite então encarou Shun e seu rosto voltara a ser uma máscara.

-Se você recusou meu pedido então acredito que possa se retirar do Santuário, os assuntos discutidos aqui são sigilosos. – A voz do outro era fria, porem não rude.

Shun sabia que aquilo era verdade, tivera seus segundos como parte do Sínodo, mas era hora de ir.

-Afrodite tem razão, eu só vim aqui para deixar isso com você Ikki – Shun empurrou o pacote na direção do irmão.

Levantou-se da cadeira e ensaiou alguns passos sob fortes protestos de Ikki, quando a porta se abriu com força.

-Oe! – Dois jovens passaram por ele segurando uma caixa enorme de papelão. Ela caiu com um estrondo no chão. Saga levantou-se da cadeira. Aioria procurava algo no meio dos materiais da caixa.

-Aiolos, posso saber o que é isso? – Saga puxou uma peruca roxa comprida da caixa.

- Eu e Aoiria fomos até a Academia Lilian para Moças pedir doações para nossa peça. Esses foram os materiais que consegui.

-Olha só isso aqui!- Aioria retirava de dentro da caixa um vestido branco esvoaçante, sem mangas, com detalhes em dourado na cintura. – Esse é seu Afrodite! Seu vestido de Cinderela!

Shun viu Afrodite tentar se conter, mas seus lábios crisparam e suas mãos tremiam. Pensou que talvez houvesse uma razão para ele ficar tão abalado com a peça.

-Ah... Eu acho que... – Shun começou em voz baixa. Aiolos e Aioria se viraram para ele.

-Quem é esse aí? - Aiolos perguntou.

-É o irmão do Ikki. – Shura respondeu

-Como eu ia dizendo. – Shun aumentou sua voz. – Acho que se Afrodite não quer fazer o papel, o mais correto seria respeitar sua vontade.

A frase saiu de uma vez, Shun estava muito envergonhado, mas não achava justo com o petit frère Virgo. Já Afrodite o olhava como se ele fosse um ET, tinha consciência que colocara o jovem em uma situação difícil, tudo para fugir do seu pavor em participar da peça, mas ainda sim Shun o defendera.

-Entendi. Você se importa com Afrodite não é? – Shura falou.

Shun apenas assentiu com cabeça.

-Então eu tenho uma proposta. Afrodite, se conseguir fazer de Shun seu frère nós o liberamos do papel. – Shun sorriu, então era fácil. - Maaaaas, para que Shun não aceite apenas para lhe fazer o favor, Shun, se aceitar, deverá substituir Afrodite. – O sorriso murchou. Queria ajudá-lo, mas não participaria da peça.

-Olha Shura eu...

-Você acha impossível Afrodite te convencer a ser seu frère Shun?

Shun olhou Afrodite, este o encarava determinado.

-Eu aceito a proposta...

Só esperava sair ileso disso tudo.


N/A: Obrigada a todos que chegaram aqui! Comentários fazem escritores felizes =)