Cap 1 - Baby's coming back.

( Lea's POV )

Acordei com o barulho das cortinas sendo abertas e a voz doce de minha mãe que dizia para levantar logo, antes que eu me atrasasse para o colégio, e com certeza, isso não é uma coisa legal para se fazer já no seu primeiro dia de aula. Então assim que minha mãe se retirou do quarto, me desejando um bom dia, e informando que já estava de saída para o trabalho, eu me levantei da cama.
Olhei o quarto ao meu redor, ainda haviam algumas caixas a serem desembrulhadas, mas isso eu terminaria depois. Ainda estava cansada de ter passado o final de semana inteiro cuidando da mudança e arrumando o resto da casa com a minha mãe.
O Sol iluminava todo o quarto, o que definitivamente era algo que não acontecia em Nova Iorque, que por sua vez vivia com o céu nublado, não que eu esteja reclamando, não! Eu adorava Nova Iorque, mas não nego que senti saudades de São Francisco, principalmente das amizades que eu sempre tive aqui, e nunca consegui encontrar iguais do outro lado do país. Mas deixa eu ir me trocar antes que me atrase.
Me espreguicei enquanto ia para o banheiro, tomei um banho rápido, afinal eu estava atrasada e não poderia me dar ao luxo de demorar alguns minutos a mais no chuveiro.
Depois de pronta, olhei para o espelho, satisfeita com o que via. É, eu havia mudado muito durante esses cinco anos em que estive longe, aposto que metade daquele colégio não me reconheceria. Olhei então para o relógio e me arrependi, pois é, eu tinha menos de 15 minutos para ir até o colégio, e tenho que dizer que andando no ritmo que eu ando, eu demoraria pelo menos uns 20 minutos, mas tudo bem, correr faz bem. Então, antes que me atrasasse mais, desci correndo as escadas, agarrei uma maçã na fruteira e sai ruma a escola. E pode-se dizer que eu corri, como nunca.
Mas eu queria ver a reação das pessoas quando eu entrasse por aqueles portões, e elas me vissem, seria bem engraçado. Afinal, Lea Michele estava de volta a Califórnia baby!

(Dianna's POV)

Legal, ainda faltavam mais de 30 minutos para o sinal bater e eu já estou aqui, sentada embaixo de uma grande árvore no meio do pátio. esperando que algum conhecido chegasse, mas eu sei que isso não será algo muito provável de acontecer, porque as pessoas normais não chegam tão cedo. A essa hora, com certeza, muitas ainda estão dormindo. São bem poucas as pessoas pontuais hoje em dia. Não que eu mesma seja uma dessas pessoas super pontuais, mas não podia negar a carona até a escola que minha mãe me ofereceu essa manhã, me pouparia uma bela caminhada. Mas o único problema é que minha mãe sempre está muito adiantada. Mas enfim, já estou aqui e não posso reclamar.

Continuei ali, pensando na vida e descascando o esmalte preto das minhas unhas. E então uns 10 minutos, ou mais, se passaram e o pátio do colégio começou a ficar um pouco cheio de alunos, esses que conversavam animados sobre o final de semana. Aparentemente eles tinham muitas novidades, e um final de semana agitado, diferente de mim, que fui pra Georgia, visitar meus avós maternos.

Estava procurando algum rosto conhecido na multidão quando a vi. Ela vinha andando pelo pátio. Nunca a tinha visto por aqui, provavelmente era nova, mas aquele rosto, ele não me era desconhecido, me lembrava alguém, só não sei quem. Mas não, definitivamente ela era nova, percebi isso pela forma que ela olhava meio perdida a sua volta. Pensei em me aproximar e perguntar se ela precisava de ajuda, mas achei melhor ficar quieta no meu lugar, nem sabia quem era a garota, nem se ela era nova, era melhor não arriscar a acabar passando a maior vergonha, ou então envergonhando a coitada.

Mas eu simplesmente não conseguia desviar meu olhar, ela realmente me chamava a atenção. E eu não faço idéia do porquê. Bom, ela era uma garota bonita, mas nada de muito diferente. Os cabelos escuros caiam um pouco abaixo dos ombros, eram lisos, a pele morena, provavelmente resultado de horas ao Sol para conseguir o brionzeado perfeito. É, ela tinha cara de quem ficava oras deitada na praia, fritando, só pra conseguir uma cor menos cadavérica. Diferente de mim, que não fazia questão nenhuma de me bronzear. Mas bom, voltando a garota, ela tinha um sorriso nos lábios, um sorriso estranho, era como se ela estivesse satisfeita de estar ali, e as vezes dava a sensação de que ela estava recordando de algo.

Minha atenção foi desviada da aluna nova assim que senti uma coisa pulando em minhas costas , me assustando e quase me derrubando no chão. Aquela gorda! Eu sabia que era Cassie ali, pendurada em mim, quase me enforcando. Implorei para que ela me deixasse livre, e assim eu pudesse respirar, e ela o fez. Então me virei na direção dela, e lá estava ela, com os cabelos compridos e incrivelmente lisos, e ao seu lado estava Taylor, com os seus lindos cachinhos e rostinho de criança. Taylor e Cassie eram meus melhores amigos desde que eu aprendi a falar. Moramos perto, e nossos pais sempre foram bastante amigos.

- Achei que não viriam hoje. - resmunguei enquanto pegava minha bolsa do chão e a pendurava sobre meus ombros, indo em direção a escola, já que agora o sinal já havia batido, e eu não queria me atrasaar e depois ter que ouvir os sermões da Professora de história.

- Nunca! Ainda mais hoje que tenho uma surpresa pra você. - Cassie falava completamente eufórica. Não entendia toda aquela felicidade as 8:00 horas da manhã.

- Bom meninas, eu vou indo - Taylor deu um beijo na testa de cada uma e foi em direção a sua sala. Já que ele era um ano mais novo que nós duas, ele não era de nossa classe. - AA ,e Cas, não esquece de tirar uma foto da cara dela quando ela descobrir. - ele se virou e gritou pra Cassie. Fiquei sem entender, mas eu saibia que aquilo tinha a ver com a minha então apenas levantou o polegar pra ele, que voltou a correr pelo corredor com os cachinhos pulando. Era uma cena engraçada de se ver.

- Mas e então, o que vocês dois tem de tão importante assim pra me falar? - perguntei enquanto nós nos sentavamos em nossas respectivas carteiras.

Cassie não respondeu nada, apenas riu e balançou a cabeça. Mas antes que eu pudesse protestar a professora entou na sala, já batendo na mesa e pedindo silêncio e ordem na classe.

- Vamos, abram os livros na página 12. Quero terminar a correç... - e antes que ela terminasse de falar, alguém apareceu na porta, chamando a sua atenção. A professora então fez um sinal para que ela entrasse, e ela assim o fez. E então eu vi que era ela, a garota nova. - Por favor, se apresente, querida - quem vê ela assim, até pensa que é uma mulher simpática. Cobra.

- Olá. - ela começou simpática - Bom, alguns devem lembrar de mim, só não me reconheceram ainda. - foi impressão minha ou ela olhou diretamente pra mim e deu um sorrisinho maldoso? - Mas bem, eu sou Lea Michele. - e então todos começaram a cochicar entre sí. é claro que todos conheciam Lea, até eu a conhecia, e como conhecia. E não entendam mal, por favor.

Lea sempre fora a pior pessoa que eu conheci. Meu ódio por ela era quase palpável. Todos que nos conheciam sabiam da nossa longa história de ódio. Eu a conhecia desde os meus 4, ou 5 anos. Assim como Cassie e Taylor, nossos pais fizeram amizade com os pais de Lea, e então ela vivia a brincar com a gente. E eles sempre acharam que éramos melhores amigas, porque Lea sempre fora maior que eu, e sempre me ameaçou, caso eu contasse alguma de suas maldades pra algum dos adultos. E bom, eu a odiava, mas ainda assim tinha medo dela, e preferia ficar quieta, do que ter minha cabeça enfiada em alguma privada fedida da escola, ou sei lá, meu cabelo raspado enquanto dormia.

Mas ela havia se mudado, ela e a familia haviam ido para Nova Iorque a mais ou menos 5 anos. Cinco anos que eu conseguia viver uma vida feliz. Mas é, agora ela voltou, e eu acho que meu sossêgo se foi. Ou melhor, não! Agora sim eu vou brigar, não tenho mais 4 anos, e não sou mais pequena, sei me defender. Quero só ver ela tentar alguma coisa contra mim. Ela vai ver que com Dianna Agron não se mexe!
Cassei ria atrás de mim, e então eu me virei pra ela, que tinha um celular na mão, pronta para bater a foto que Taylor havia pedido. Não me importei, no momento tinha coisas mais importantes pra me importar: Ela estava de volta.