Olá! (: Nunca publiquei uma história de Ranma antes, mas essa me veio na cabeça numa madrugada e resolvi escrever. Há alguns dias eu tenho lido o mangá de Ranma e resolvi começar a publicar ela. Não está inteira, espero que eu consiga terminá-la, mas achei legal colocar aqui mesmo que incompleta xD
Essa fic vai conter a maior parte dos personagens e alguns episódios semelhantes à história original mas é um universo alternativo. É focado no draminha AkanexRanma, um querendo que o outro morra o tempo todo -Q. Espero que gostem (: Pois vou escrever o que der na telha, doa a quem doer. IASUDHIAUSHDIUAHSDIUH
Boa leitura õ/
Lembrava-se ainda muito bem, apesar de terem se passado tantos anos. Era talvez uma das lembranças mais claras da sua infância, depois é claro, das recordações acerca de sua mãe. E foram naqueles dias mesmo que ela se fora – coincidentemente, alguns dias antes daquele dia especialmente frio e seco de inverno.
Ela viu seu pai e suas irmãs mais velhas passarem por ela para atender a porta, que ao ser aberta deixou entrar uma corrente de vento muito gelada, fazendo a pequena Akane abraçar os próprios braços ao mesmo tempo em que tentava espiar quem é que estava chegando. Seus olhos estavam embaçados e ardidos, pois andava chorando muito. Porém ouvia com clareza o que se passava ao redor.
- GENMA! – disse seu pai calorosamente como se recebesse um irmão que há muito não via. E era assim que realmente se sentia em relação ao homem que abraçava fortemente – Mas quanto tempo! Vamos, entre. Meninas, ajudem com essas malas e sacolas, por favor!
Kazumi, que já era maiorzinha, pegou uma das malas de Genma e ia a arrastando para cima, enquanto Nabiki, pouco mais velha que a própria Akane, levava duas sacolas não muito pesadas. Além disso, só havia mais uma mala e uma mochila que ficaram para a segunda mão ao lado da porta. O pai das meninas conduziu o homem até a copa e Akane foi tímida atrás dos dois, quase escondida do olhar do outro homem, enxugando os olhos para ver melhor.
Era realmente engraçado como se lembrava daquela noite. Até as roupas que vestia – seu casaquinho vermelho por cima de várias camadas de blusa e uma toquinha rosa. Lembrava também de como o rosto de Sr. Saotome estava vermelho e seus lábios partidos, provavelmente devido ao forte vento que pegara no caminho para a casa dos Tendo, localizada em uma região quase rural da cidade. Seu rosto estava cansado e só depois que ele foi sentar-se junto ao seu pai ela notou que ele carregava mais alguma coisa nas costas – alguma coisa que ele retirou das costas muito delicadamente, colocando depois em seu colo de maneira protetora. Era uma criança da idade de Akane, com uma aparência tão cansada quanto a do pai, porém dormindo como se estivesse no mais belo dos sonhos.
É claro que ela nunca poderia ter adivinhado o que a chegada daqueles dois significaria naquele momento. Depois que o jovem Ranma acordou, Kazumi lhe deu um copo de leite que ele bebeu muito rápido até para quem havia acabado de acordar. Parecia tão desnorteado quanto todos ali. Os Tendo que haviam perdido a mãe e os Saotome que haviam sido largados á rua. A sina daquelas duas famílias era tão próxima, que talvez tivesse mesmo que ter terminado da maneira em que terminou. Entrelaçadas até o ultimo fio de esperança que existia nos vãos entre as madeiras da casa dos Tendo - ou até a ultima gota de suor que caía no chão dos Saotome, misturada com a chuva e as lágrimas contidas de cada um deles. Então mesmo que Ranma e Akane não soubessem do destino que lhes aguardava, quando olharam um nos olhinhos do outro, viram todo o sofrimento que ambos carregavam pelas suas próprias perdas. Os adultos continuavam contando dos últimos acontecimentos, Kazumi ouvia atenta enquanto servia chá e Nabiki ainda não havia chegado à copa. Mas os dois pequenos continuaram se olhando, sem perceber que aquele era um contato que nunca viria a se quebrar.
