Sun Light – Luz do Sol

Capítulo 1 – Pensamentos

[BPOV]

-Senhores passageiros, embarque para Miami, Estados Unidos, portão número 8.

Ouvi aquela voz metálica ecoar pelos alto-falantes do aeroporto de Londres.

E lá vou eu para minha primeira viagem depois de anos em Harvard.

Formada em Literatura, eu agora iria viajar o mundo em busca de inspiração para o meu primeiro livro.

Nome? É... Ainda não tem.

Queria escrever uma história que tivesse algo a ver com o sol.

Sempre gostei do sol – da luz, do calor que me transmitia.

Quase nunca tive oportunidade de vê-lo em minha infância e na maior parte de minha adolescência.

Eu e meus pais morávamos em Forks, uma pequena cidadezinha com pouquíssimos habitantes, que ficava em Washington, EUA. Até que decidi fazer faculdade em Harvard, recusando as outras bolsas que recebera.

Fui andando em direção ao portão indicado pela voz sem emoção e extremamente profissional.

Mas antes de entrar no avião, eu tinha de entregar meus documentos e passaporte à recepção que tinha lá perto do portão onde uma mulher branca, baixa e de cabelos cacheados hiper-armados – que compensavam seus centímetros a menos – atendia.

Cheguei com meu melhor sorriso e lhe entreguei os papéis.

Ela retribuiu o sorriso, mas seu sorriso era muito profissional e forçado para parecer que era espontâneo.

Deu uma ligeira, mas atenta, estudada em meu passaporte e olhou para mim com seus olhos cinza-azulados.

- Srta. Swan, seu avião já está lhe esperando. – Entregou-me meus documentos.

- Obrigada. – Disse e peguei minha bolsa e minhas malas para passar por aquele equipamento que tem raios-X.

Peguei minhas malas e atravessei o portão.

Entrei no avião, levando a tiracolo meus livros preferidos: OrgulhoePreconceitoe ÁguaparaElefantes.

O meu exemplar de Jane Austen estava velho e surrado, de tanto eu lê-lo quando estava na escola secundária de Forks ele ficou assim – Produto de uma vida social pachorrenta.

E o outro era mais novo; eu o comprara depois de ver um de meus filmes favoritos, que tem o mesmo nome por ser baseado no livro. Não o tinha lido ainda, mas imaginei que se fosse como o filme seria bom e que me faria passar o tempo antes de encontrar minha BFF Rosalie Hale que tinha um flat em Miami.

Ao pensar no filme, me lembrei do deus grego que era RobertDouglasThomasPattinson – que fazia o protagonista, Jacob Jankowski – e me perdi em seus olhos azuis-céu.(*)

Suspirei. Duvido que exista um homem mais perfeito que aquele.

Olhei em meu Champion azul-celeste para ver quanto tempo divaguei pensando naquele em que eu tinha uma paixão platônica secreta nem tão secreta assim.

Perdi quinze minutos de leitura.

Comecei por OrgulhoePreconceito.

Caí no sono enquanto lia o clássico.

Minha mente ficou um ébano impenetrável... Depois imagens começaram a rodar em minha mente.

Em meio aquelas imagens, inconscientemente, reconheci as florestas verdes e protetoras de Forks... De casa.

Mas essa não foi a única coisa que reconheci; No meu sonho/pesadelo também havia ele.

Damon Velmont. (*2)

Meu ex-namoradoe perseguidor pessoal.

Ele estava lindo como sempre e assustador como nunca; seus olhos azuis cintilantes estavam cheios de um ódio mortal sem tamanho, seu rosto estava retorcido em fúria, suas mãos claras e suas roupas escuras estavam cobertas de sangue. Em seu pescoço pendia um colar prata com um losango de vidro que continha um liquido escuro, mas era o que estava em sua frente que me chamou atenção.

No sonho, eu peguei a pequena caixinha prateada que tinha em frente a ele.

Minhas mãos estavam ensangüentadas.

De repente a caixinha prata sumiu dentre minhas mãos cobertas de escarlate e Damon se ajoelhava em minha frente.

Seu rosto estava vazio e tranqüilo, seus olhos estampavam a mesma tranqüilidade que havia em seus traços.

Então, por puro reflexo, notei que suas roupas haviam mudado. Estavam claras e limpas.

Seu colar estava com o pingente vazio do liquido que havia antes.

Então sua voz rouca me perguntou.

- Isabella Swan, você quer se casar comigo?

Então eu respondi com medo, a voz tremendo.

- Não.

Então tudo voltou ao que era antes; as roupas ensangüentadas e escuras, os olhos apavorantes, o rosto e o colar.

Só que agora o colar pingava sangue. Meu sangue.

Ele levantou, jogou o objeto prateado no chão e me deu um tapa estalado na cara, fazendo-me cair na relva baixa.

Então eu acordei.

Estava suando frio, meus olhos arregalados, coração acelerado e respiração desregulada.

Eu sabia que ele jamais me perdoaria por aquilo.

E minha mente, para melhorar, o visualiza como um serialkillerque me persegue em meus sonhos com artefatos mortais.

É.

Como se já não bastasse as mensagens e as ligações.

Espero que esse tempo que irei passar em Miami me faça esquecer isso.

* Não resisti colocá-lo na história, afinal, as minhas protagonistas sempre têm um pouquinho de mim. ",

*2 Estava vendo Fina Estampaenquanto escrevia ",