Resumo: Terminantemente comprovado: os opostos se atraem!
Quando Thanatos decide contratar a eficiente Pandora para tentar slavar seu jornal da falência, Radamanthys declara guerra à mulher que ousou lhe roubar a sala 32!
Em busca da sala 32
"Casamento: estado ou condição de uma comunidade formada por um senhor, uma senhora e dois escravos, totalizando dois!"
o.O.o.O.o.O.o
Um homem, aparentemente desacordado, estava jogado sobre uma pilha de roupas sujas amontoadas no meio do que seria o quarto de dormir, se não tivesse tantas bandejas de comidas e papéis espalhados por todos os lugares.
A moça responsável pela faxina uma vez por semana, entrara na casa um tanto amedrontada, uma vez que a porta estava totalmente destrancada. Relanceou os olhos pela sala, cozinha e não achando patrão, resolveu procurá-lo no andar de cima: dito e feito.
Ela colocou as mãos na cintura, olhando-o como se não o reconhecesse. Estaria morto? Aproximou-se e abaixou-se sobre ele, que tinha as fuças enfiadas nos panos. Sem camisa, a empregada imitou o que seria um assovio, se não tivesse medo de acordá-lo.
- Senhor?
Chamou, mas não obteve resposta.
- Senhor Mcgreen?
Balançou-o pelas costas, desajeitadamente. Este resfolegou, antes de voltar ao sono novamente. Tia May, como ele a chamava, dirigiu-se para o banheiro da suíte e quase tomou um susto ao ver a grande quantidade de sal de banho espalhado pelo chão.
- Homens! – exclamou – Como uma só pessoa consegue fazer tudo isto?
Abaixou-se para pegar uma pequena peça íntima, de cor vermelha escarlate, cheia de rendas, que estava no chão. Balançou a cabeça negativamente.
- Ok! – jogando a calcinha no chão – Ele não estava sozinho!
Pegou de um pequeno recipiente e enchendo-o de água, saiu do banheiro, dirigindo-se ao corpo estendido no meio do aposento.
- Hora de acordar!
E despejou o líquido molhado sobre ele. Sonolento, apoiando-se nos cotovelos, o que sobre do homem para quem trabalhava, ergueu para ela seus olhos atordoados.
- Tia May? – perguntou num fio de voz.
- Não! – ela levantou a sobrancelha – A Gisele Bündchen! – deu de ombros.
- Que horas são? – ele sentou-se, espreguiçando-se.
- 8:00! – disse, dobrando os lençóis da cama.
- My God!
Ele levantou-se pressuroso e catando uma camisa da pilha onde estivera deitado, vestiu-a, juntamente com uma calça jeans.
- O que houve? – ela perguntou.
- Estou atrasado! – ele sorriu – Hoje irei para a sala 32!
- E o que seria isso?
- Ora, a sala de diretor do jornal! – e calçando os sapatos, entrou no banheiro.
Tia May estacou, com as mãos na cintura.
- Posso saber há quanto tempo não toma banho?
Ele ficou pensativo.
- Sabe que não sei! – disse, jogando água nos cabelos.
- Não sei como consegue fazer tanto sucesso com as mulheres!
Ele saiu do banheiro, dirigindo-se para pegar a carteira. Sorriu.
- Ora, elas sabem apreciar as boas coisas da vida!
- Não meu filho! – a boa senhora virou-se para ele – Elas não têm bom censo! Já viu a calcinha que esta estava usando!
- Ela usava calcinha? – perguntou o loiro, de cenho franzido, revistando a carteira de couro negro.
Tia May suspirou, voltando sua atenção para as cobertas.
- Ué...- ele exclamou.
- O quê?
- Tenho certeza que meu dinheiro estava na carteira! – ele vasculhou a gaveta.
- Tem certeza que não o pôs em outro lugar? – ela aproximou-se para ajudá-lo.
- Absoluta! – disse ele intrigado – Cheguei em casa ontem e coloquei a carteira aqui! Não mexi mais nela!
Tia May ergueu uma sobrancelha.
- Você não, mas outra pessoa parece que sim!
Ele a encarou.
- Não sai de perto dela...- ele tentava-se lembrar.
- Do que se recorda? – ela cruzou os braços.
- Chegamos! – ele gesticulava – Bebemos um pouco e depois...
Ele percebeu que precisamente naquele ponto sua memória apagava-se.
- E depois...- ela insistiu.
- Eu...dormi? – ele surpreendeu-se.
o.O.o FLASHBACK o.O.o
GIUDECCA'S BAR
Radmanthys estava sentado defronte ao balcão do aconchegante bar, um tanto vazio para a movimentada noite londrina. Vez ou outra, ele erguia seu copo de whisky e sorvia todo o conteudo de um só gole, tendo o mesmo preenchido logo que esvaziado.
- Mais uma! – pedia ao garçon.
Entediado, desabotoando o primeiro botão da camisa, suspirou, relanceando os olhos pelo ambiente, onde uma calma música soava.
- Sozinho!
Uma voz feminina, acompanhada de um doce perfume, chegou-lhe por trás.
- O que...disse? – boquiaberto pela beleza morena da moça.
- Gostaria de companhia?
Ela perguntou de forma envolvente. Radamanthys balançou a cabeça afirmativamente.
- Me paga uma bebida? – Ela sentou-se ao seu lado.
- O que prefere? – ele indagou chamando o garçon.
- Cognac!
Anunciou ela, fazendo-o erguer uma sobrancelha de surpresa.
- Seu perfume é uma delícia! – disse, fitando-a com interesse.
A moça sorriu, enquanto esfregava seu pulso contra o pulso dele. Radamanthys aspirou o cheiro dela.
- Divino! – comentou; o garçon trouxe o pedido.
- Então...- ela tomou um gole – O que você faz?
- Sou jornalista! – ele estufou o peito – Trabalho para o Meikai news! – orgulhoso.
Ela ergueu uma sobrancelha, com um sorriso insinuante.
- Então...
- Então o quê? – ele não entendeu.
- No meu apartamento ou no seu?
E apertou fortemente os "documentos" do rapaz, de tal modo, que o deixou sem fala.
...
Entraram na casa dele aos trancos e barrancos, enquanto ele lhe metia as mãos por baixo das roupas. A jovem empurrou-o em cima do sofá, enquanto o beijava de forma feroz. Suas mãos chegaram ao botão da calça.
- Dios! – exclamou em sua língua – Você tem um grande "talento"!
A moça levantou-se e dirigiu-se para o bar que adornava a sala. Radamanthys esparramou-se no sofá com o ego a mil.
- Você precisa de uma bebida para se animar ainda mais!
E alguns segundos depois, ela lhe trouxe uma dose de vodka, que ele tomou imediatamente, enquanto ela se atirava em seus braços.
- Deixe que eu faço isso!
Disse ela, impedindo-o de tirar a camisa.
- Acho que tem alguém que quer sair para brincar! – a moça fazia voz dengosa.
Radamanthys a pegou nos braços e beijando-a, levou-a para o andar de cima. Ela livrou-se de seus braços ao entrar nos aposentos, principiando a fazer um stripper, atirando cada peça pelo chão do quarto. Radamanthys mordeu os lábios. Foi quando a jovem a sua frente se tornou duas...depois três...
Ele esfregou os olhos, depois piscou várias vezes...As moças contorciam-se a sua frente...
- Vem tigrão! Vem! – chamava ela, deitando-se na cama.
Mas já não havia nenhum tigrão ali. Radamanthys despencou em cima de uma pilha de roupas que estavam no meio do quarto, sob o sorriso cínico da garota.
o.O.o FIM DO FLASHBACK o.O.o
- Filha da mãe!
Ele sentou-se na cama, com as mãos na cabeça. As olheiras tornaram-se mais vivas.
- Quanto tinha na carteira? – perguntou tia May, preocupada.
- 800 euros em dinheiro! – ele fez um gesto impaciente – Meu ordenado do mês quase todo! – ele fez bico; a boa senhora suspirou.
- … uma pena que os homens nunca aprendam! – disse – Pelo menos, parece só ter levado isso!
- Eu achei que ela estivesse caidinha por mim! – orgulho ferido.
- Como você mesmo disse...- ela comentou cínica – As mulheres sabem apreciar as boas coisas da vida! Piscou um olho, entrando no banheiro.
- O que será que ela quis dizer?
o.O.o MEIKAI NEWS o.O.o
- E ai, Macgreen? – cumprimentou Aiacos – Você está com uma cara horrível! – comentou com uma careta.
Radamantys sorriu amarelo, entrando em sua sala. O amigo, que era seu ajudante, o seguiu.
- Minha noite foi péssima! – Radamanthys jogou-se na poltrona.
- Nota-se! Você está um trapo!
- Obrigada pela força! – o loiro fez sinal de positivo.
- Mas tenho certeza que hoje irá compensar seus desprazeres!
Aiacos estava eufórico.
- Nós vamos para a sala 32! – e esfregou as mãos uma na outra.
- Mr. Macgreen? – a secretária o chamou d aporta.
- Sim, Miss. Potter? – tom de enfado.
- O chefe quer vê-lo agora!
Radamanths pulou da cadeira, ajeitando a gola da camisa.
- … hoje! – disse.
Aiacos aproximou-se, espanando alguma poeira invisível nas ombreiras do amigo.
- Está lindo! – pressuroso – E olhe que não sou de achar macho bonito!
- O cabelo? – Radamanthys olhava-se no espelho.
- Perfeito! Agora vá e impressione-o com seu talento!
- Não pronuncie esta palavra novamente! – pediu Radamanthys, ainda ofendido pelo acontecido.
- Vou esperá-lo com o champagne para comemorarmos! – anunciou Aiacos.
- … isso! – suspirou o loiro – Uh, promoção! Uh, promoção! – dizia a si mesmo.
Caminhou pelo corredor, de cabeça erguida, até a sala do chefe que atendia pelo nome de...
- Bom dia, sr. Thanatos! – cumprimentou formalmente.
- Já começou mal, Mcgreen! – resmungou o homem com ferocidade.
Radamanthys engoliu em seco.
- Posso entrar?
- Não! – Thanatos sarcástico – Vou falar com você ai da porta mesmo!
O jovem entrou, fechando a porta cuidadosamente.
- O que está esperando? Sente-se!
Radamanthys sentou-se.
- Obrigado, senhor! – temeroso.
- Tive uma péssima noite! – falou Thanatos.
Radamanthys recordou-se de seu desafeto.
- Bem, deve saber o por quê está aqui hoje! – começou o chefe.
- Sim, senhor! – nervoso.
- Havia meses em que cogitávamos sua promoção...
- Exatamente! – ansioso.
- Bem...- Thanatos o encarou – Devo anunciar que...
Radamanthys estava teso na cadeira.
- Sim...
- Que...- Thanatos recostou-se – Resolvemos reconsiderar!
- UHUHUAU!HAUAUHAUHAUHAUH!YES!YES!1YES!
Radamanthys pulava, dançava, urrava na sala, sob os olhos surpresos do chefe. Agarrou-lhe a mão, balançando-a freneticamente.
- Obrigado senhor! Obrigado! Muito obrigado!
- Radamanthys...
- Eu sei! Também estou muito emocionado! – quase às lágrimas
- Radamanthys...
- Eu entendo! O senhor está sem palavras! Eu também! Eu...
- RADAMANTHYS! – Thanatos bufou.
- Sim, senhor?
- Você não foi aceito!
Silêncio.
- Como? – sorrindo amarelo.
- Eu disse que resolvemos reconsiderar! – Thanatos o encarava.
- Reconsiderar? – murchou.
- Nosso jornal está a beira da falência! Precisamos levantá-lo!
- Mas...- Radamanthys desesperado.
- Decidimos contratar a única pessoa capaz de fazê-lo sair do buraco!
- Contratar? – olhinhos compridos.
- Sim! E você...- Thanatos lhe apontou um dedo – Ficará sob suas ordens!
- O que? – olhinhos estáticos.
- Eu? Debaixo de ordens de um qualquer? – indagou com desdém.
- Exato! – Thanatos sorrio cínico – Alguma abjeção?
Radamanthys abriu a boca por duas vezes, mas...
- No, sir! – respondeu.
- Excelent! – gritou Thanatos – Pode me deixar em paz, agora! – disse, apontando a porta.
Radmanthys levantou-se desfalecido, cabeça baixa. Thanatos o chamou:
- Ei, Mcgreen! – Radamanthys olhou para trás – Melhore esta cara!
- E por que deveria? – perguntou desanimado.
- Porque seu novo chefe estará aqui dentro de alguns minutos para conhecê-lo! Não é ótimo?
- Muito! – respondeu irônico.
- Espero que vocês se dêem bem! – disse Thanatos com sarcasmo.
Rdamanthys sorriu amarelo, fechando a porta.
- Uh, depressão! Uh, depressão!
Abriu a porta de sua sala. Uma rolha veio voando até seu olho esquerdo.
- CHEAT! – gritou.
- Vivas ao novo diretor do Meikai news! – berrou Aiacos – Desculpe pela rolha! – sorri amarelo.
- Tire essa porcaria da minha frente! – reclamou o loiro, fechando a cara e dando uma olhada na mancha roxa.
- O que foi? – Aiacos amuou – Nós não vamos para a sala 32?
- Não hoje, meu amigo! – suspirou Radamanthys.
- Mas como? – surpreso.
- O nosso belo...
Radamanthys caminhava até o amigo, que por sua vez andava para trás ao vê-lo aproximar-se, com olhar ensandecido.
- Competente, glamouroso e imbecil chefe resolveu contratar um qualquer em vez de me dar a vaga!
E esmurrou, jogou no chão, sambou e pisou em cima da pequena toalha que usara para enxugar o olho.
- Contratar quem? – Aiacos exasperado
- Um filha da mãe que terei de obedecer, ainda por cima! – explodiu – Acredita! Ainda terei de ficar sob as ordens dele! – rosnou.
- E agora? – Aiacos estático, estupefato e assustado pelo companheiro.
- Agora... – Radamanthys sorriu malévolo – Vamos trucidar este vilãozinho que se meteu em nossa promoção!
E apontando a mão para o espelho, fez um gesto de quem dispara uma arma, encostando o dedo nos lábios e soprando uma fumaça invisível.
- Ele vai ver quem é Radamanthys Brigance Mcgrenn!
E estufando o peito, dirigiu-se para tomar um café bem forte antes de ficar cara-a-cara com tal que ousou roubar seu lugar.
- Bem...- Aiacos suspirou – Eu vou para a minha sala! Qualquer coisa...
- Escreva...- apontou um dedo ao amigo – Nós vamos para a sala 32!
Aiacos saiu do gabinete, deixando-o sozinho. Radamanthys recompôs-se, exceto pela pancada no olho. E respirando forte, dando umas palmadinhas no abdômen, sentou-se na cadeira giratória para esperar pelo adversário. Não soube dizer quanto tempo passou antes adormecer.
...
Uma mulher, vestida num conjunto de cor negra, cabelos lisos e negros escorridos pelas costas e segurando uma pasta elegantemente feminina, adentrou no corredor que dava acesso a sala daquele que seria seu parceiro, como lhe dissera seu chefe.
"Estarei legal nesta roupa?" – pensava – "Inspira, expira...vamos Pandora! Calma!"
Entrou correndo no banheiro, sentando-se no vaso sanitário e enfiando na boca um bolo enorme de morango.
- Comer sempre me acalma! – boca cheia – Preciso ficar calma! – enfiou outro bolo.
Levantou-se pressurosa, aproximando-se do espelho e dando alguns retoques nos cabelos.
- Isso! – disse para si mesma – Vamos, garota! Você é demais! – e piscou para si mesma.
Saiu com um sorriso confiante para os corredores apinhados de gente que andava de um lado a outro.
- Pode me dizer onde fica a sala do sr. Mcgreen? – perguntou a uma jovem.
- Ali, senhora! – apontou a jovem que servia cafezinho.
- Obrigada!
"Radamanthys Mcgrenn! Nome bonito!" – pensou.
Respirou forte antes de bater.
TOC TOC
Nada. Suspirou novamente.
TOC TOC
Nenhuma resposta. Encostou seu ouvido a porta e não pôde distinguir nenhum som vindo dali. Curiosa, abriu a porta, relanceando um olhar.
- Eu devia imaginar!
Fechou a mesma quando notou a presença de um homem roncando na poltrona. Aproximou-se. Com um dedo, cutucou-o.
- Oi? – chamou.
Este babava.
- Olá! – cutucou de novo.
Radamanthys fez um gesto como se espantasse um mosquito.
Pandora, impaciente, pegou de uma caneta que estava em cima da mesa e cutucou-o no ouvido. Radamanthys assustou-se, abrindo os olhos vagarosamente. A imagem de uma jovem belíssima formou-se a sua frente.
- Chefe, o senhor está lindo!
- (famosa gota) Você é o Rdamanthys Brigance Mcgrenn? – perguntou séria.
- Eu mesmo, gracinha! – sorriu cínico, olhando-a de alto a baixo – Em que posso ser útil?
Pandora correspondeu a cantada com um leve ar sarcástico. Estendeu a mão:
- Prazer!
Radamanthys olhou da mão à moça.
- Saiba que já estou vacinado contra...- estreitou a visão – Sua boca está melada! – e mostrou em si mesmo o local.
Pandora corou, limpando rapidamente o local.
- Bem...- ela tentou continuar
- Aqui! – ele indicou novamente em si mesmo.
Pandora novamente passou a mão.
- Eu quero dizer...
Mas antes que ela pudesse concluir, Radamanthys ergueu a mão e limpou ele mesmo os pequenos grãozinhos cor de rosa.
- Bolo! – disse sorrindo; Pandora fechou o punho.
- Senhor Radamanthys...
- Não, não estou disponível! – ele balançou a cabeça negativamente
- Mas..
- E sim, podemos sair quando você quiser! – ele sorriu cínico.
- Olha...- ela perdia a paciência.
- Não, não será incomodo nenhum!
- Quer me escutar...
- Sim, pode me deixar seu telefone! – e preparou-se para anotar
- Mas...
- E sim! – ele levantou-se – Tem minha permissão para ficar calada e me deixar trabalhar!
Encararam-se.
- Então, o que está esperando? – indagou em tom altivo.
- Você calar a boca e me deixar dizer quem sou! – ela falou irritada.
- E por que eu iria querer saber quem é você? – ele sorriu cínico pela audácia dela.
Pandora considerou-o, sarcástica.
- Por que serei sua chefe!
o.O.o CONTINUA o.O.o
