A primeira vez que ela o beijou foi desesperado. Tinha urgência e velocidade. Como se ela ansiasse aquilo por muito tempo. A guerra acontecia, mas por um segundo só existiam eles. Ela tinha gosto de coragem, de grifinória. Ele não se surpreendeu por muito tempo. Ele também queria aquilo antes e logo deixou que o gosto doce se espalhasse pela boca. Nada como uma dose de coragem antes de encarar a morte.

Ele gostava de contar quantas vezes ela o beijava. Não podia acreditar na sorte que ele tinha. Talvez fosse idiota, mas ela parecia o mundo para ele. Algo em que ele podia se apoiar sempre. O cheiro, a imagem, o gosto – aquele gosto. Era doce, mas deixava um azedo no fim. Era melhor que comer comida de sua mãe o dia inteiro. Ronald podia beijar Hermione o dia inteiro.

Aquela não seria a última vez que ele a beijaria. Mas talvez fosse a mais importante. Na frente de todas aquelas pessoas ele quase ficou nervoso, até seus olhos o envolverem num abraço caloroso. O olhar dela o acalmava. Nada podia ser melhor que passar o resto da vida com aquela mulher. Seus lábios se juntaram. Não tinha o mesmo gosto, aquele gosto de conhecido distante. Pela primeira vez tinha gosto de casa.