Prologue – Red

"Um corpo vivo e um corpo morto contém o mesmo número de partículas. Estruturalmente não há diferença discernível. Vida e morte são abstrações não quantificáveis, por que deveria me importar?"
Dr. Manhatan - Watchmen

Eddard Devon, Londres, oito de setembro.

"Esse sim, foi um longo dia! E como foi cansativo trabalhar nesse frio, com o Sr. Hedje gritando em meus ouvidos congelados", pensei, enquanto andava nas ruas frias de Londres. Avistei um a alta colina, com uma sobra pequena em cima. Estremeci, pareciam ter-se baixado vários graus em poucos segundos. A sombra parecia ser de uma criança. Pisquei os olhos e olhei de novo. Nada. "Eddard, Eddard, não se cansa de imaginar coisas? Olhe só a que ponto o frio e a fome me levaram ! Mal posso esperar para chegar em casa e jantar com minha bela Dea e minha pequena Rose" pensei, satisfeito com a vida que levava.

Estava atravessando a estrada vazia que dava direto ao pé colina, um atalho pra casa. Tudo parecia deserto. Olhei para o outro lado da estrada e a vi. O vulto preto havia voltado, mas agora não era mais um simples vulto preto. Era uma menina. Congelei.

Eu estava ciente de estar no meio de uma estrada. Estava ciente do som dos galopes e das rodas. Estava ciente do escuro, que impossibilitaria uma visão clara de alguém dentro de um veiculo. Estava ciente. Mas, escolhi ficar parado, encarando-a.

Não parecia mais ser capaz de fazer nada. Eu me vi, vi ela e vi a carruagem.

Gostaria de dizer que morri lutando e que meus últimos pensamentos foram minha família. Mas não posso. Por que me entreguei a morte quando escolhi não desviar o olhar. Por que meu ultimo pensamento foi : " Quanto sangue será que esse olho já viu para possuir essa cor?"