Lugar errado

E vê-la ali, naquele estado, sem poder andar, me deixava desesperado. Ela que sempre fora forte, determinada, agora estava a encarar a morte. Não ela para ela estar ali.

Lugar errado na hora errada.

Ela estava coberta de sangue. Sua camiseta empapada com um líquido vermelho. Seus cabelos louros grudados no rosto. Sua expressão de dor. E a coragem em seus olhos. Ela não desistiria, eu sabia disso. Ela nunca desistia.

Seus olhos estavam cansados, e em suas mãos sujas, estava o detonador. Ellen estava a alguns passos de distância. Era a hora.

Jo olhou para cima, seus olhos transparecendo agora desespero. Ela sabia que iria morrer, de um jeito ou de outro. E num ato involuntário para tentar acalmá-la, eu a beijei. Um beijo rápido e puro, mas um beijo que e reconfortou. Eu olhei para Ellen pela última vez e saí. A porta já havia sido aberta. Os cães do inferno já haviam entrado. E então uma explosão foi ouvida, e o pequeno mercado pegou fogo.

Meu coração ficou apertado. Ela estava morta. Elas estavam mortas.

Fim