Disclaimer: Inu-Yasha e seus personagens, seja do mangá e anime, são criações e propriedade de Rumiko Takahashi...eu não tenho nada a ver com isso!
- Durante a fic toda, NÃO haverão spoilers! Apenas referências aos mangás que já foram lançados aqui no Brasil (até o número 99), claro que isso vai aumentar de acordo a medida que novos volumes forem lançados, ao longo do tempo. Lembrando que vou usar a seqüencia do mangá, não do anime, como referência para a fic. Podem aparecer ocasionais fatos do anime, como o aparecimento de Ayame, por exemplo.
- Eu vou usar personagens meus, mesmo, para complementar a história, os leitores serão avisados disso, não se preocupem! A fic é NC-17 por violência, típica do mangá/anime, linguagem (sabemos que Inu-Yasha vive usando palavras meio ofensivas) e por hentai moderado. Já estou avisando, mas qdo houver caps. NC-17 eu vou frisar logo no início do cap.!
CAPÍTULO 1 - PREFÁCIO
Ela era apenas uma menina. Mas já havia passado por muita coisa, presenciado muitas lutas, sido seqüestrada, e até visitara o inferno, embora não lembrasse disso com muita certeza. Sempre que escutava Jaken-sama contando a história, parecia algo tão surreal...se a presença e o testemunho de Kohaku não confirmassem tudo, ela mesma acharia que não se passava de um conto, uma dessas fábulas populares que são repetidas por aí. Mas ela vivera essa situação, e não fora nada inventado por outrem.
Agora, além de seus companheiros de viagem costumeiros, havia mais uma turma com a qual conviver – o irmão de Sesshoumaru-sama e seus amigos; particularmente, gostava deles, era engraçado ver como eles se relacionavam entre si. Quem não parecia estar apreciando muito a nova companhia era seu senhor, Sesshoumaru. Ele havia concordado em unir-se a Inu-Yasha e seus amigos apenas pelo fato de suas espadas trabalharem melhor juntas – e eles tinham um objetivo concreto em comum, derrotar Naraku e recuperar a Shikon no Tama. Depois, pensava Rin, sabe-se lá o que acontecerá com esses dois irmãos.
Eles seguiam a pista de Naraku há dias, depois de quase derrotar Byakuya, a única marionete que ainda servia aos propósitos de Naraku; Kagura, Hakudoushi e Moryomaru (N/A: vou adotar essa escrita, senão vou ter que ficar separando o nome do Sesshy tb!) estavam mortos há tempos, e Kanna havia sido a última vítima da maldade de Naraku, ao se destruir na intenção de prejudicar Inu-Yasha e seus companheiros.
Resolveram montar uma espécie de quartel-general, não um mero acampamento, ao chegar a um ponto próximo do esconderijo de Naraku, situado entre montanhas cuja reputação era famigerada por se tornar refúgio de youkais e outros seres malignos; a energia que emanava dali era perceptivelmente ruim, maligna.
- A energia maligna está bem uniforme, pelo que sinto – disse Kagome – a Shikon no Tama está lá em cima, e está ficando cada vez mais impura. Parece que nossas esperanças voltaram à estaca zero...ou seja, vai depender do fragmento do Kohaku.
Ela e os outros viraram-se para olhar o garoto. Ele parecia esperar por essa afirmação, e entendia a situação, desde a temporada que passara viajando com Kikyou, antes dessa ser apanhada por uma armadilha de Naraku e morrer. Tinha conhecimento que os fragmentos de Kouga, o youkai lobo, já haviam sido absorvidos, portanto, o seu era o único que faltava. Já havia se conformado com seu destino, mas sabia que ela, sua irmã, não.
Sango tinha uma expressão triste, mas impassível, no rosto. Sabia o que tinha que fazer. Aproveitar a companhia do irmão ao máximo, lutar e não fugir do seu dever. Afinal, tinha que acabar com Naraku por seu irmão também. E por ele...o homem que amava. Sim, ela já havia assumido para si mesma que amava Miroku, e tinha certeza que ele sabia, mas nenhuma iniciativa maior fora tomada até então. Dependendo de como as coisas ficassem, no entanto, ela estava disposta a dar o primeiro passo. Será?
- Feh! Estou vendo que vamos precisar de ajuda – pronunciou-se Inu-Yasha – apesar dos poderes da Tessaiga e da Tenseiga combinados serem muito poderosos – apontou a espada presa na cintura de Sesshoumaru – precisaremos de reforços. Se tem algo que aprendi é que Naraku pode escapar a qualquer momento. Mas dessa vez...não pretendo deixá-lo fugir!
- O que faremos então? Teríamos que convocar aliados que pudessem estar aqui o mais rápido possível e dividir tarefas para todos possam agir do modo mais preciso possível.
- Sango tem razão – manifestou-se Miroku – além de possuírmos uma força de ataque, precisaremos de gente para cuidar de prováveis feridos, e de provisões, ou mesmo, no caso de fracassarmos, providenciar que as vilas mais próximas sejam avisadas. Naraku pode resolver testar o poder da jóia em qualquer um.
Sesshoumaru observava a tudo com seu jeito estóico de sempre, mas ouvia com atenção. Os companheiros de Inu-Yasha não eram tão burros, afinal. Mas, diferente deles, o Senhor das Terras do Oeste NÃO admitiria uma derrota. Acabaria com Naraku definitivamente, e com a reabilitação da Jóia de Quatro Almas, a usaria em seu próprio favor; quem precisaria da Tessaiga, possuindo a jóia para si? Todo o poder que sempre quisera estaria em suas mãos.
- Onde conseguir esses reforços? - perguntou Jaken, de modo desdenhoso.
Kagome resolveu ignorar aquele tom de voz e disse:
- Bem, podemos recorrer ao povoado de Kaede-obaa-san, com certeza eles, ou pelo menos ela, quererá cooperar com a destruição do responsável pela dupla morte de Kikyou... – nisso, ela levantou a cabeça na direção de Inu-Yasha – tudo bem para você, Inu-Yasha?
Ele parecia pensativo por um momento, com uma expressão magoada, mas concordou.
- Podemos também recorrer a Kouga e à tribo de youkais lobo. – completou Kagome – Ele pode contactar a tribo de Ayame também.
Essa afirmação causou reações diversas: Inu-Yasha soltou um "feh" em sarcasmo; Rin arregalou os olhos e ficou apreensiva, o que Sesshoumaru reparou claramente; Sango deu um meio-sorriso lembrando-se de quando conheceram Ayame, e a confusão que fora formada; Miroku lembrava-se de "outra coisa" referente à Ayame, e deu um leve suspiro malicioso, que não passou despercebido por Sango, a qual apanhou o Hiraikotsu para atingir a cabeça do monge.
- Itai! Por que fez isso, Sango? – o monge alisava o galo que cresceu em sua cabeça.
- Pra você ter cuidado com o que pensa, Houshi-sama. – disse ela, vermelha de raiva.
Shippou rolou os olhos, entediado. Rin não conseguiu controlar a risada, o que gerou uma bronca espalhafatosa de Jaken, e uma reprimenda de Kagome ao pequeno youkai. Quando ele fez menção de reagir, Inu-Yasha se intrometeu, enquanto Miroku ainda tentava convencer Sango de que não pensara nada de mau.
Sesshoumaru achava tudo aquilo patético demais para ele; haviam limites para sua paciência, e ele resolveu afastar-se do grupo. Foi parado por Rin:
- Sesshoumaru-sama, onde vai? – ela ia pulando atrás dele.
- É, Sesshoumaru, onde pensa que vai? – Inu-Yasha encarou o meio-irmão.
- Não devemos perder tempo com discussões patéticas...são inúteis, no momento. Você e seus amigos acham que conseguem ficar sem isso, Inu-Yasha? – provocou Sesshoumaru.
- Escute aqui, Sesshoumaru, estamos tentando formar novas linhas de ataque para pegar o Naraku de vez, que tal tentar ajudar? – Inu-Yasha já estava ficando nervoso.
- Humpf. Decidam-se vocês, por mim resolvia tudo por minhas próprias mãos.
Assim, Sesshoumaru se afastou, sentando-se embaixo de uma árvore, vizinha à que Ah-Un escolhera para descansar. Todos sentaram-se próximos a ele, mas com certa distância. A conversa foi retomada.
- Creio que seria bom chamar Jinenji para nos auxiliar com os feridos, meu estojo de primeiros-socorros está precário. – avisou Kagome – Ele pode ser bem útil.
- Amanhã irei atrás de Kouga, quem se prontifica a buscar Kaede-obaa-san? – perguntou Inu-Yasha.
- Eu e Kirara iremos. – disse Sango, sentada com a neko-youkai no colo.
- Acompanharei a Sango, ela pode precisar de alguma ajuda. – disse Miroku, levantando sua mão amaldiçoada.
- Jinenji será obrigação sua, Sesshoumaru – avisou Inu-Yasha – acha que pode fazê-lo?
Sesshoumaru apenas acenou afirmativamente com a cabeça. Assim sendo, as mulheres resolveram procurar água para começar a montar acampamento, já era tarde. De cima de um galho bem alto, Inu-Yasha avistou um rio próximo e apontou a direção à Kagome; ela, Sango e Rin se dirigiram para lá com cantis de água; um tempo depois, chegaram as três correndo, ofegantes, acenando para a direção do rio, mas não conseguiam falar, pois tinham que recuperar o fôlego.
- Que foi, bruxa? Por que se debate assim? – perguntou Inu-Yasha, desconcertado, para Kagome, que gesticulava, sem ar.
- Rio, casa...perto do rio...ir para lá. – conseguiu balbuciar.
- Tem uma casa abandonada perto do rio, bem grande – disse Sango – podemos nos abrigar por lá.
- Vamos averiguar, Sesshoumaru-sama! – pediu Rin.
Todos andaram até a casa; era realmente grande, e pelo cheiro, concluíram o youkai e o hanyou, fazia tempo que estava vazia, e era segura. Assim sendo, limparam o local e se acomodaram; Rin e Jaken pescaram alguns peixes com a ajuda de Kirara, transformada, e Kohaku. Sango observava o irmão, tinha um certo pressentimento, mas resolvera não comentar nada com ninguém, por ora.
Depois do jantar, Inu-Yasha e Sesshoumaru ficaram encarregados de vigiar o local, e ambos situaram-se em uma árvore ao lado da casa, bem alta; o hanyou em um galho bem alto, o inu-youkai sentado em sua base. Assim, os filhos de Inu-Taisho procuravam cooperar entre si, mas suas diferenças estavam longe de ser resolvidas; era apenas uma trégua, e ambos tinham consciência disso. Sabiam, lá no fundo, que a luta entre eles era inevitável. Dentro da casa, uma mulher observava-os, e lamentava o destino dos dois irmãos.
- Será que realmente precisa ser assim? Kami-sama, eu espero que não, pelos dois, mas principalmente por Inu-Yasha.
Seus pensamentos foram interrompidos por uma voz:
- Tudo bem, Kagome-san? Não vai dormir? Shippou procurava por você.
- Ah sim, Rin, e por que você não está dormindo, como todos os outros? – Kagome ajoelhou-se, de modo a ficar da mesma altura da menina.
- Ahn...vai parecer esquisito, mas...faz tempo que não durmo dentro de uma casa. É isso. – a menina dizia, envergonhada.
Kagome riu e a levou pela mão. Disse a ela que não precisava ter vergonha, que ela mesma fazia muito disso em suas viagens com Inu-Yasha. Pensou em como deveria ser a vida dela com Sesshoumaru, e o que seria dela depois que tudo acabasse. Será que o irmão de Inu-Yasha abandonaria Rin à própria sorte?
Antes de dormir, Kagome resolveu não pensar mais nisso, havia muito a acontecer ainda.
