A lua cheia iluminava por completo todo salão comunal incrivelmente vazio, porém uma sombra encontrava-se encostada no sofá perto da lareira, seu rosto de feições delicadas iluminada pela luz resplandecente da lua.

Era uma garota e ela tinha seus olhos azuis vidrados nas chamas dançantes da lareira.

-Eu sei como você gosta das chamas da lareira, só não sei por que.

A garota sorriu levemente e logo o rapaz sentara-se ao lado dela apreciando o belo rosto.

-Talvez por que nos levam aos sonhos – O rapaz a olhou em interrogação e ela apontou para as chamas da lareira – Você as olha e vê além delas.

Ela suspirou em um tom de agrado, como se pudesse estar naquele mesmo momento sonhando.

-Seus olhos estão abertos, Marlene.

Ela se virou para ele e ela passou sua mão pelo rosto do rapaz.

-Ninguém precisa fechar os olhos para sonhar, Sirius.

Marlene sorriu e em um movimento calmo se levantou, não falou uma palavra, seus passos vagos davam leveza ao seu andar, Marlene parecia estar flutuando. Logo parou a frente das escadas e olhou para o rapaz ainda sentado.

-Sonhar é mais do que fechar os olhos e ver coisas inexistentes. Vai muito além disso. Por isso que nem todos sonham... Por isso nem todos intendem o verdadeiro conceito de sonhar, Sirius.

Ela soltou mais um leve sorriso e subio as escadas. Sirius sabia que daquele momento em diante, ele não precisava fechar seus olhos para sonhar.