Disclaimer: Charles e Erik não são meus (ainda).
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Certeza
Você costumava sorrir, Erik.
Sorrir porque nós não éramos iguais. Sorrir porque tínhamos, entre nós, um vínculo mais forte que a amizade. Sorrir porque eu sorria de volta – e, acredite, eu sei disso. Sorrir porque você – mesmo não admitindo, e mesmo tendo tanta raiva dentro de si – gostava.
Você sorria para mim. Especialmente para mim. Porque você sabia que eu gostava. Você não precisava ler mentes como eu para me conhecer. E eu admito que não entendia essa capacidade. Você me tinha tão bem, Erik, que eu me pergunto onde errei.
Sabe, é muito mais do que um par de pernas inúteis que eu guardo daquele dia na praia. Que eu guardo da nossa separação. É dor, é remorso, é tristeza. É muito mais e muito menos. São as palavras que eu queria poder dizer para você. Mas eu não sei onde você está, além da minha mente. Você se perdeu de mim, Erik, quando colocou aquele capacete. Você se perdeu.
Eu queria poder falar o quanto sinto. E o quanto queria que você estivesse aqui. Eu realmente sinto. E eu realmente quero. Mas isso não basta. O que eu aprendi nesses anos como telepata, meu caro, é que, por mais que tentamos, nunca poderemos arrancar dos homens os seus valores e objetivos. E eu não posso arrancar seus valores de você, nem seus objetivos, portanto, sua caminhada será a mesma.
E outra coisa que eu aprendi, Erik, é que não posso tirar você de mim. Como a memória de seus sorrisos – eles ainda arrancam alguns de mim. E isso está perscrutado em minha alma, porque eu guardei muito mais do que um par de pernas inúteis daquele dia na praia – eu guardei o que você me deu antes, o seu amor. E enquanto eu for Charles e você for Erik, será assim. E eu sempre serei seu. E essa é a única certeza que eu tenho – além do meu par de pernas inúteis que eu guardei daquele dia na praia.
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Vergonha disso, mas, enfim. Comentários são sempre bem-vindos!
