Nome da fic: A Serpente Prateada

Autor: Viviane Valar Pares: Severus/Personagem Original (July Bates)

Censura: PG-13, R, NC-17 (sexo, violência)

Gênero: Drama, Romance, tema adulto Spoilers: Spoiller de todos os livros HP1 ao HP5 Avisos ou Alertas: morte de personagem, sexo, tortura, violência.

Desafio: (usei dois desafios nessa fic)

107 - Uma nova professora (ou funcionaria qualquer, escolham) chega a Hogwarts. Ela tem o dom de ver a memória dos objetos (tipo, ela toca numa coisa e vê um acontecimento importante ou recente no qual esse objeto esteve no meio). Bom, assim que conhece Snape, ela toca, sem querer, em um objeto que vocês vão inventar e vê Snape tomando banho. (Gabrielle Briant)

33 - Ao descobrir que Snape o está traindo, descobre também a paixão de Snape, um de seu mais devotos seguidores. Lord Voldemort se vinga, atacando seu calcanhar de Aquiles. O que ou quem é o ponto fraco dele? ( Lia Lockhart)

Notas: Equivalente ao sexto ano de Harry Potter.

Agradecimentos: À Lia e à Gabrielle que fizeram os desafios. à Rowling, pelos personagens. Disclaimer: Esses personagens são de JKR, eu não quero nem vou ganhar dinheiro com eles. Esta fic faz parte do SnapeFest 2004, uma iniciativa do grupo SnapeFest, e está arquivada no site

A SERPENTE PRATEADA

Capítulo 1 – A chegada

Lá estava July. Diante dos portões de Hogwarts.

"O que estou fazendo aqui?" – se perguntou pela milionésima vez.

Sentia-se uma menina, e não a mulher de 25 anos que era.

"Você precisa de ajuda, e só seu tio-bisavô, Alvo pode. Lembra?" – uma voz irritante respondeu.

Respirou fundo. Espirrou forte.

"Essa alergia agora!"

Entrou. Era uma escola, com muitas pessoas. Teria que se controlar para não ver o que não devia. Fez uma careta lembrando da última confusão em que se metera. Afastou as mechas completamente brancas dos cabelos, e seguiu em frente pelos corredores. Passou por um homenzinho esquelético carregando uma gata mal humorada.

-Com licença, quem é a senhora? – olhando-a de cima a baixo.

-Sou July Bates. Vim ver o Prof. Alvo Dumbledore. – sorriu. – Poderia me acompanhar até sua sala? – torcendo para que o homenzinho parasse de olhá-la daquele jeito.

Se arrependeu de vir com as roupas trouxas que usava. Conteve um suspiro. A custos.

-Um momento. – não estava satisfeito com a inspeção. – Vou chamá-lo.

Após alguns minutos que pareceram horas, July estava se sentindo como uma aluna desajeitada, aguardando detenção.

"Doces lembranças" – a voz voltou.

Ignorou. Encostou-se à parede. E observou a estatua a frente. A mão foi assanhada até tocar o objeto, sem que ela percebesse. Sentiu um giro. Um clarão e viu um casal de jovens se beijando apaixonadamente, atrás da estatua. O menino, um loiro platinado. A menina, de cabelos muito ruivos.

Tirou a mão rapidamente, fazendo com que a cena desaparecesse automaticamente.

-Que coisa!

"Inveja?" – a voz sardônica.

Ignorou mais uma vez. Desde que as visões começaram, aquela voz falava com ela. Questionando, desnudando toda a alma. Era tocar em um objeto ou uma pessoa, que as visões vinham. Era muito constrangedor.

-July, minha querida! Que bom que veio. – Dumbledore chegou de braços abertos tomando a outra. – Como vai meu irmão, seu bisavô?

-Muito bem tio Alvo. Reclama que não vai mais visitá-lo.

-Oh! Meu querido irmão. Dirigir uma escola costuma tomar tanto tempo! Mas tentarei vê-lo logo. E você, querida?

Suspirou.

-Bem, tio, estou tentando acostumar com a situação. Mas é tão difícil! – gemeu.

-Não se preocupe. Vamos ajudá-la. Agora vamos. Deixe-me mostrar sua nova casa. - sorriu amável.

Estavam passeando pelo castelo, quando chegavam próximo às masmorras, e ele recomeçou a explicar.

-Bem, July, aqui são as masmorras. Temos as salas de aula de poções e os aposentos do Prof. Snape.

-Sombrio, não? – ela brincou.

-Sim. – sorriu. – Um pouco.

E ela espirrou com forca, de repente. Pegou um lenço na bolsa.

-Oh! Tio, essa alergia voltando. Mas é só passar a primavera. Na época da polimerização eu fico assim.

E ao guardar o lenço de volta, acabou deixando a bolsa cair no chão. E todo seu conteúdo saiu. Um pequeno tubo em forma de bastão, que as trouxas usavam para pintar os lábios, rolou até uma armadura. Foi apanhá-lo. Mas viu algo que chamou sua atenção. Um corrente de ouro branco, com um brasão e uma serpente no centro. Ao pegá-la nas mãos, sentiu que tudo rodou outra vez. E a cena que se descortinou a sua frente, a paralisou.

Havia um homem muito alto. Com músculos ligeiramente definidos. E ele estava nu. Tomando banho. Tinha cabelos muito negros. E esfregava o corpo com forca. Ela estremeceu e corou no momento em que as mãos desviaram em busca de outras partes daquele corpo fascinante. De repente o cenário mudou muito rapidamente. E pode ver o moreno agora vestido.

"Que pena!" – a voz.

Ele sofreu uma colisão com um rapaz de rosto redondo, que parecia apavorado, fazendo a correntinha se romper, sem que o dono notasse. E então estava novamente no corredor escuro, diante do tio.

Ela, com expressão de choque e muito corada. Ele, com um ar curioso e levemente divertido.

-Então, aconteceu outra vez?

Suspirou com dificuldade. O moreno nu, estava vivo em sua memória. Instintivamente, guardou a jóia no bolso.

-Er... sim.... er... outra vez. – ficar mais vermelha seria impossível.

Imaginava o contraste com os cabelos tão brancos. Ficou muito agradecida quando não foi questionada. Já era bastante constrangedor ver. Falar seria demasiado para ela.

-Agora vou levá-la aos seus aposentos. Devo esclarecer que ficará na torre da Corvinal. Tenho certeza de que gostará.

Ao chegarem no local, July estava encantada. Era muito aconchegante. E tinha alguns objetos trouxas de que gostava muito. Baralho, seus livros preferidos, moveis claros e coloridos, uma penteadeira com espelho bruxo e artigos pessoais.

-Tudo novo em folha. Escolhi conjurar tudo. Assim, as únicas lembranças serão as adquiridas daqui para frente.

E em um canto notou uma vasilha contendo um líquido prata dentro.

-Uma penseira. – respondeu antes da pergunta ser formulada. – Poderá ser útil. Aprendera com um grande professor. Mas isso será apenas a partir de segunda. Neste fim de semana, quero que conheça os professores e os alunos.

Ele se foi e a deixou com seu novo quarto. A correntinha pesando no bolso. Pegou-a novamente. Teve a mesma visão de antes. Era constrangedor. Resolveu guardá-la em uma gaveta. E viu para sua surpresa, uma infinidade de sapos de chocolate ali. Sorriu com carinho. Decidiu-se por tomar um longo banho, para enfim descansar um pouco.

"Lembrando-se de outro banho, querida?" – a voz perturbadora.

-Não. – mentiu alto.

Mais tarde teve que acelerar para se vestir. Já estava quase na hora do jantar. Agora estava com trajes bruxos e sua capa negra. Mas os longos cabelos brancos não tinham concerto. Desde que tudo começou ficaram daquele jeito. Algumas pessoas ainda ficavam chocadas, mas admitia que gostava do novo visual. Pintou os lábios a moda trouxa e saiu.

Ia calmamente quando quase colidiu com uma garota loira de olhos muito arregalados. Parecia mais desligada que ela própria.

-Ops. – sorriu. – Quase hein?

-É. Não vi a senhora. – e a menina ficou encarando-a francamente.

-Ui! Senhora não! Me chame de July. Não sou tão mais velha que você. Como é seu nome? – sorria simpática.

-Luna Lovegood. Você é professora nova?

-Não! – riu. – Na verdade, - fez cara de segredo, se aproximando da loirinha. – vim TER algumas aulas!

-Oh! – foi só o que ela falou.

-Você estava indo jantar?

-Sim, mas antes ia me encontrar com uma amiga. – e desta vez ele que se aproximou. – Mas ela já estava... um tanto ocupada. – sorriu sonhadora.

July riu. Gostou da menina. Não foi difícil imaginar qual a "ocupação" da tal amiga.

-Então, se quiser ir comigo, estou indo para lá agora.

Luna assentiu e seguiram pelos corredores até o salão principal. Ouviu histórias sobre alguns alunos e professores e sobre umas criaturas que segundo a garota seriam pequenos insetos que gostavam de ficar em azevinho. Nargui-alguma-coisa.

Ao chegarem, foi recebida pelo tio-avô, que a chamou para a mesa dos professores. Despediu-se de sua nova amiga e seguiu em frente.

-Querida! Espero que tenha tido tempo de descansar! – a abraçou.

-Oh! Sim. Certamente. E adorei os presentinhos! – riu travessa.

-Sim, são minhas únicas fraquezas. – divertido. E virou-se para os que estavam à mesa. – Senhores, conheçam July Bates Dumbledore, minha sobrinha-bisneta. – percebeu que ela corou. – Mas ela por alguma razão, parece achar "Dumbledore" um nome muito "pesado". – brincou. – É conhecida apenas por July Bates. – estava ainda mais corada. – Estes são Minerva McGonagalll, Transfiguração; Rúbeo Hagrid, Trato de Criaturas Mágicas; Remus Lupim, Defesa das Artes das Trevas; Flitwick, feitiços e finalmente; Severus Snape, Poções.

Ela apenas acenava discretamente para cada professor apresentado e sorria educada, mas no último, ficou pálida.

"Então é ele?" – pensou boquiaberta.

"Quem diria que pessoalmente o moreno fosse mais sexy!?" – a voz assanhada..

Sacudiu a cabeça e tornou a sorriu desajeitadamente.

-Boa noite a todos! – tentou disfarçar e se sentou entre o diretor e a professora de transfiguração. Esperava que ninguém tivesse notado que suava levemente.

Alguém bateu com um garfo num copo de cristal. Todos no salão ficaram em silencio.

-Boa noite a todos! – Dumbledore iniciou. – Hoje, uma visitante muito especial chegou. Minha sobrinha bisneta. Que ficara algum tempo conosco. Espero que a recebam com o carinho que ela merece. Srta July Bates, estes são os alunos de Hogwarts e esta é sua nova casa. Espero que goste daqui. – e se virou para os alunos novamente. – Então, vamos jantar. – bateu as mãos fazendo surgir em todas as mesas o banquete esperado.

O barulho recomeçou. Mas algumas pessoas ainda olhavam com interesse. Fora isso foi uma refeição tranqüila. Conversou um pouco com a mulher ao lado. E Dumbledore queria que contasse todas as novidades sobre o irmão. O tempo voou entre risos e guloseimas.

OF: continua.