Imaginary é música original do Evanescence. Harry Potter e afins são propriedade de J.K.Rowling, Warner etc... Isso é uma songfic(?) sem fins comerciais.

Título: H.P. e o Túmulo dos Vaga-lumes

Autor: MEL Morgan Weasley

Gênero: Songfic(?)

Spoilers: 5° livro.

Censura: 13 anos.

2003-Sim não imagino porque não postei antes... mas uma amiguinha pediu pra eu repostá-la e não pude negar.


Harry Potter e o Tumulo dos Vaga-lumes.

-01-

swallowed up in the sound of my screaming / Engolindo no som do meu grito
cannot cease for the fear of silent nights / Não pode cessar o medo das noites silenciosas

Talvez por isso não dormisse mais, era para não escutar o grito.
Algo quebrado e perdido lá no fundo onde a esperança se ausentava, ou se esquecia de ir visitar... e ás vezes, bem ás vezes, chegava a acreditar que não fazia sentido algum continuar de olhos abertos, porque mesmo que houvesse a maior luz na terra...

Ainda haveria aquela ponta de escuridão nas dobras fofas de seus sonhos...

Esperando um único momento de relaxo.

Um único descuido.

E nas madrugadas insones, Harry repetia que não podia se deixar levar pelo medo, pela tristeza ou solidão... porque era corajoso, se não era feliz, pelo menos fora alegre e nunca, nunca estava sozinho.

Não de verdade... acariciou as penas brancas da coruja que voltava com mais um rato no bico, não havia modo de faze-la parar de traze-los.

-Ajudaria se ás vezes você comesse lá fora Edwiges...- disse baixo.

A coruja, pousada em cima da gaiola, arrepiou as penas e com uma pata segurou o rato e pôs-se a comer esfiapando-o como se fosse um banquete.

-Teimosa.- Harry disse encostando de leve a janela.

No ano anterior fora um verdadeiro inferno de calor, esse ano, porém havia uma brisa fria... como se o mundo se revoltasse dos maus cometidos.

Ou simplesmente, aquele frio não era natural... pensou sentindo um arrepio nos braços.

A coruja largou o rato e refugiou-se assustada em seu ombro e quando voltou a olhar para fora percebeu que toda a rua se apagava.

Eles retornavam.

Havia um estranho silêncio que crescia a sua volta antes de opressivamente se instalar até o fundo do seu ser...

Eram tantos.

Quando o primeiro se elevou até o nível de sua janela e o encarou, mesmo não tendo olhos, sentiu a mesma sensação de desfalecimento da primeira vez que os vira de perto...

Tantos, tão perto, tão frios e escuros... os gritos se confundiam.

Achava que nunca mais escutaria o som dos gritos de sua mãe... mas lá ao longe como se viessem do próprio horizonte, podia distinguir seu nome nos gritos angustiosos e distantes, ao mesmo tempo que ouvia o berros do primo gritando, "Não! Não..." a apenas uma parede de distância.

A comoção no corredor tampouco o tirou do estado de torpor que estava ao encarar a criatura ainda parada do outro lado da sua janela, como um fantasma negro.

A sua porta aberta numa única pancada seca fez com que desviasse o olhar.

-O que você está fazendo com meu filho! Seu delinqüente!- disse seu tio se aproximando furioso mais encolhido e tremendo.- O que está fazendo?- perguntou de novo incapaz de se aproximar mais, a cara sempre tão vermelha agora estava mais pálida do que nunca tinha visto.

-Não fiz nada.- disse baixo.

-MENTIRA! Isso é coisa sua! Parece até que vai nevar... em pleno verão!- O tio continuou a falar, mas deu alguns passos para trás mais branco ainda.

-Não sou eu.- disse ainda baixo.- São eles...- olhou-os do lado de fora. Parados como se o próprio tempo tivesse parado...

-Eles? Que eles?- disse o tio num movimento rápido para seu corpanzil e olhou para fora.- Não há nada lá fora... é você, ficou mais forte perto de você!

-Você não pode vê-los... tem sorte.- disse ainda baixo.

Um relâmpago azul envolveu o dementador que se aproximou mais, fazendo-o recuar...

-O que foi isso?- perguntou a tia também se aproximando apertando os olhos claros.

-Isso o quê? Perguntou seu tio.

-Isso tudo.- ela respondeu secamente.

Se fosse um caso de novamente estar angustiado com a falta de lógica nas ocorrências de sua vida teria perguntado se ela realmente tinha visto o relâmpago azul... mas não precisava, sabia que Petûnia tinha visto, olhou-a e respondeu.

-Esse, eu acho, é o feitiço que nos protege.- voltou a olhar para fora.

Era lindo, como uma enorme cúpula de energia azul celeste, cada vez mais forte por causa do número de dementadores que simultaneamente tentava passar por ela.

-Então é você que está fazendo isso!- Valter disse puxando-o pelo braço para encara-lo.

Talvez pelo som irritado que saiu da sua garganta ou pelo olhar frio de desprezo que sabia estar dando, Valter Dursley largou seu braço, Harry disse muito pausadamente na calma que se tornara comum depois de sua volta.

-Não... não estou fazendo nada.- estendeu a mão para a janela como se fosse mostrar algo- como você pode "não" ver estamos cercados de dementadores, mas o feitiço feito para me proteger por Dumbledore os mantém afastados, protegendo a todos "nós"...

-Dementóides?- Valter disse.- Aqueles...

-De-men-ta-do-res... não é difícil é?- disse friamente.

-Aqueles que vieram atrás de Duda?

-Não... aqueles que vieram atrás de mim, e se não se importam quero dormir!- disse empurrando os tios para fora do quarto.- eles não podem entrar... portanto boa noite!

Antes de fechar a porta seus olhos cruzaram com os olhos frios da tia.

-Espero que eles não possam entrar mesmo...- ela resmungou.

Fechou a porta sem responder... se virando para o olhar o espetáculo de luzes azuis que quase ninguém mais podia ver...

E que duraria por muito tempo ainda.

Tempo que não percebeu porque sua cabeça doía cada vez mais.

E sentado na cama olhando as luzes azuis... voltou a pensar que não poderia dormir novamente...

Porque não queria ter pesadelos.