Outra adaptação novinha em folha, dessa vez do livro Orgulho e Preconceito e Zumbis. As postagens serão dia de terça e quinta, fazendo contraparte com Amada Imortal, que será as segundas e sextas. Boa leitura!


Inglaterra, século XIX. Uma misteriosa praga espalha zumbis por todos lados, mas Isabella Swan, especialista em artes marciais e no manuseio de armas, está preparada para enfrentar os piores mortos-vivos. O que a incomoda de verdade é ter que conviver e lutar ao lado do arrogante Sr. Masen.


Capítulo 1 — Prólogo

É uma verdade universalmente aceita que um zumbi, uma vez de posse de um cérebro, necessita de mais cérebros. E nunca tal verdade foi mais inquestionável do que durante os recentes ataques ocorridos em Netherfield Park, nos quais os dezoito moradores de uma propriedade foram chacinados e consumidos por uma horda de mortos vivos.

— Meu caro Sr. Swan — disse-lhe certo dia sua esposa —, já soube que Netherfield Park foi alugada novamente?

O Sr. Swan respondeu que não havia tomado conhecimento disso, e continuou absorto em suas tarefas matinais, que consistiam em afiar adagas e limpar mosquetes — já que os ataques dos não mencionáveis vinham aumentando de forma alarmante nas últimas semanas.

— Pois foi — replicou ela.

O Sr. Swan não comentou.

— E não quer saber quem se mudou para lá? — disse em voz estridente sua mulher, perdendo a paciência.

— Mulher, estou cuidando dos meus mosquetes. Diga as asneiras que quiser, mas me deixe tratar da defesa de minha propriedade!

Tal resposta foi como um convite a prosseguir, o que bastou para a Sra. Swan.

— Ora, muito bem, meu caro marido. A Sra. Stanley contou que Netherfield foi alugada por um jovem de grande fortuna; que ele conseguiu escapar de Londres numa charrete de quatro cavalos tão logo a estranha praga rompeu a linha de defesa de Manchester.

— Como ele se chama?

— McCarty. Um jovem solteiro com quatro ou cinco mil de renda por ano. Que beleza para nossas meninas.

— Como assim? Será que ele pode treiná-las no manejo da espada e do mosquete?

— Como você pode ser tão maçante? É claro que sabe que estou me referindo a ele se casar com uma delas.

— Um casamento? Em tempos como os que vivemos? Certamente o Sr. McCarty não tem tal intenção.

— Intenção? Ridículo! Como pode dizer uma coisa dessas? É muito provável que ele se apaixone por uma delas. Portanto, você deve visitá-lo tão logo ele chegue.

— Não vejo razão para isso. Além do mais, não devemos utilizar as estradas mais do que o absolutamente necessário, sob o risco de perdermos mais cavalos e veículos para o infeliz flagelo que tem atormentado tanto nosso bem-amado Hertfordshire ultimamente.

— Mas pense em suas filhas!

— É nelas que penso, mulher tola! Preferiria imensamente que estivessem com a mente concentrada nas artes mortais a toldada por sonhos com matrimônio e fortuna, como obviamente acontece com você! Vá visitar esse McCarty, se acha que deve, embora eu a advirta para o fato de que nenhuma de nossas filhas tem muito o que as recomende; são tolas e ignorantes como a mãe delas, à exceção de Bella, que, mais do que as irmãs, desenvolveu aquele instinto matador.

— Sr. Swan! Como pode insultar suas próprias filhas dessa maneira? Você se delicia em me envergonhar. Não tem nenhuma compaixão pelos meus pobres nervos.

— Interpreta-me mal, minha cara. Nutro intenso respeito por seus nervos. São meus velhos conhecidos. Pelo menos nestes últimos vinte anos é praticamente tudo sobre o que tenho ouvido falar.

O Sr. Swan era um misto tão peculiar de perspicácia, humor sarcástico, reserva e autodisciplina que a convivência de 23 anos havia sido insuficiente para que a esposa lhe entendesse o temperamento. Já a mente dela apresentava menos dificuldades à compreensão. Tratava-se de uma mulher de escassa inteligência, pouca instrução e gênio instável. Quando estava insatisfeita com algo, fazia-se de doente dos nervos. Quando estava de fato nervosa — o que era seu estado constante, desde o primeiro surto da estranha praga, ainda em sua juventude —, só obtinha consolo apegando-se a tradições que agora pareciam supérfluas para os demais.

O Sr. Swan dedicava sua própria existência a manter as filhas vivas.

A Sra. Swan, a lhes conseguir casamento.


Bem, eu posto o próximo na terça, mas libero antes se chegar em quatro reviews. Falou e fui!