O Mundo Como Nós O Conhecíamos

Autora: GinnyP0tter

Disclaimer: Nada é meu. Todos os créditos vão para JK Rowling.

Classificação: PG-13 pela linguagem e violência.

Avisos: Violência, linguagem, morte de personagens, spoilers de Relíquias da Morte nos últimos episódios (principalmente porque eu tive sorte com algumas suposições sobre Horcruxes e um certo Comensal da Morte seboso).

Epílogo: Destruir as Horcruxes – este é o objetivo de Harry, até um Aperio levar a ele e mais duas pessoas desconhecidas para um mundo onde a profecia nunca existiu, seus pais e Sirius estão vivos, e Gina foi para Azkaban por abrir a Câmara Secreta. Pré-RdM.

Tradutora: Sim, eu, Jú, sou só a tradutora. Viajando pelo FF um dia desses, esqueci de selecionar histórias em Português e me deparei com esta. Ela é ótima, e já está finalizada, e os leitores aguardam ansiosos a segunda parte. Ainda, a partir de determinado capítulo desta, surge outra fic paralela, que pretendo traduzir com a permissão da autora assim que chegarmos ao ponto determinado para o início da mesma. E mandem reviews! A autora original agradece!

História original: The World As We Knew It: http:// www. fanfiction. net /s/3571753/1/ (sem os espaços)

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CAP. 01 – Estranhos Acontecimentos

A noite havia caído, quente e úmida, sobre as filas e filas de casas idênticas. A maioria das janelas estava iluminada, mostrando famílias reunidas em torno das mesas de jantar ou ao redor dos televisores. Uma das janelas do andar superior de uma casa estava iluminada também, e junto a ela sentava um adolescente com cabelos negros desarrumados e óculos. Ele estava olhando janela afora com uma expressão distante em seu rosto, sua mão distraidamente massageando a cicatriz em forma de raio em sua testa.

Era a primeira noite de Harry de volta à Rua dos Alfeneiros. Apenas algumas horas antes ele havia dito tchau para Hermione e Rony, prometendo-lhes que iria enviar uma coruja a eles em uma semana ou então quando ele sentisse que havia passado tempo suficiente nos Dursley para cumprir a ordem de Dumbledore de que ele retornasse à casa dos tios uma última vez. Hermione o havia beijado na bochecha e abraçado com lágrimas nos olhos, afirmando que nos dias seguintes ela iria procurar antigas posses de Ravenclaw e Gryffindor nas pilhas de livros que ela havia emprestado da biblioteca de Hogwarts. Harry sorriu, desanimado – esta era definitivamente a Hermione de quem ele havia sido o melhor amigo nos últimos seis anos.

-E Rony, você deveria pegar alguns livros e procurar também – ela completara, olhando severamente para o garoto alto, desajeitado, de cabelos vermelhos.

-Qual é, Hermione, estamos de férias! – ele protestara.

-E você tem coisas muito mais importantes para fazer do que comer, jogar Quadribol e olhar de boca aberta para Fleur o verão inteiro – ela respondera. Então ela desmanchara em lágrima novamente e rapidamente beijara Rony na bochecha antes de pegar sua mala e disparar na direção do portão da Plataforma Nove e Três Quartos para o resto da King's Cross.

Rony olhara na direção dela por um momento, então, parecendo cair em si, dera uma palmada nas costas de Harry e dissera:

-Vejo você em algumas semanas, colega – antes de deixá-lo para se juntar a Gina e o Sr. e Sra. Weasley.

Agora que Harry pensava sobre isso, ele desejava ter dito adeus para Gina, mas eles haviam intencionalmente evitado um ao outro desde o funeral àquela manhã. Ele armou-se de coragem novamente para manter sua decisão, mas não pôde impedir a inundação de lembranças que desfilaram diante de seus olhos. Gina jogando Quadribol, seu cabelo vermelho esvoaçando atrás dela, Gina xingando Rony, Gina azarando Crabbe e Goyle, Gina passando aquelas gloriosas horas ensolaradas debaixo do carvalho perto do lago, Gina o beijando depois de vencerem a Copa de Quadribol...

Não, ele não deveria... Ele não podia pensar nisso... Voldemort iria machucá-la, e isso era a última coisa que ele precisava, outra morte pela qual se sentir responsável. Harry olhou para baixo, para o medalhão de metal gelado que ele segurava na mão, e pensou em Dumbledore. Sua garganta se apertou quando ele mais uma vez se deparou com a morte de Dumbledore. Ele nunca mais poderia falar com o grande bruxo, o homem que o havia ensinado, ajudado, guiado... amado.

E Dumbledore havia morrido pelas mãos daquele traidor, Snape. Tudo fora em vão, a viagem na caverna, a horrível poção que Dumbledore bebera; Harry pensou enquanto seus dedos acariciavam o medalhão, não havia mais nada; depois de tudo, aquilo não era uma horcrux. Ele vagamente imaginou se Hermione havia descoberto quem R.A.B. era. Harry sabia que ele deveria se importar, deveria imaginar, mas tudo que ele conseguia sentir era um estranho senso de desapego. Provavelmente isso se devia ao fato de que ele perdera a quarta figura mais importante em sua vida. Seus pais, Sirius, Dumbledore... todos eles tinham-se ido. Era apenas Harry agora.

O relógio no andar debaixo apitou as onze horas. Harry sentiu seus olhos ficarem pesados e finalmente decidiu ir para a cama. Depois de se despir, ele rastejou para baixo das cobertas e tirou os óculos. Idéias perdidas passaram por sua mente, pensamentos sonhadores. Ele imaginou o que teria acontecido se seus pais tivessem sobrevivido. Ele desejou conversar com eles, apenas uma vez. Apenas algumas palavras seriam ótimas. Harry pensou em seu padrinho, Sirius, que havia morrido por causa de Belatriz Lestrange. Se apenas eles estivessem vivos... Ele sentiu quase como se estivesse traindo Dumbledore, pensando em seus pais quando era a morte de Dumbledore que ele deveria estar sentindo mais profundamente. Os olhos de Harry estavam quase fechados agora, e seu último pensamento foi...

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Harry acordou com a luz do sol no rosto. Ele rolou e gemeu, puxando as cobertas sobre a cabeça. Houve uma batida na porta.

-Vai embora! – murmurou.

A batida na porta continuou.

-Tia Petúnia, eu vou capinar o jardim depois! Me deixe dormir mais alguns minutos!

A porta abriu. Alguém, um homem, ria jovialmente.

-Você pensou que eu era Petúnia Dursley?

Harry olhou. Rapidamente ele rolou de volta e sentou, procurando seus óculos. Exceto que seus óculos não estavam lá; sua mão estava agarrando ar. O quarto estava todo embaçado, mas Harry podia ver o contorno de um homem atravessar o quarto e pegar algo em cima de um móvel próximo. Um momento mais tarde, seus óculos estavam sendo pressionados em sua mão, e o homem sentou na beira da cama. Harry colocou os óculos... e sufocou um grito.

Tiago Potter estava sentado em sua cama. Não poderia ser nenhum outro. Ele era alto e magro, com cabelos negros desarrumados, e brilhantes olhos castanhos.

-Pensou que ia dormir mais só porque é o primeiro dia do verão é?

Harry o olhou boquiaberto. Tinha que ser uma piada. Isso não podia ser real. Então lhe ocorreu que este homem poderia ser um Comensal da Morte usando poção Polissuco.

-Sim – disse Harry, tentando soar casual, como se fosse uma ocorrência diária encontrar um pai que você acreditava estar morto por toda a sua vida. – Sim. Pensei que podia dormir mais, foi isso. Eu estava sonhando com os Dursley por alguma razão.

-Nós não os vemos há anos. – disse Tiago, sorrindo. – Eu não me importo, mas acho que sua mãe sente um pouco a falta de Petúnia. Harry... o que você está fazendo?

Harry havia pulado da cama em direção à escrivaninha na qual ele encontrou sua varinha. Com os reflexos de um apanhador, ele apanhou a varinha e apontou-a para o Comensal da Morte antes que Tiago tivesse tempo para pegar a sua própria.

-Quem é você? – Harry sibilou. – O que você quer comigo?

Os olhos de Tiago estavam arregalados, sua boca ligeiramente aberta.

-Harry Tiago Potter. Baixe essa varinha! Sou eu, seu pai!

-Não, você não é não. Você é um Comensal da Morte, não é? Sob a Polissuco? Outro dos subordinados de Voldemort para me pegar. Não se mova, ou eu vou azarar você!

Tiago rolou os olhos.

-O que Moody tem ensinado para você em Defesa Contra as Artes das Trevas? Como ser tão paranóico que você puxa a varinha para qualquer um que entra no quarto?

Harry momentaneamente ficou sem fala.

-Moody não é o professor de Defesa. – falou. – Snape é... ou era.

Tiago o encarou.

-Do que você está falando? Snape é um Comensal da Morte. – ele disse, com desprezo. – Ele nunca ensinou em Hogwarts.

-Mentiroso! Eu pensei que todos os Comensais da Morte soubessem que Snape ensinou Poções em Hogwarts por anos e anos!

Tiago suspirou.

-Isso não está nos levando a lugar nenhum. Está bem então, me faça uma pergunta secreta, e você vai saber quem eu realmente sou.

Harry olhou para o homem mais velho, pensando. O que perguntar? Finalmente surgiu uma idéia.

-Qual feitiço você usou contra Snape no lago logo depois do seu N.O.M. de Defesa Contra as Artes das Trevas?

Tiago pareceu chocado.

-Como você sabe sobre isso?

-Não importa. Apenas me diga. – o braço e Harry estava doendo, mas ele continuou segurando a varinha no ar.

-Levicorpus e Impedimenta. E Scourgify.

Harry começou a baixar a varinha. Isto não era um sonho. Apenas seu pai poderia lembrar disso tão claramente... A menos que esse fosse Snape sob efeito de Polissuco. Ele ergueu a varinha uma vez mais.

-Mais uma pergunta. Qual é a sua forma animaga?

-Um cervo.

Harry baixou sua varinha, mas Tiago ergueu uma mão.

-Se nós vamos fazer isso certo, eu tenho que lhe perguntar algo também.

Harry aguardou nervosamente, esperando que ele soubesse a resposta certa. Se seu pai estava vivo de verdade, ele não estava certo de mais nada. Sua mãe estava viva também. Isso significava... Sirius talvez nunca tivesse isso para Azkaban. Talvez Dumbledore nunca tivesse morrido. Talvez...

-Qual é o nome do seu primo?

Harry sorriu. Essa era muito fácil.

-Dudley.

-E... para ter certeza... que posição você joga no time da Grifinória?

A palavra "apanhador" estava em seus lábios quando ocorreu a Harry que ele poderia não ser um apanhador neste mundo. Talvez Tiago o tivesse ensinado a jogar em uma posição diferente. Ele olhou pelo quarto e percebeu um pôster em movimento de Uraia Yates, goleiro do Oxford Otters, em sua parede. Não havia pôsteres de apanhadores.

-Hum... Goleiro?

-Certo. Então você vai parar com esse negócio de Comensal da Morte e descer? Sua mãe está fazendo ovos fritos e Sirius está chegando mais tarde esta manhã.

O coração de Harry deu um salto. Sirius estava vivo e bem. Mas ele meramente murmurou:

-Desculpe pai. Moody disse vigilância constante. Eu vou me vestir e descer em um minuto.

Tiago saiu, ainda lançando estranhos olhares para Harry por sobre o ombro. Harry abriu o armário e escolheu uma camiseta e uma calça jeans que ele nunca vira antes. Depois de se vestir, colocou a varinha no bolso detrás e se largou na cama. Isso não podia ser real, podia? O que havia acontecido na noite anterior? Ele pensou nas últimas lembranças que tivera antes de dormir. Tinha desejado que seus pais continuassem vivos.

Eu os trouxe a vida? Imaginou. Harry correu os dedos pelo cabelo e massageou a parte de sua testa onde a cicatriz estava. Exceto que agora a pele estava lisa.

Ele congelou em choque, então sentou e puxou a varinha. Murmurou o feitiço specularis e um espelho surgiu da ponta de sua varinha. Quando Harry olhou para ele, a verdade o atingiu – sua cicatriz se fora.

N.d.T.: Curtinho, eu sei, os próximos são maiores. Estou num período difícil (acho que estou num ano difícil XD) e com pouco tempo para traduzir. Assim que possível, coloco o próximo. Beijões e REVIEWS!