Capítulo 1
Faltava uma semana para o início das aulas. Albus Dumbledore, o diretor de Hogwarts, marcou uma reunião com os professores para combinarem o início do novo ano letivo.
O Diretor entrou na sala dos professores, sorridente:
— Boa-noite. Antes de iniciarmos os assuntos rotineiros, quero apresentar a nova professora de DCAT. – Ele abriu a porta da sala e pediu que ela entrasse – Sra. Walkyria Bathory.
Ela entrou na sala. Era uma mulher alta, esbelta, a pele extremamente branca. Aparentava ter mais ou menos 35 anos de idade. Seus lábios eram vermelhos e carnudos. Tinha um longo cabelo liso negro, e seus olhos eram verde-amarelados, profundos e misteriosos. Seu caminhar era como o de uma serpente, e seu vestido longo e negro delizava sensualmente.
— Boa noite. – disse, com uma voz rouca e quente. Olhou para todos os presentes na sala até se fixar, por uns segundos a mais, num certo professor que, por algum motivo, lhe chamou atenção. Mas logo desviou o olhar e se sentou na cadeira que estava vazia.
Os professores olharam para ela com expressões curiosas. Notava-se que tinham mil perguntas em suas mentes quanto a esta mulher exótica que acabara de entrar. Prof. Binns não se conteve, e disse, olhando-a por inteira:
— Seu sobrenome...não me é estranho...é o mesmo da...
— Condessa Elizabeth Bathory, a vampira sangüinária. Sou sobrinha dela.
Os professores ficaram um pouco espantados com o que ela disse.
— Então... – disse Sprout
— Sim, ela é uma vampira. – confirmou o Diretor.
Os professores começaram a se olhar. O desconforto era geral. Uma vampira como professora era muito arriscado. Acreditava-se que poderia ser ainda mais perigoso do que um lobisomem. Além disso, aA grande maioria dos vampiros tinha fama de serem traiçoeiros.
Snape lançava olhares diabólicos para a nova professora e também para Dumbledore. Ele aparentemente não simpatizou nem um pouco com a sua nova colega. Não só pelo fato dela ser uma vampira, mas provavelmente por ocupar o tão sonhado cargo de professora de DCAT.
Mas o Diretor já esperava a reação dos professores e continuou a falar:
— Imaginei que todos ficariam um pouco surpresos com a contratação de Walkyria, – ela estava séria e só escutava – mas quero que saibam que ela é uma excelente profissional. Tem ótimas referências. Deu aulas durante vinte anos na Escola Durmstrang, portanto, não há motivos para preocupações e questionamentos.
Após a reunião, Dumbledore dispensou a todos, exceto Snape. Pediu que ficasse, pois ainda tinha mais alguns assuntos a tratar. Antes que o Diretor começasse a falar, Snape se adiantou:
— Você sabe o risco que estamos correndo Albus?
— Não se preocupe, Severus. Está tudo sob controle.
— Uma vampira! Onde você está com a cabeça? Você sabe muito bem com que tipo de gente essa raça se alia...
— Severus...
— Como se não bastasse Você-sabe-quem ficar rondando Hogwarts atrás de Potter o tempo todo, e você contrata uma vampira! Não vamos ter paz nem aqui dentro... Estamos arriscando...nossos pescoços... – ele andava de um lado para outro, rosnando, bufando de tanta raiva.
— Severus, tenha calma, por favor! – Dumbledore falou com firmeza. – Não existe esse risco, confie em mim. E...ela não vai se alimentar de ninguém aqui em Hogwarts, fique tranqüilo.
— E ela vai ... com- quer dizer, beber o quê? Suco de abóboras?
Dumbledore sorriu.
— Seu pescoço está a salvo, Severus. Acertei com os elfos domésticos. Eles vão cuidar da alimentação dela. Providenciarão carnes e...sangue...para ela.
Snape fez uma cara de nojo.
— Vou ficar de olho nela. Não confio numa vampira.
— Não terá dificuldade nenhuma para isso...
— O que quer dizer?
— Você sabe, Severus... vampiros não podem ficar em local quente e arejado...
— E daí?
— A sala de DCAT fica no segundo andar. Combinei que ela dará suas aulas lá, mas...seus aposentos não serão ao lado da sala, como foi com os outros professores.
— E será onde, então?
— Existe um quarto vago nas masmorras, se não estou enganado...
— Só existe um, mas não pode ser...esqueça!
— Porque? Você está utilizando-o?
— Não, mas posso arrumar rapidamente alguma utilidade para ele, se é esse o problema...
— Severus...
— Fica em frente ao meu quarto, Albus!
— Então é perfeito! Você ficará de olho nela para mim em tempo integral – falou sarcasticamente.
— Por que ela não fica na Casa dos Gritos? É sombrio, assustador e cheio de ratos para ela se alimentar...
— Controle-se Severus! Não há o que fazer, é o único local disponível capaz de hospedar uma vampira aqui dentro da escola.
— Como quiser, Albus. – Deu as costas e saiu rapidamente da sala do diretor.
Capítulo 2
Os alunos chegaram a Hogwarts. Antes do início do ritual do chapéu seletor, os professores se acomodaram às mesas. Walkyria sentou ao lado de Snape. Ele ainda estava visivelmente irritado com toda aquela situação. Ainda não havia sequer prestado atenção na nova professora. Não notou como ela era linda e sensual.
— Boa-noite, Snape. – disse, procurando os olhos dele.
— Boa-noite. – respondeu num tom baixo sem olhar para ela.
Após o ritual de seleção dos novos alunos, Dumbledore começou a falar das novidades de Hogwarts. Apresentou a nova professora de DCAT. Os alunos ficaram num burburinho. Os mais espertos e mais experientes logo notaram que ela não era uma bruxa. Mas, aparentemente, nenhum aluno ficou com medo. Alguns acharam estranho, outros disseram que seria uma experiência interessante. Também havia alguns grupinhos da "ala masculina" que, entre sorrisos e cochichos, ficaram comentando da beleza da professora.
No primeiro dia letivo, Walkyria saiu em direção à sua sala e teve uma surpresa: encontrou-se com o Barão Sangrento, o fantasma da Sonserina.
— Ora, ora, ora...temos uma invasora na masmorra! Quem pensa que é? – apontou sua espada para o peito dela.
— Como ousa, seu fantasma maluco?
— Você não sabe quem eu sou? Curve-se, sua mortal!
— Curve-se você, fantasma idiota! – Ela revirou os olhos e, de verde-amarelados, eles ficaram brancos e seus dentes caninos cresceram. Ela havia se transformado.
— Você não é uma bruxa! – disse já abaixando a voz.
— Claro que não sou! Vejo que você não tem nem competência para reconhecer uma vampira! Tem muito o que aprender, fantasminha!
— Perdoe-me, madame...
— Desta vez passa... Agora, saia da minha frente! – falou com firmeza.
Walkyria entrou na sala de DCAT para dar sua primeira aula. Era a turma do 6º ano com alunos da Grifinória e Sonserina.
— Boa tarde. Hoje vamos estudar os Quintípedes. Abram seus livros na página 405.
Todos começaram a abrir seus livros. Uma aluna no fundo da sala levantou o braço.
— Alguma dúvida, Srta. Midgen?
— Professora, ouvimos falar que...a senhora é...
— Uma vampira. Sim, é verdade.
— Poderia nos explicar mais sobre vampiros?
— Mas, vocês já tiveram aula sobre esse assunto no 3º ano, se não me engano...— olhou para suas anotações na mesa – com o Prof. Lupin.
— Sim, é verdade. – acrescentou Hermione – Mas creio que tenha sido um pouco superficial.
— Tudo bem. Então deixaremos os Quantípedes para a próxima aula. Vamos falar sobre vampiros. Existem dois tipos de Vampiros. O primeiro não é nada perigoso. Parece um ogro escorregadio e dentuço e...pode ser...domesticado. – ela fez uma expressão de desaprovação. – O segundo tipo é o que vocês estão vendo...parece uma pessoa normal.
— Mas por que alguns se tornam aparentemente tão fracos e outros não? – perguntou Olívia Hornby.
— Bem, quando um vampiro morde uma pessoa com o intuito de transformá-la, tem que saber se é um bruxo ou um trouxa. Se for um trouxa, digo, totalmente trouxa, que não tenha nenhuma gota de sangue bruxo correndo em suas veias, este se transforma nesse ser...digamos...estranho e fraco. Agora, se este vampiro morder um bruxo, mesmo que seja um aborto, então ele se torna um vampiro com forma humana e com alguns poderes, dependendo do caso.
— E esse segundo tipo de vampiro, é realmente capaz de virar um morcego? – pergunto Rony.
— Se for um animago, sim.
— Poderia nos dar mais características desse tipo de vampiro? O Prof. Lupin falou mais sobre os tipos mais fracos. – disse Draco.
— Vamos ver... A mais importante é que temos o poder de regeneração. Se formos feridos por facas, espadas ou até se cortarem alguma parte do nosso corpo, sentimos dor como qualquer um, mas essa parte, em questão de segundos, dependendo do tamanho do corte, se regenera completamente. Quanto a alimentação, nós comemos comidas normais, mas necessitamos muito de sangue pois, ao contrário dos humanos, não o produzimos. E o sangue é vital para qualquer um!
— E quanto à imortalidade? – perguntou Harry.
— Sim, somos imortais. Isso é devido à regeneração. Por isso também não envelhecemos. Mas, por outro lado, a imortalidade não é tão boa assim. Muitos vampiros se suicidam, pois não aturam a eternidade em completa solidão.
— Então...a Senhora não tem a idade que parece, deve ser bem mais velha! – disse Rony. Hermione, que estava ao seu lado cutucou-o.
— Imaginei que vocês perguntariam a minha idade... – ela sorriu. – Eu tenho...apenas...410 anos.
Um grande "ohhhh" foi pronunciado pelos alunos na sala.
E as perguntas continuaram:
— Vampiros têm mesmo aversão a alhos e crucifixos? – questionou Neville.
Walkyria riu.
— Não! Isso é pura ficção! Devo confessar que a maioria dos vampiros não gosta do sabor do alho na comida, mas é só isso! Quanto aos crucifixos: saibam que muitos vampiros até freqüentam a igreja. Aliás, existem muitas mentiras sobre vampiros, vocês têm que ficar atentos! Por exemplo, estacas: elas não matam vampiros. O que acontece é que o coração dos vampiros é sensível à celulose e, quando atingido, ele perde a consciência e, conseqüentemente, a capacidade de regeneração, ficando assim vulnerável.
— E quanto à luz? – perguntou Harry.
— A luz não é o problema para o vampiro de aspecto humano. O que nenhum vampiro suporta são os raios solares. Os raios ultravioleta emitidos pelo sol são fatais. Nosso corpo entra em combustão imediatamente quando em contato com eles.
Os alunos estavam hipnotizados enquanto Walkyria falava. Estavam adorando a aula.
— Agora que vocês já sabem bastante sobre vampiros, quero que preparem uma redação de três folhas sobre o que foi falado em aula para entregarem na próxima aula. Estão dispensados.
Capítulo 3
Duas semanas se passaram. Walkyria só aparecia no Salão Principal na hora do jantar. Dava suas aulas sempre nos últimos períodos da tarde e algumas aulas também à noite. Snape sempre a observava, disfarçadamente. Ainda não haviam conversado muito. Só falavam o necessário.
Certa noite, Snape estava em seu escritório, corrigindo os trabalhos da escola, quando ouviu alguém bater à sua porta. Ele se levantou e foi ver quem era.
— Olá, Snape.
— Senhora Walkyria, o que deseja?
— Posso entrar?
Snape ficou quieto por um momento. Convidar uma vampira para entrar em sua sala era um tanto arriscado. Mas, o pensamento de Walkyria foi mais rápido e ela disse:
— Não se preocupe, Severus...sei o que está pensando. – disse sorrindo. – Só quero conversar, não estou com segundas intenções...
— Entre. Mas, por favor, seja breve. Tenho muitos trabalhos para corrigir. – ele tentou desconversar.
— Sei que você possui um material bem interessante sobre DCAT. Preciso do livro "Criaturas Malignas", você tem?
— Sim, eu tenho.
— Você se importa de me emprestar?
— Vai dar aulas sobre criaturas das trevas? – disse num tom irônico.
— Sim. Quero fazer um quadro de comparações com características e modos de defesa.
— Hum...interessante. – Foi até o fundo da sala e pegou o livro na estante. – Vai falar de... todos os tipos de... criaturas? Todos, eu quero dizer, lobisomens, vampiros...
— Para sua informação, na primeira semana eu dei uma aula específica sobre vampiros. – disse fulminando-o com os olhos. – Agora... será que você pode me emprestar o livro?
— Mas...como uma professora de DCAT...tão experiente... não possui um livro tão importante como este?
— Chega de ironias, Severus Snape! É claro que tenho esse livro. Apenas esqueci de trazê-lo. Está no meu castelo. Vou mandar buscá-lo e, assim que ele chegar, devolvo o seu, inteirinho.
— Espero que sim. – disse entregando o livro para ela.
— Obrigada. – deu as costas para ele e saiu da sala.
No sábado, Walkyria saiu para um compromisso, logo após o jantar. Combinou que, sempre que precisasse, utilizaria a lareira do Diretor.
Já eram três horas da madrugada e ela estava voltando de seu compromisso. Usava um elegante e longo vestido preto, mais comprido na parte de trás, como uma cauda. Havia um decote extremamente ousado nas costas.
Ela vinha pelos corredores de Hogwarts, caminhando lentamente. Snape vinha logo atrás dela, a passos lentos. Observando-a. Pela primeira vez prestou atenção nela. Olhou para o decote que mostrava as costas dela...a pele lisa, branca e parecendo muito macia... Ele sentiu vontade de tocá-la.
Walkyria já estava na masmorra e ouviu passos. Virou rapidamente para ver quem era.
— Snape! Acordado até essa hora?
— Sempre faço uma ronda pelo castelo à noite. – disse quase sussurrando – E a senhora, vejo que vem de uma festa...
— Fui ao aniversário de minha prima Anna.
— Anna...Bathory?
— Sim, ela mesma. A filha de Elizabeth.
— Ainda vive...
— Sim, Snape. Vampiros são imortais, esqueceu? – deu um sorriso irônico – Ela completou hoje "apenas" 418 aninhos...
Snape fez uma expressão de surpresa. Walkyria continuou andando e abriu a porta de seu quarto.
— Não sabia que festas de vampiros terminavam tão cedo... – ele comentou com ironia.
— A festa não terminou. Muitos saíram para "comemorar" nas ruas, se é que me entende...
— Claro...
— Bem, vou entrar e tomar uma taça de vinho. É cedo ainda...me acompanha?
— Fica para outra noite, pois, ao contrário da senhora, eu não tenho tempo para festas. Boa noite.
Walkyria entrou em seu quarto e fechou a porta. Pensou: "Ele é tão charmoso...me deixa arrepiada, mas tem um péssimo humor! Que pena..."
Capítulo 4
Na quinta-feira à noite, Dumbledore marcou reunião da Ordem da Fênix em sua sala. os membros foram chegando e acomodando-se nas cadeiras dispostas em círculo: Arthur Weasley, Tonks, Lupin, Fletcher, McGonagall. Por último chegou Snape e logo atrás Dumbledore.
— Boa-noite. Vou ir direto ao que interessa, pois sei que todos têm seus compromissos. Fiquei sabendo que Voldemort está planejando se aliar a um clã de vampiros da Romênia.
— Eu sabia... – resmungou Snape.
— Deixe-me continuar, Severus. Não tire conclusões precipitadas.
— Como ficou sabendo disso, Albus? – perguntou Fletcher.
O Diretor se levantou e abriu a porta da sala. Walkyria entrou.
— Esta é Walkyria Bathory. Ela é a pessoa mais influente deste clã. Foi ela que nos informou sobre isso.
— Por favor, explique melhor. – disse McGonagall.
— Um mensageiro de Você-sabe-quem procurou meu marido, Klaus, na noite de ontem. Mandou que me encontrasse pois o Lord das Trevas queria conversar comigo. Eu sei exatamente o que ele quer pois há 15 anos nosso clã era seu aliado. Mas após a derrota dele, pensamos que tudo isso estaria acabado...
— Então vocês eram aliados dele! Não estou entendendo... – disse Snape.
— Naquela época quem comandava o clã era meu primo Paul, filho de Elizabeth. Com a morte dele, e, como minhas primas que ainda são vivas Anna e Katherina, não quiseram assumir o compromisso de presidir o clã, fiquei eu como responsável.
— Continuo sem entender... – resmungou Snape.
— Paul Bathory era um vampiro das trevas. Aliou-se a Você-sabe-quem para ter mais poder. Não se importava nem um pouco com a vontade do clã. Por isso acabou sendo morto. Quando eu assumi, mudei tudo isso. Nós fazemos reuniões para decidir o que vai ser feito. Então, decidimos que não nos tornaremos aliados dele, vamos fazer parte da Ordem da Fênix.
— Ele não vai gostar nenhum pouco dessa mudança... – comentou Arthur.
— Sabemos que não. Por isso decidimos omitir nossa ligação com a Ordem. Iremos fingir que estamos ao seu lado, lutando pelo lado das trevas.
— Vão fazer jogo duplo? Vocês estão loucos! Acham mesmo que vai dar certo? – exclamou Lupin.
— Vamos tentar. Não o queremos no poder de modo algum. No sábado, à noite, vou ter um encontro com ele para formalizarmos a suposta ligação.
— Vai se encontrar com ele? Está louca mesmo! Pode morrer! – disse Tonks.
— Não se preocupe... – disse sorrindo – já estou morta!
Tonks ficou vermelha como um tomate e abaixou a cabeça.
