Disclamer: Tudo da JK, mesmo que ela não saiba juntas casais, mas tudo bem, isso a gente resolve.

---

Eu tinha medo. Medo de perdê-la. Medo de me perder pra ela.

Peguei outro cigarro. Maldito vício. Maldito medo. Maldita Weasley.

Eu deveria saber, deveria ter previsto. Isso era tão presumível. Era impossível se envolver com ela e não se apaixonar. Impossível ver seus olhos brilhando e seus cabelos ruivos sendo carregados pelo vento e não pensar que ela é a coisa mais bela do mundo.

Ela tinha se tornado meu mundo. Mas eu não podia dizer isso pra ela. Quer dizer, eu era um puta covarde e ela sabia disso desde o inicio. Então ela não me pode me culpar de não querer compartilhar meus sentimentos.

E porque, diabos, ela demorava tanto? Ela sempre fazia isso. De propósito, eu apostaria se tivesse a chance. Nós marcávamos um encontro as três e ela sempre chegava às quatro. E mesmo eu sabendo disso eu nunca chegava atrasado. Que merda de dependência. Porque essa era a verdade. Eu havia me tornado dependente e viciado. Era capaz de agora eu tentar largar o cigarro e conseguir, se ela não me largasse nunca mais, claro.

Esse pensamento me assustou como nenhum outro havia me assustado até agora. Eu pensar em ficar com uma mulher pra sempre não era algo que acontecia com freqüência, na verdade, nunca havia acontecido. Essa mulher deve ter me dado uma poção, não é possível.

Minhas conclusões me incomodavam e me deixavam cada vez mais irritado. Outro cigarro. Ela podia chegar logo.

E eu a vi, atravessando a rua em minha direção. Eram três e quarenta e cinco. Ela estava 15 minutos adiantada. Um avanço no nosso probleminha com o relógio. O cabelo balançava de um lado para o outro, e brilhavam junto com o sol. Ela usava óculos escuros e por isso não podia ver se seus olhos mostravam felicidade, mas talvez fosse pra isso que servia o sorriso em seu rosto.

Ela pôs os óculos na cabeça enquanto se aproximava de e piscou pra mim. Eu levantei uma sobrancelha como sempre acontecia quando ela fazia essas coisas inesperadas e encantadoramente adoráveis.

E quando ela finalmente chegou até mim, e sem falar nada antes, pegou o cigarro da minha mão e o jogou no chão e o apagou com seus salto, eu soube, naquele minuto, que eu não estava louco e que ela não tinha me dado uma poção do amor.

Eu estava apenas amando. E beijando a minha futura esposa, mesmo que ela, ainda, não soubesse disso.

---

NA: O que o tédio das férias não faz, não é verdade?