Sango e Miroku estavam sentados na habitual mesa do grupo, no café mais conhecido de toda a cidade. O alegre burburinho das conversas e risos ouvia-se por todo o café misturando-se com a música das ruas. New Orleans é a cidade certa para quem procura música e um ambiente alegre nas ruas e cafés. Ali demónios e humanos conviviam pacificamente não dando importância ás diferenças existentes. Normalmente a mulher que estava sentada á mesa com Miroku, estava alegre e em sintonia com o ambiente em redor. Mas hoje estava aborrecida e impaciente. Miroku mantinha-se calmo e batia o pé ao ritmo contagiante do jazz que enchia as ruas, mas assustou-se ligeiramente quando Sango bateu na mesa irritada enquanto olhava para o relógio de bolso.

- Epah! Mas aquele gajo anda a fazer o quê? Disse que estava cá ás 10 e são 10:30! – resmungou ela irritada.

- Sango, querida, tem calma… - começou Miroku fazendo um ar sedutor desistindo em seguida.

- Eu aconselho-te a calares a boca se gostas de ter todos os dentes. – ameaçou ela baixinho.

Miroku soltou um risinho nervoso e passou o dedo pelo colarinho da camisa alargando-a ligeiramente.

- Bom dia! – saudou uma voz alegre.

Virando o olhar para o recém-chegado meio-demónio, Sango fulminou-o com os olhos.

- Sabes que horas são? – perguntou ela mostrando o relógio.

Inuyasha passou as mãos pelo smoking beje alisando-o nervosamente.

- Eu tenho uma desculpa razoável… - disse ele rindo nervosamente.

- Sim? – incentivou Sango rapidamente.

As orelhas de Inuyasha mexiam-se ligeiramente na sua cabeça, procurando uma resposta plausível.

- Eu adormeci… Porque estive a trabalhar até tarde! – disse ele rapidamente.

- Eu sei bem o que andas-te a trabalhar! – resmungou ela revirando os olhos.

Inuyasha sorriu perversamente na sua direcção.

- Sabes com é. De noite queimam-se as calorias todas! – disse ele perversamente.

Miroku riu alegremente enquanto que Sango revirou os olhos.

- És mesmo um Playboy! – resmungou ela.

- Com todo o gosto! – disse ele sorrindo – E agora… Onde está a outra? Estou cheio de fome!

- Tens a certeza de que és o dono disto? – perguntou Sango irritada.

- Tecnicamente não sou o dono disto! – informou ele coçando a cabeça pensativamente.

Inuyasha era o Playboy mais conhecido de New Orleans, e sendo um hanyou só ajudava! O cabelo prateado comprido e os olhos dourados atraíam as raparigas como se fossem mel. E quando sorria as coisas aconteciam mais depressa ainda. Metade das mulheres da cidade estavam a seus pés, e a outra metade, por ser casada ou esperta, evitavam aproximar-se dele. Ali sentado no café os famosos olhos procuravam alguém que parecia não querer aparecer.

- Bom dia, Kagome! – saudou uma voz feminina na mesa ao lado.

AH! Ali estava quem ele procurava! A única rapariga em que ele nunca tocaria nem usaria os truques reles. Os cabelos negros estavam presos num rabo-de-cavalo alto, mas ainda assim chegavam ao fundo das costas. O vestido amarelo claro que costumava usar no café tinha uma saia demasiado curta, (aliás quando ela se baixava dava uma vista panorâmica com tudo incluído) e um decote revelador que estava completamente cheio. E nos pés calçava uns sapatos pretos muito brilhantes devido ao cuidado que ela revelava ter com eles. O casal que se tinha dirigido a Kagome tinha um rapazinho muito irrequieto que se encontrava completamente sujo de chocolate. O pai tentava desesperadamente limpá-lo, mas o rapaz não parecia querer ser limpo.

- Thomas! Por favor, deixa-me limpar-te! – pediu o pai com o guardanapo em punho.

O miúdo ignorou o pedido do pai continuando a esquivar-se.

- Não! Eu quero que a 'Gome me limpe! – resmungou ele olhando para a rapariga.

Kagome soltou uma gargalhada baixinha e doce, que escorregou nas orelhas de Inuyasha como mel derretido e os fez virarem-se para a rapariga. Kagome tirou um lencinho branco do avental e limpou a cara do rapaz suavemente, enquanto este se inclinava para ela com um sorriso de orelha a orelha na cara. Inuyasha semicerrou os olhos irritado.

- Sortudo, do filho da mãe. – murmurou ele ciumentamente fazendo Sango e Miroku olharem para ele enquanto tentavam não rir.

Kagome tinha agora acabado de limpar a cara do catraio e estava a guardar o lenço, agora imundo, no bolso do avental.

- Ai, Kagome o que faríamos sem ti? – perguntou a mulher suspirando.

- Oh! – disse ela encolhendo os ombros – Sra. Smith, não foi nada de especial! E aliás, Thomas é como um bolo de chocolate! Um doce! – disse ela beijando a cabeça do dito rapaz, que riu e ficou quietinho na cadeira.

- Muito obrigada Kagome! – agradeceu o homem sorrindo.

- Não têm de quê! – disse ela afastando-se da mesa com um sorriso.

Inuyasha acompanhou-a com o olhar até que algo lhe bloqueou a vista. Uma mulher com uns olhos frios estava á sua frente com o bloco de anotações.

- Olá, já pediram? – perguntou ela com falsa doçura.

- Hum… Olá Kikyo… - murmurou Inuyasha forçando um sorriso.

- Eles ainda não pediram, mas não pedem nada a ti! – disse Kagome aparecendo atrás de Miroku e estando de frente para Kikyo.

- E porque é que vão pedir-te a ti? – perguntou Kikyo olhando-a de alto a baixo.

- Vamos a ver… hum… Porque não sou uma cabra? Porque sou muito mais simpática e porque eu sou amiga deles? – disse Kagome simplesmente encolhendo os ombros.

- Tens é inveja! – disse Kikyo com ar superior.

- Inveja? De quê? De teres certos buracos mais abertos que a porta de entrada do hotel? Continua assim e um dia podes assaltar um banco! Problemas em esconder o dinheiro não tinhas! - disse Kagome sorrindo inocentemente.

Kikyo sacudiu o cabelo e virou-se, afastando-se.

- Tem cuidado! Qualquer dia desmanchas-te toda se continuas a abanar o rabo dessa forma! – avisou Kagome.

Kagome virou-se e deparou-se com os três amigos a conter a vontade de rir.

- Vá lá podem rir! – disse ela cruzando os braços.

O grupo caiu na gargalhada completa.

- Kagome, estás cada vez melhor! – disse Miroku entre risos e gargalhadas.

- Sim! Essa do buraco foi muito boa! – disse Sango segurando o ventre tentando parar de rir.

Kagome inclinou-se para a frente com uma cara de conspiração.

- Eu tenho a fama de usar a saia mais curta da cidade, mas se a quero manter acho que tenho de começar a andar nua! – disse ela – Olhem lá, vê-se tudo!

- Não exageres. – disse Inuyasha tentando recompor-se.

Kagome semicerrou os olhos e inclinou-se para a frente baixando a cabeça de modo a tentar ver. Como não pareceu ver nada deitou-se no chão.

- Olha, vês! Daqui vê-se tudinho! – disse ela puxando as calças de Inuyasha, que se deitou a seu lado.

- Tens razão! – disse Inuyasha, não reparando muito nisso mas sim olhando para Kagome de esguelha enquanto tentava controlar a vontade de pegar nela e beijá-la.

- Oi! Não se namora aqui! – disse Miroku divertido atirando uma bola de guardanapo para a cabeça de Inuyasha.

Kagome olhou para Inuyasha e começou a corar furiosamente, levantando-se rapidamente e desequilibrando-se ligeiramente.

- Hum… Então, o habitual certo? – perguntou ela atropelando-se nas palavras enquanto alisava o avental.

- Sim! – respondeu Sango rapidamente.

Kagome avançou pelo café rapidamente e aos tropeções desaparecendo pela porta da cozinha. Inuyasha levantava-se lentamente do chão sacudindo o casaco e olhando furiosamente para os dois ocupantes da mesa.

- Inuyasha… Eu… - começou Sango até que Inuyasha levantou a mão.

- Vão pagá-las! – ameaçou ele.

Miroku olhou em volta nervosamente enquanto sorria nervosamente.

- Então, amigo! Estávamos só a brincar! – disse ele com uma voz fininha.

Inuyasha não respondeu, em vez disso sentou-se na cadeira e olhou em volta com uma expressão reprovadora.

Sango sabia bem que aqueles dois gostavam um do outro, mas também sabia que eram demasiado teimosos para o admitir! Ela conhecia Inuyasha e Miroku há mais tempo que Kagome, mas menos tempo que Miroku. Já lá vão cinco anos desde que os conhecera! Encontrou-os por acaso no mercado e Inuyasha acabou a salvar-lhe a vida puxando-a no momento exacto em que uma carroça ia a passar descontrolada. A partir daí eles foram-se encontrando no café/hotel/Restaurante da família de Inuyasha, quase todos os dias. Três anos mais tarde Kagome apareceu á procura de emprego no café. Sango sorriu ao lembrar-se dela no inicio…

Flashback

Kagome olhou para a enorme porta dourada do café mais conhecido da cidade, apertando as mãos juntas nervosamente. Sim ela conhecia muito bem este café! Aliás quem nasceu aqui e vive em New Orleans conhece este café! Engolindo em seco empurrou a porta e entrou lentamente. Olhou em volta, admirada com o luxo só do hall de entrada. Várias pessoas passavam alegremente por ali, conversando e rindo. Aquele ambiente era reconfortante para Kagome, e depois misturado com a música do lado de fora faziam Kagome querer dançar e rir. Kagome bateu na cabeça e procurou alguém que a pudesse ajudar… Entrou numa das grandes portas francesas vidradas e deparou-se com a zona do café. Inspirou fundo e avançou hesitante, não sabendo que Sango a seguia com o olhar curioso. Inuyasha reparou no olhar de Sango e, seguindo a linha do olhar de Sango, deparou-se com a rapariga mais bonita que já vira. Os seus olhos azuis estavam ansiosos e olhavam em volta, procurando algo. Subitamente uma cadeira foi atirada ao chão e um corpulento homem estava levantado a fixar um tipo do outro lado da mesa.

- Olha lá meu grande estúpido! Quem pensas que és, para me dizer o que devo fazer? – indagou rudemente o homem.

- Deves ter muitos problemas! A casa é minha, eu mando lá! – berrou o outro em resposta.

O primeiro homem empurrou a mesa para o lado aproximando-se do outro que não se moveu. Inuyasha levantou-se de um pulo para os ir impedir de começarem ali a lutar, mas uma figura pequena e elegante meteu-se no meio deles com os braços esticados.

- HEY! Estamos num café! – informou ela surpreendida.

Kagome perguntou-se mentalmente porque estava a fazer aquilo, mas não obteve resposta. Os homens olharam para ela perplexos.

- As meninas não se devem meter em lutas! – disse um deles irritado.

- E os homens não devem destruir o sonho de uma menina, traumatizando-a! – retorquiu ela elevando a voz.

- Sonho? – perguntou um – Sabes eu também tenho um sonho, e neste momento é partir a cara a esse gajo!

O outro investiu contra ele, mas Kagome empurrou-os de novo.

- Agora! Eu prometi á minha mãe que ia arranjar trabalho aqui! Eu trabalhei durante montes de tempos para conseguir experiência suficiente e poder vir parar aqui! Portanto se querem lutar e matarem-se, façam-no lá fora e eu vou com vocês! Já trabalhei em tabernas e vi lutas mais feias que as vossas, portanto não tenho problema nenhum em dar-vos um murro no nariz! – gritou ela desesperada – Agora… Também podem fazer as pazes e… hum…

De repente a banda da rua parou em frente da janela do café, e com o silêncio a melodia fez-se ouvir e Kagome pareceu lembrar-se. Ela já tinha cantado no bar onde trabalhava, porque não agora.

- Ou podemos? – insistiu o primeiro homem.

- Podem ouvir a minha história e sentar-se enquanto comem calmamente. – disse ela lentamente aproximando-se da janela e pedindo á banda para tocar alguma coisa.

Os homens sentaram-se nas cadeiras e todo o café olhou para ela.

- O que é que ela vai fazer? – perguntou Miroku a Inuyasha baixinho.

- Achas que eu sei? – respondeu ele no mesmo tom.

- Hum… O meu sonho é abrir um restaurante nesta cidade, mas como venho de uma família pobre não tenho meios para tal. Aliás este sonho também era do meu falecido pai, então em ordem de o cumprir eu trabalho de noite e de dia em vários bares e café. – começou ela a medo – Quando ouvi que aqui se trabalhava melhor, decidi tentar… Ah! A minha mãe achou que eu estava doida, que eu trabalhava demais! Dizia que eu devia fazer o mesmo que as outras raparigas da minha idade! – Ela sorriu – Mas eu dizia-lhe assim:

A banda começou a tocar baixinho e ela inspirou fundo.

Mama! I don't have time for dancing!

That's just gonna have to wait a while
Ain't got time for messing around
And it's not my style
This old town can slow you down
People taking the easy way
But I know exactly where I'm going
Getting closer and closer every day

And I'm almost there, I'm almost there
People down here think I'm crazy, but I don't care
Trials and tribulations, I've had my share
There ain't nothing gonna stop me now 'cause I'm almost there

Os homens que tinham estado a discutir levantaram-se e começaram a dançar ao lado dela, incentivando todos os outros do café a fazer o mesmo. Inuyasha, Miroku e Sango estavam espantados com a facilidade com que ela resolvia a luta.

I remember Daddy told me: "Fairytales can come true
You gotta make 'em happen, it all depends on you"
So I work real hard each and every day
Now things for sure are going my way
Just doing what I do
Look out boys, I'm coming through

And I'm almost there, I'm almost there
People gonna come here from everywhere
And I'm almost there
I'm almost there

There's been trials and tribulations
You know I've had my share
But I've climbed the mountain, I've crossed the river
And I'm almost there, I'm almost there
I'm almost there!

Todo o café aplaudiu e o ambiente descontraído voltou. Os dois homens estavam agora abraçados a ela enquanto derramavam rios de lágrimas. A rapariga sorria e batia-lhes nas costas com as minúsculas mãos, tentando consolá-los. Inuyasha não conseguia tirar os olhos da rapariga por mais que tentasse. Os olhos brilhantes, o sorriso doce, os cabelos ondulados compridos… Ela devia ser uma deusa! De repente reparou que estava a caminhar ao encontro dela. Quando estava mesmo ao lado dela, os homens soltaram-na e fizeram uma vénia.

- Eu sou o Peter! – apresentou-se o mais pequeno de cabelos castanhos escuros e olhos verdes.

- E eu sou o Arthur! – disse o outro, o mais corpulento de cabelos cor de mel e olhos castanhos.

- Encantada! Sou a Kagome Higurashi! – apresentou-se ela rindo.

- Os que estão encantados somos nós Lady Higurashi! – disseram eles em coro.

- Kagome! Por favor! Lady é a minha mãe! – disse ela rindo.

Inuyasha gravou o riso dela na parte de trás do cérebro, e encarou-a. Kagome olhou para ele curiosa.

- Bom dia! Eu sou Inuyasha Taisho, o filho do dono do café. – Apresentou-se ele curvando-se ligeiramente.

- Eu acho que já sabe o meu nome… portanto não vou perder tempo a dizê-lo! – disse ela rapidamente antes de perceber o que tinha dito e corar – Quer dizer, se não se importar claro! Ai! Desculpe-me, é que trabalhar nas tabernas faz-nos mal á linguagem! Pronto e lá estou eu a divagar! – ela falava tão depressa que se atropelava nas palavras e só com as suas características demoníacas é que Inuyasha entendia o que ela dizia – Esqueça o que disse! Eu sou a Kagome Higurashi!

Inuyasha olhou para ela enquanto tentava conter o riso, o que não passou despercebido a Kagome. Esta meteu uma mão na anca e sorriu para ele.

- Pode rir, eu sou mesmo assim! A minha mãe diz que quando aprendi a falar dizia tudo o que me vinha á cabeça e depois arrependia-me e fazia este espectáculo! – disse ela encolhendo os ombros.

Inuyasha não se conteve e começou a rir descontroladamente. Miroku e Sango aproximaram-se com sorrisos nos lábios.

- Olá! Eu sou a Sango e este é o Miroku! – disse Sango a sorrir, enquanto Miroku lhe pegou na mão e a beijou.

- Kagome, a sua beleza fez o meu dia muito melhor! – disse ele sorrindo sedutoramente.

Kagome levantou uma sobrancelha e correspondeu com um sorriso igual.

- A sério? Sabe quando eu trabalhei nas tabernas, não aprendi só a falar mal! Tenho fama de dar bons murros… - começou ela a sussurrar.

Miroku sorriu nervosamente e endireitou-se calmamente.

- Mas não se preocupe! – disse ela mais alegre – De forem só esse tipo de palavras eu não me importo!

Miroku suspirou e sorriu. Inuyasha, entretanto, ainda lutava para se recompor do ataque de riso. Quando recuperou olhou para os olhos azuis como uma tempestade no oceano e sentiu um frio na barriga.

- Estás aqui para trabalhar? – perguntou Inuyasha curioso.

- Sim! – respondeu ela prontamente sorrindo.

- E em que área? No restaurante, café ou hotel? – perguntou ele.

- Bom… Eu gosto mais da zona do café! – respondeu ela sinceramente.

Inuyasha esticou a mão e ela apertou-a.

- Bem-vinda ao nosso café! – disse ele sorrindo.

Fim Flashback

- Sango? Sango? – chamou a voz de Miroku que abanava a mão na frente dos seus olhos.

A mulher piscou os olhos depressa e focou-se. Inuyasha e Miroku olhavam para ela curiosos, ao que ela sorriu.

- Desculpem-me, estava a pensar no primeiro dia da Kagome neste café! – desculpou-se ela.

- Ah… Grande dia! – disse Miroku – E aquele em que ela deu um murro num gajo que lhe tentou apalpar o rabo, foi outro!

Inuyasha soltou um riso abafado. Kagome podia ser uma beleza rara, mas tinha uma força bruta sendo capaz de deitar abaixo o irmão dele. Por falar nisso, ainda não o tinham visto hoje. Como se fosse capaz de ler os pensamentos do irmão, Sesshomaru apareceu acompanhado do pequeno Shippo.

- Ora, bons dias! – disse ele sorrindo.

- Onde é que andas-te? – perguntou Inuyasha ao irmão.

Sesshomaru puxou uma cadeira e sentou-se, metendo Shippo no seu colo (sim é estranho ver Sesshomaru assim todo doce, mas eu acho que seria muito mais giro que eles se dessem todos bem =D).

- Este rapazinho aqui desapareceu de repente! Fui encontrá-lo numa esquina a jogar com um miúdo! – disse Sesshomaru aborrecido batendo ao de leve na cabeça do rapaz.

- Hey! Não vale! – protestou Shippo tentando bater nele também mas falhando completamente.

- Então, não façam isso! – ralhou Kagome aparecendo com as panquecas numa travessa juntamente com os sumos.

- Kagome! – guinchou Shippo tentando atirar-se para cima dela, mas sendo impedido por Sesshomaru.

- Está quietinho… - murmurou Sesshomaru enquanto Kagome dispunha os pratos na mesa.

- Como é que sabias que eu vinha? – perguntou Sesshomaru quando a viu meter dois pratos em frente dele.

Kagome sorriu e encolheu os ombros. Sesshomaru distraiu-se e Shippo fugiu do seu colo, atirando-se para cima de Kagome. Como esta não esperava o ataque perdeu o equilíbrio, escorregando. Mas Inuyasha levantou-se rapidamente e puxou-a para si, deixando Shippo ficar de parte. Kagome sentiu o coração bater mais depressa e a respiração ficar irregular, devido á proximidade do rosto dele. Inuyasha podia ouvir o coração da rapariga bater rapidamente contra o seu peito, mas o dele estava igual. A respiração dela estava irregular, a dele estava igual… Olhou-a nos olhos, tentando ver um sinal para que ele avançasse. Ela olhou-o com nervosismo e ambos pareceram esquecer o mundo ao redor. Inuyasha moveu o olhar para os lábios da rapariga. Pareciam ser deliciosos… E estavam tão perto! Kagome não reparou, mas começou a fechar os olhos lentamente esperando alguma coisa. O grupo olhava para a cena em silêncio, e Sango torcia os dedos para que eles se beijassem enquanto Miroku tapava a boca de Shippo e o segurava de costas para a cena. Sesshomaru só sorria. Inuyasha humedeceu os lábios e quando viu Kagome fechar lentamente os olhos, aproximou-se lentamente. E quando estava quase a provar os lábios dela, Kagome abriu os olhos rapidamente. Inuyasha sentiu-a afastar-se e tomou consciência do que estava preste a fazer. Endireitando-a, afastou-se dela com a respiração completamente descontrolada e viu-a fazer o mesmo olhando para o chão e mexendo na borda da saia. Inuyasha sentou-se na cadeira, tendo o cuidado de cruzar as pernas com o fim de esconder certos volumes, e começou a comer rapidamente quase sem mastigar. Kagome afastou-se rapidamente com a desculpa de a terem chamado. Quando ela se afastou, novamente, nervosa e aos tropeções, o grupo virou-se para Inuyasha.

- Então? Porque é que não acabas-te o que começas-te? – perguntou Sesshomaru impacientemente.

Inuyasha olhou para ele com as bochechas num tom rosado.

- Não havia nada para ser acabado! – disse ele rapidamente pegando no copo de sumo e começando a beber.

- Oh! Vá lá, Inuyasha! Queres que eu acredite que não gostas dela? – disse Miroku – Eu conheço-te desde pequeno e nunca vi uma rapariga que te tenha causado o que tens agora só por te tocar! – protestou Miroku mexendo as sobrancelhas sugestivamente.

Inuyasha engasgou-se e começou a tossir, tentando responder e tossindo ainda mais. Shippo decidiu ir brincar e abandonou o café rapidamente, deixando um hanyou a tossir compulsivamente na mesa e uma Sango a bater-lhe nas costas rapidamente. Quando ele se recompôs olhou para Miroku e respondeu com um pontapé por baixo da mesa. O homem agarrou-se á perna, esfregando-a rapidamente tentando aliviar a dor, mas ainda assim não desistiu.

- Deus vai castigar-te! Estás a bater-me por dizer a verdade! Nesta mesa toda a gente sabe que a queres levar para a cama o mais depressa possível! – disse Miroku.

Inuyasha arregalou os olhos e deixou cair o garfo no prato parando de mastigar. Subitamente Sesshomaru viu a cena ficar negra, mas Inuyasha olhou para Miroku calmamente.

- Tens razão. Mas eu não a vou obrigar a nada! – informou-o ele.

Sango sorriu para Inuyasha docemente.

- Tu gostas dela! – disse ela entusiasmadamente.

Inuyasha encolheu os ombros.

- Também não vamos exagerar! Só sei que quando acontecer alguma coisa entre nós, eu não a quero magoar… - disse Inuyasha percebendo o que disse – Quer dizer! Se acontecer! Hum… eu estou no escritório a tratar da papelada!

Dito isto saiu a correr do café, deixando o grupo a sorrir entre si.