Como se já não tivesse mais do que fazer do que a escrever para a minha história If Only... tive mais uma ideia.

A história passa-se cinco meses após a Beckett ter sido baleada e é daquele tipo de género chamado 'fluffy'.

Esta história serve também para presentear uma colega e amiga minha, fã também de Castle, por isso estão aqui os direitos de autor pagos, Ana Raquel!

Eu sei que isto nunca vai acontecer na série, nem eu queria! Quero ter montes de temporadas de Castle para ver...Mas achei que a ideia até tinha resultado bem...

Espero que gostem e espero reviews!


Naquela noite fria e de neve, Kate Beckett está sentada no sofá, com as pernas chegadas ao peito, enroscada na manta polar azul clara e com uma caneca de café. Beckett muda para o canal generalista, eram quase nove da noite do quinto mês das suas férias, se calhar era a primeira vez na vida que gozava férias. Férias forçadas é certo, o Verão dera lugar ao Outono e o Outono ao Inverno e o mês de Dezembro ia nos seus dias iniciais. O gelo grosso cola-se na vidraça do apartamento, e todas as manhãs, Beckett picava-o do metal da janela.

Diante tantos lenços amachucados em cima da mesa, ela procura um que ainda não estava usado. Os olhos dela estão vermelhos e lacrimejantes e o nariz tão vermelho e quase em ferida de tanto se assoar. Beckett, cada vez que tossia, sentia dores na barriga e na garganta arranhada e dorida porque tossir já fazia parte da vida dela desde os últimos quatro dias. Sentia-se cansada e molenga e o mínimo barulho despoletava uma série repetida de ecos na cabeça dela, o que em nada ajudava às dores de cabeça. Além disso, quanto mais se cobria, mais frio sentia, e aqueles arrepios eram horríveis, mesmo sabendo que estava a arder em febre. O spot publicitário anunciava a telenovela que iria começar em minutos quando a campainha tocou.

-Hei rapariga, que é que te aconteceu? – Lanie comentou vendo o estado lastimável da amiga. - Como é que apanhaste gripe se pouco sais à rua?

-Sei lá! Sabes que os micróbios são coisas microscópicas, eles andam aí pelo ar! Só sei é que estou com uma… - Beckett larga um espirro que faz a outra mulher encostar-se à porta assustada por não contar com ele. - Estou com uma gripe horrível. Não te chegues muito para a minha beira.

-Olha que não sei! – Lanie disse já na sala, rindo. – Os rapazes estão a queixar-se que precisam de uns dias. Talvez eu possa pegar essa gripe ao Javier e ela vai pegá-la ao Ryan.

-Estás disposta a um sacrifício desses por ele…s?

Lanie apenas sorri, não havia dúvida, a mulher está apaixonada.

-E quando a si, senhorita?

-O quê?

-Não digas 'o quê?'! O Josh não está pela casa?

-Não.

-Ok. – Lanie e caminhou até à cafeteira. – Posso pegar um café?

-Lanie, - Beckett frisa e olha para ela. – já disse, faz como se estivesses em casa!

-Está bem! – Enquanto pegava numa caneca e se servia e foi perguntando. – Ele ficou a fazer outra vez o turno da noite?

-Não sei.

Lanie quase largou a caneca em espanto:

-Como assim não sabes? O que é que não me estás a contar? Não era suposto saberes do teu namorado?

-Disseste para eu me livrar de empecilhos e ser feliz!

-Como? – Lanie agarra na caneca outra vez e franze a sobrancelha.

-Não o vejo há três meses e meio atrás. Não costumo ter interesse em saber onde param os meus ex-namorados.

-Desculpa? – Lanie diz um pouco indignada. – Três meses e meio? Ex-namorado? Quando planeavas contar-me isso?

-Ele ainda não contou?

-Ele quem?

-Esquece!

-Oh não, Katherine Beckett, essa eu não vou esquecer! – Lanie senta-se no sofá perto da amiga. - Que tenhas acabado com o teu namorado e manter isso segredo, percebo, agora, fisgar um cara novo e eu não saber…?

-Olha, vai começar Temptation Lane! – Beckett esquiva-se e ao ver a amiga de sobrancelha arqueada diz. – Que foi? Não foi por isso que viste hoje?

-Eu não vou saber nadinha pois não?

-Não! – Beckett exclama quase sem se fazer ouvir.

-Diz-me só, há quanto tempo?

-Três meses e meio. - Lanie fica ainda mais atónita. Bem, ela largou um e tinha logo outro. Suspeito, de tão suspeito que era que já começava a construir teorias na cabeça como detective.

-E que tal ir ao médico por causa dessa gripe?

-Sh, sh! – A outra responde tapando-lhe a boca com a mão, mas nunca tirando os olhos da televisão. – Eu nunca gostei de médicos.

Lanie larga um riso imediato e depois Beckett ri com ela ao perceber a ironia das suas palavras.

Assim que o episódio acaba, Lanie veste o casaco e avisa:

-Amanhã se não estiveres melhor, chama-me.

-Não te preocupes, eu fico bem! Anda lá, - Ela levanta-se e segue atrás da amiga. – eu acompanho-te até à porta?

-Espera lá! – Lanie recua uns passos e olha fixamente para o objecto sob a mesa. – Como é que eu não vi isto antes? – Beckett ferrou o lábio inferior ao ver a médica legista a afastar os lenços. Fica a descoberto a capa de um livro. Nela vê-se a sombra de uma mulher empunhando uma arma à frente de um fundo alaranjado e umas letras grandes e amarelas no fundo dizendo HEAT RISES e no topo RICHARD CASTLE. – Ele esteve aqui?

-Foi. – A detective embrulhou-se nas próprias palavras antes de responder. – Passou só para entregar uma cópia do livro…

-Eu pensei que vocês não se viam desde…desde que foste baleada.

-Ele veio cá há algum tempo.

-Está bem. – Lanie diz conformando-se com o facto de que nada mais saberá. – Foi uma boa sexta-feira. Esperamos por ti lá na 12th.

-Já só faltam dois meses, dezoito dias e algumas horas.

-Ena pá, alguém está muito determinado a ir trabalhar.

-Sinto falta disso, mas também quero ficar em casa. Sabes, coisa boa de estar em casa: é Inverno, posso ficar na cama quase o dia todo.

-Enrolada com o seu novo namorado, não é?

Por apenas segundos, a detective perde-se nos seus pensamentos. Como ela adora os dias invernosos, de ficar com ele na cama, de se aconchegar nele, de namorarem até perderem a noção do tempo, e de como às vezes até chegam a adormecer outra vez.

-Eu não vou contar nada por agora, Lanie. – Beckett sorri tanto ao pensar no quanto ama o novo namorado e como o sentimento é recíproco e como não é capaz de aguentar mais sem contar à melhor amiga. – Para semana eu conto. Prometo!

-Pois, isso já deve estar a corroer-te por dentro! – Lanie caminha a passos largos para a porta. – Pois bem, tira bom proveito do que é teu que eu vou fazer o mesmo do que é meu!

Beckett vai outra vez para o sofá, deita-se e cobre-se. Sente os olhos pesados e decide fechá-los por um pouco. Ela nem ouviu a chave rodar na fechadura. Ela abre os olhos tremulamente quando um par de lábios tocam levemente na bochecha dela.

-Olá. – Ela diz de sorriso bobo na cara.

-Como estás?

-Bem melhor agora. – Ela senta-se e puxa-o pelo colarinho da camisa, buscando um beijo. – E tu?

-Eu acho que a gripe está a passar. Desculpa ter-te a pegado, mas eu não resisto a beijar-te…

-Ai é? – Ela entrelaça os braços à volta do pescoço dele.

-É mesmo. – Ele puxa-a para mais um beijo. – Estive a pensar.

-Hum, isso nunca é coisa boa!

-E que tal amanhã irmos a Rockerfeller Center?

-Já ganhaste a coragem necessária para aprenderes a patinar?

-Para quê coragem quando tenho uma professora excelente como tu? – Ele pega nela em braços e ela gargalha. – Para onde?

-Para o quarto por favor.

-Para o quarto então! Já te disse que a tua voz soa muito mais sexy quando estás doente?

-Sexy! Eu pareço que tenho uma mola a tapar-me o nariz! E ainda por cima estou sempre a...

Ela espirra uma vez.

-Saúde!

Ela espirra segunda vez.

-Saúde! – Ele repete.

Ela espirra terceira vez.

-Eu vou esperar que chegue o quinto espirro!

Ela espirra uma quarta e uma quinta vez, quase em simultâneo.

-Saúde!

-Porquê o quinto espirro?

-Cada vez que espirras, eles vêm aos grupos de cinco.

-Eu nunca tinha reparado nisso.

-Eu amo observar-te…especialmente quando dormes. – Ela cora e deixa-lhe um beijo na bochecha.

-Não sei o que teria feito não estivesses aqui. – Ela diz ao abraçá-lo.

-Eu vou estar aqui…Sempre…


Acho que ficou bem óbvio quem é namorado da Beckett! Não sei mesmo que mais dizer a não ser pedir reviews...