Madoka. Eu podia sentir sua presença ali. Uma sensação de estar sendo protegido, guardado por braços invisíveis.

Eu sempre tentava, sem sucesso, procurar algo em minha memória sobre Madoka. Apenas conseguia me lembrar de seus cabelos cor-de-rosa amarrados com fitas vermelhas, seu sorriso gentil e sua doce voz.

Minha mãe diz que quando eu tinha 3 anos, vivia desenhando Madoka. Ela sempre achou que era uma amiga imaginária ou algo do tipo, mas eu podia sentir que era algo mais.

Ninguém nunca havia ouvido falar em Madoka. Só havia uma moça que sabia de sua existencia. Mas havia uns 10 anos que eu não a via.

Eram 9 horas da manhã. Como era um sábado não presisei acordar tão cedo. Rolei para fora da cama, me troquei e fui tomar café. Meu pai como de costume já havia preparado o café (acho que ele é a única pessoa responsável nessa casa) e minha mãe estava dormindo. Sempre deixávamos que ela dormisse um pouco mais aos sábados por causa do seu trabalho.

Saí para dar uma volta. Depois de algum tempo andando, eu a encontrei. Ela. A moça que também sabia da exstencia de Madoka. Eu havia reconhecido ela por causa da fita nos seus longos cabelos. Ela parecia também ter me reconhecido. Ficamos um tempo nos encarando até que ela finalmente disse:

"Você é o Tatsuya-kun, não é?" e sorriu. "Fico feliz em encontrá-lo novamente. Meu nome é Akemi Homura."

"Você sabe... algo... sobre a Madoka?" Perguntei.

Homura riu baixinho.

"Conheço bem Madoka. Ela é minha melhor amiga."

Então Madoka existia mesmo! E apenas eu e Homura sabiamos disso. Eu tinha tantas coisas para perguntar à ela. Como era Madoka? Como era sua personalidade? Seus sonhos, esperanças? Seus medos? Quem era Madoka, de fato?

Homura, como se estivesse lendo meus pensamentos, sorriu amigavelmente e sentou-se num banco do parque.

"Sente-se aqui." Disse, apontando para o lugar vazio ao seu lado. "Vou lhe contar tudo sobre Madoka."

Ela olhou para o céu. Nós dois sabíamos que Madoka estava ali, presente, nos protegento.