História baseada num dos meus filmes preferidos. Vou fazer alterações. Espero que gostem J
I
Acordou tarde, estava cansada e um mote de coisas que ainda faltava fazer. Mas, todo o novo começo trás uma nova alegria. Tinha a certeza que este começo traria boas energias! Novo ano vida nova! Aos 28 anos estava de mudança para outra cidade. Ia deixar Tóquio com um novo horizonte pela frente. De Nova Iorque tinha chegado uma proposta para ingressar na gerência de um novo Museu de Arte Oriental. Levantou-se e respondeu às quase 50 chamadas da amiga Mako que a andava ajudar com todas as mudanças.
Calma- pensou - ainda faltam alguns dias para a minha partida.
Levantou da cama e foi comer qualquer coisa. Andava ansiosa por isso a fome não era muita. De pijama e com a caneca favorita na mão, ficou ali a admirar a sua rua, clássica no estilo arquitetónico e no comércio, crianças passando, senhoras com o clássico quimono, bicicletas correndo. Nova Iorque ia deixar saudades da azáfama mas ao mesmo tempo calmaria típica do subúrbio de Tóquio que era onde se sentia confortável. Mas, a vida é para ser vivida, se não arriscarmos caímos na monotonia, a vida passa e chegamos ao fim cheios de remorsos por não tentar o que nos foi oferecido. Vestiu qualquer trapo que tinha por lá, confortável, liguou a Mako e disse que estava pronta, podia aparecer. Continuou a encaixotar, passado um pouco ela apareceu e começou a ajudar.
Credo! – disse - não sabia que tinha tanta coisa no meu pequeno apartamento.
Encomendaram pizza e ficaram ali a divagar no meio de caixotes e caixotinhos sobre algumas relíquias que não fazia sentido levar. Roupas e afins decidiu oferecer pra instituições. Estavam a organizar um jantar para a última noite assim ia levar outras das suas tralhas para o pessoal escolher e ficar com um "recuerdo" seu.
Da parte da tarde já tinham dado um avanço enorme nas arrumações, ou pelo menos Kaoru pensava que sim mas falta sempre qualquer coisa. Mako ligou para a transportadora e disse que poderiam passar no último dia até as 17horas para carregar a caixotada! De parte, Mako, encontra uma caixa com um K, abriu e viu algumas fotos, uma espada em miniatura, dois bilhetes de cinema e mais uma data de recordações e objectos que lhe fizeram confusão.
- O que é isso Kaoru?
- Oi?! Ah, bem, isso são umas coisas que tinha aí de parte. Alguns dos objetos não são meus por isso não faço ideia do que vou fazer. Não queria dar porque não é meu mas também não faço ideia onde mora o dono.
- Sim, mas então, quem é?
- PPff, isso são coisas de um antigo namorado, sabes como sou, guardo tudo. Tenho alguma dificuldade em me desfazer das coisas. Por falar nisso, onde meteste o meu álbum com as fotos da Universidade? Isso tem de ir comigo!
- Está ali algures numa caixa, MAS ISSO AGORA NÃO INTERESSA! Contaaa-mmee sobre esse namorico!
- Ora, contar o que, eu tinha uns 17 anos, a coisa durou quase um ano. Cada um seguiu a sua vida. Nada de especial.
- Humm, deve ter sido mesmo bom, da maneira que falas…
- !? Foi bom, rápido e doloroso. Mas já passou, não tenho qualquer sentimento à cerca disso.
- Doloroso?
- Oh, não me faças falar de algo que não tem importância. Não fiques invejosa. Tenho ali uma caixa também com coisas tuas.. Quando ficas cá em casa depois de saídas à noite é só roupa interior espalhada por aí, meias e afins que quase dá para abrir uma loja! Leva isso também!
- AHAHAHA, bem que nunca mais vi a minha tanga às pintinhas!
- Não quero saber, leva leva!
Ficaram ali a rir um bocado, Mako era despassarada, só não perdia a cabeça porque obviamente está agarrada ao resto do corpo.
No penúltimo dia a rotina foi a mesma. Acordar tarde. Estava quase tudo pronto por isso Kaoru aproveitava o conforto da sua cama até poder! Tinha de relaxar para depois enfrentar o stress de uma grande cidade norte americana. Como tinha de entregar algumas coisas e deixar outras em casa dos seus pais saiu depois de almoço. Mako ficou em sua casa a lutar com fita adesiva e embrulhos.
Depois de passar em casa saiu com as lagrimas nos olhos, os pais nunca estão prontos para ver os filhos saírem de casa quanto mais do país. Planeava vir ao Japão pelo menos uma vez por ano e planeava também que os seus pais e amigos a fossem visitar sempre que pudessem. É complicado ir embora logo dois dias depois do ano novo…
Chegou a casa e Mako acabava de pousar o telemóvel.
- Estavas a ligar para quem?
- Hum, não me mates! – sorriu
- Então?
- Liguei para o Hideki, perguntei sobre esse teu ex.
- Quê?
- Calma, como ele é uma das pessoas que conheces à mais tempo pensei que me pudesse dar o nome dessa caixa "K".
- Mas para quê mulher?
- Porque sou curiosa e porque não há necessidade de acabar no lixo.
- Estás mais importada que eu… Além disso se me tivesses perguntado também te tinha dito..
- Descobri que se chama Kenshin Himura e que vocês eram do mesmo grupo de amigos. Hideki também não tem qualquer contacto com ele.
- É provável. Ele saiu do país há alguns anos atras.
- Contudo, liguei para o número de informações e deram-me dois contactos. Um é de um senhor de Yokohama e que tem cerca de 70 anos. Outro..
- Mas como é que sabes?
- Porque liguei para ambos! Então, o outro provavelmente é o teu ex!
- Ainda bem prara ti..
- Quem atendeu foi a secretária. Deixei recado e o número de telefone.
- Mas que raio de importância estás a dar a isso. Nem penses em convidar para o jantar de despedida de amanha. Não há contacto, não o vejo à uns 10 anos, não me diz nada, percebes?
- Sim, calma! Não convidei, só disse que a Kaoro Kamiya tinha umas coisas para lhe entregar. Se fizesse favor de entrar em contacto.
- Bah! Como queiras, eu tenho mais em que pensar! Devias trabalhar na policia! Vamos continuar a empacotar!
Não ficou chateada por ter ido à procura daquele sujeito. Não ficou de maneira nenhuma. Pensou no fim em tirar as fotos e deixar a caixa numa loja de coisas em segunda mão! Fácil!
