Título: Através dos séculos.
Autora: Nanda Magnail.
Censura: K+.
Nota: Escrevi a fanfic para a primeira tarefa (Sétimo Círculo, Inveja) do Saint's a Sinner, projeto multi-fandom do fórum 6V, mas acabou não entrando porque o fandom de True Blood não está participando do projeto. De qualquer jeito, a tarefa consistia em criar uma fanfic baseada em uma fic ou ficwriter que você inveje. A ficwriter que eu me inspirei foi a Hiei-and-shino, que tem um estilo de escrita lindo e que sempre me inspira. Eu gostei da fanfic e só por isso mesmo irei postá-la. Ao menos eu tentei, gente, e espero que vocês gostem.
ATRAVÉS DOS SÉCULOS
Por Nanda Magnail
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(existem séculos de fé e amor entre nós)
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Haviam-lhe dito que Valhala o esperava. Que teria o adeus de um herói. Que tudo ficaria bem.
Por um momento decidiu acreditar, mas já estava na guerra há muito tempo para saber que a morte uma hora ou outra iria alcançá-lo, e talvez a festa com cerveja e mulheres não seria o que encontraria do outro lado.
De qualquer jeito, ele não tinha medo.
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(pai, irmão, filho)
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Aconteceu muito rápido. Em menos de segundos seus companheiros haviam sido mortos perante os seus olhos e um anjo banhado de sangue e misericórdia o encontrava em seu leito de morte. Estava fraco demais até para sentir medo.
É a morte?, perguntou em um sussurro. Sou, respondeu o anjo. Mas você é apenas um menino, constatou o moribundo. Não sou, disse o anjo com os lábios sujos de sangue. Meus homens..., perguntou fechando os olhos, a força aos poucos abandonando o corpo ferido. Mortos, disse o anjo sem emoção. Seu porco, e o anjo sorriu. Não havia nada para se dizer sobre isso.
Eu te observei no campo de batalha ontem à noite, nunca vi ninguém lutar como você, o anjo confessou. Eu lutaria agora se pudesse, o anjo deu risada e Eric pôde ver os dentes pontiagudos em seu sorriso. Eu sei... É lindo, ele disse. Sabia que não lhe restava muito tempo, mal conseguia se mexer.
O que você está esperando? Mate-me. Sentiu o anjo enegrecer sobre si enquanto media as palavras de sua proposta. Faria companhia à morte? Vagaria comigo pelo mundo, pelas trevas? Vou ensiná-lo tudo o que eu sei. Serei o seu pai, seu irmão, seu filho, propôs. E o que eu ganho com isso?, por que Eric nunca deixaria de ser quem era. O que você mais ama: a vida.
Vida, e essa foi a sua última sentença como humano.
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(deixe-me ir)
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Era injusto. Não havia maneira alguma de aceitar a estupidez de Godric. Depois de tantos anos, era injusto. Tão injusto.
É insano, tentou argumentar. Nossa existência é insana, nós não pertencemos a este lugar, o anjo da morte disse em todo o seu pesar. Mas nós estamos aqui!, gritou com fúria. Não é certo, nós não somos certos, o anjo o observava com olhos de decisão. Ambos ignoraram a humana que entrara no terraço. Você me disse que não existe certo ou errado, apenas sobrevivência e morte, e Eric tentou, mais uma vez, colocar clareza na loucura. O que eu disse transformou-se em uma mentira.
Eu te manterei vivo a força, e aquilo não passava de mais uma tentativa. Já se podia ouvir o tremor em sua voz. Mesmo que você pudesse, por que seria tão cruel?, perguntou o anjo com amor.
Godric, não faça isso, mais uma tentativa fracassada e o desespero e as lágrimas já se acumulavam em seus olhos. Por favor, por favor. E ele implorou, caindo de joelhos perante o criador, pedindo a misericórdia que este lhe ofereceu dois mil anos atrás. Por favor, Godric, e doía.
Não o deixarei morrer sozinho, e Eric estava convencido disso. E ele permitiria. Ele devia permitir. Sim, você vai, o anjo falou sem piedade. Era cruel, assim como o afago em seus cabelos. Como o seu criador, eu o ordeno, e não havia brechas na ordem.
Encararam-se em uma eternidade finita. No adeus não desejado, não houve mais palavras ou abraços de despedida. Apenas o olhar confessando todo o amor e fé entre eles.
Eric deu as costas e deixou Godric entregue a Sookie e sua decisão. Ainda conseguiu ouvi-los mesmo depois de ter saído do telhado.
Não demorou muito para acabar.
N/A: Merece reviews? Nanda.