Os personagens não me pertencem. Eles são obras de Gorō Taniguchi e Ichirō Ōkouchi, com designer das meninas do CLAMP.
Título: Inocência Maculada
Gênero: Drama
Anime/Mangá: Code Geass
Personagens: C.C. e Mao
Classificação: T
Nota: eu nunca vi nenhuma fanfic sobre esse fandom. Eu me inspirei nos episódios 16 e 17, para escrevê-la.
Boa leitura!
INOCÊNCIA MACULADA
A porta da capela se abriu, e Mao saiu por ela, tropêgo. Olhou-a com a fascinação e obsessão de sempre e correu ao seu encontro.
"Eu já te amei, Mao", disse, encarando-o. O jovem rapaz tentou dizer algo, mas as palavras não sairam. Provavelmente Lelouch havia finalmente conseguido usar seu geass.
"Mao, vá primeiro e espere por mim..." C.C. usava o mesmo tom inexpressivo de sempre e o encarava como se olhasse através dele, para sombras no passado. "...no mundo dos mortos" completou, então atirou no rapaz. Um tiro único, na altura do pescoço.
Quanto sangue ainda teria nas mãos? Apertou involuntariamente o enorme urso laranja ao qual vivia agarrada. Deixou que uma lágrima solitária escorresse por seu rosto. Por seu antigo amor. Ninguém a estava vendo. Ela não precisava ser forte o tempo todo.
Mao não desistiria dela, nunca. Ela era o seu amor, sua obsessão. Mesmo depois de tanto tempo, de tê-lo abandonado por ser fraco, ele ainda a buscava. Ele ainda a desejava. Sentiu um pequeno arrepio percorrer-lhe o corpo.
Num turbilhão, as lembranças vieram. Lembranças que ela tentara manter escondidas de si mesma. Ele era só uma criança, como poderia ter selado o contrato com ele? Mas ela fora egocêntrica. Buscava sua própria salvação.
Prometera cuidar dele, estar sempre ao seu lado. Ser seu conforto. Mas não fazia isso por ele, queria apenas expiar seus próprios pecados. Mesmo isso seria muito nobre. Estava lá apenas para certificar-se que ele cumpriria o acordo. E quando viu que ele era incapaz, o abandonou.
Onde estava todo o amor, e todas as promessas? Bem escondidas, para que isso não viesse assombrá-la à noite. Amargava-lhe pensar que o deixara a própria sorte, mas não podia manter-se presa a ele para sempre. Precisava ser salva. Precisava de um novo contratante.
Por que se sentia estranha? Por que ficara com pena dele? Ainda teve um breve lampejo de salvá-lo, protegê-lo, mesmo depois de tudo o que ocorrera no parque de diversões.
À volta para casa foi silenciosa. Ela pensara em Mao o tempo todo e isso lhe entristecia. Sentia-se confusa e receosa. Ele era apenas uma criança de seis anos quando o conhecera. Amor, bem e mal, ele não sabia nada disso. E ela tampouco o ensinara. Culpava-se, pois o geass que havia oferecido a ele, o afastara ainda mais das outras pessoas. Toda a humanidade que ele conhecera estava traduzida na figura dela. Uma mulher silenciosa e teimosa. Que passava por cima de todos apenas para cumprir seu contrato. Não importa quanto tempo se passasse Mao sempre teria seis anos.
Apertou o urso contra o corpo, e deixou mais algumas lágrimas caírem. Mesmo depois de tanto tempo afastada dele, ainda sentia sua falta. Sempre sentiria. Fora seu primeiro amor, a primeira pessoa que precisou dela. Lembraria sempre dele.
Ouviu a campainha. Pulou da cama com um largo sorriso, sua pizza havia chego. Deixou o urso cair e esqueceu-se do por que chorava. O que havia acontecido pela manhã ficaria lá. Estava morrendo de fome.
