Titulo: Not Love, Magnetism
Personagens/casal: Yoruichi/Urahara
Aviso: Spoilers para Pendulum
Sumário: Não era como ela o amasse, era apenas magnetismo.
Bleach não me pertence, apenas a Tite Kubo.
Apesar do Gotei 13 ser uma organização prestigiada, não quer dizer que era perfeitamente perfeita. Por exemplo, as lutas e a perseguição da 11ª Divisão irritavam ao extremo quase todos os taichou, especialmente Unohana-taichou.
Mas o que era mesmo irritante, não só para os taichou, para todas as vítimas, ou seja, todos os shinigami do Gotei 13, era: rumor. Fofocas, rumores, má-língua e todas as formas de comunicação que viviam da especulação.
Havia um rumor que ficou muito conhecido, mesmo nas novas gerações, um rumor sobre Yoruichi-taichou da 2ª Divisão.
Não havia dia que ninguém deixava de perguntar sobre que se passava entre Shihouin Yoruichi e Urahara Kisuke, terceiro em comando. Não era segredo para ninguém que ela favorecia-o. Dava toda a liberdade para as suas invenções esquisitas, fechava os olhos às infracções e até o recomendara para taichou.
Yoruichi soube cedo dos rumores, apesar de Soi Fon ter tentado fechar as bocas dos membros. Para a surpresa dos mais próximos, Yoruichi apenas suspirara como já soubesse que ia acontecer.
Apesar de ter sorrido e tranquilizado Soi Fon, ela no fundo, irritara. Não por insinuarem que ela favorecia um dos seus subordinados (porque no fundo, ela sabia que fazia isso), mas sim pelo facto de serem um casal. Casal, esta palavra era estranha na sua mente e na sua boca.
Ela o favorecia, porque cresceram juntos. Irmãos, apenas isso. Ela o amava, claro. Cresceram juntos. Ele era especial, não era justo que alguém tirava isso a um kodomo (1). Durante dias, isso perturbara a cabeça de Yoruichi. Ela sabia que os rumores estavam errados, não era amor. Irmandade, isso sim.
Ela confessava que havia algo nele que a incentiva a ir contra as ordens. Magnetismo, atracção, leis de física, platonismo, biologia. Yoruichi pensava que havia algo magnético, como ele fosse o íman e ela um objecto atraída até ele. Não queria dizer que ela o amasse. Biologia, irmãos, isso sim.
Ele também a mimava um pouco e ela queria isso. Porque apesar de tudo, ela crescera como uma Princesa e era uma. E significava que ela tinha tudo e todos. Mas não quer dizer que o desejava. Porque ele dava-a liberdade. Não quer dizer que ela o amasse.
Quando ele fora capturado e quase levado para julgamento e execução, o magnetismo veio. Não conseguiu ficar quieta e fora ao encontro dele. Libertara-o e fugiram ambos junto com Tessai. Fizera isso, porque não queria que os irmãos morressem. Porque não queria que o génio desaparecesse, porque achara injusto e porque vira uma oportunidade de sair da prisão de ouro e ser livre.
Kisuke atraía, era magnético, cativante, genioso, sarcástico e o seu eterno rival. Ele escolhera ser livre e ela o seguira. Não porque o amava, mas sim porque desejava a liberdade.
Anos mais tarde, quase 11 anos, depois de serem fugido da Soul Society, os pensamentos voltaram a Yoruichi, na sua forma de gato, deitada ao sol numa dia de Verão.
E ela voltara a pensar, desta vez, não era shoujo (2), nem Hime (3), nem mecchen (4). Era uma mulher. E chegara a uma conclusão num dia de Verão com o sol a bater no focinho, longe dos rumores e barulhinhos do Gotei 13. A resposta não era magnetismo, mimos, biologia, atracção, desejo, génio, biologia e irmandade. Porque simplesmente o amava.
Minha primeira fanfic de Bleach.
Notas:
(1)Kodomo: menino
(2)Shoujo: menina
(3)Hime: princesa
(4)Mecchen: garota/rapariga
