''Finnick?" Minha voz estava melhor em minha própria cabeça, mas isso não me preocupa, eu só quero ouvir ele responder, só quero ver seus labios se movendo para dizer o meu nome.
''Sim, Annie, querida?'' Pronto, o mundo parece menos assustador, meus pensamentos parecem um pouco mais claros e de alguma forma bons.
Eu fico em silêncio e ele logo entende o que isso significa, me abraça por tras e sussurra palavras bondosas em meus ouvidos, ele sempre diz as mesmas coisas, as mesmas palavras que eu procuro absorver nem que seja só um pouco dentro de mim, mas quando tudo parece melhorar, eu desabo novamente.
Lágrimas geladas começam a cruzar meu rosto, sou incapaz de faze-las parar, não me preocupo com elas na realidade, já me acostumei em te-las passeando pelo meu rosto toda vez que mais uma crise começa.
Finnick tenta me manter parada, eu continuo a tremer, não me lembro de ter estado assim em um passado próximo. Ele apenas mantem meu corpo junto ao dele, sem dizer mais nenhuma palavra.
Aos poucos eu volto ao normal, meu corpo para de tremer e eu finalmente descanço a cabeça no travesseiro, percebendo aonde estava. O quarto que divido com Finnick no Distrito 13 desde o casamento, agora ele parece mais escuro e assustador do que realmente é, o Distrito 13 me assusta um pouco, mas nada que não há de passar com o tempo.
''Obrigada.'' É tudo que eu consigo dizer, ainda com minha voz trêmula e fraca.
Finnick passa sua mão em meus cabelos, eu fecho os olhos imaginando como seria o futuro, se tudo acabaria ficando bem e nós dois pudessemos finalmente construir nosso felizes para sempre, sei que a ideia parece infantil, mesmo depois de tudo que passei, ainda tenho noção disso. Mas a ideia de estar junto dele até o resto de minha vida me acalma, me traz de volta à sanidade.
''Não tem de que.'' Ele finalmente sussurra de volta, eu pego sua mão e encaixo meus dedos nos dele, pensando em como ele teria conseguido aquelas feridas que agora cicatrizavam-se entre seus dedos.
''Obrigada por estar aqui.'' Eu não consigo me conter e a frase escapa de meus lábios. O medo de Finnick um dia virar as costas e ir embora toma conta de mim na maior parte das minhas crises.
''Aonde mais eu estaria?'' Pela maneira com que ele falou eu percebi que estava sorrindo ''Não se preocupe, estarei sempre aqui.''
Aquelas palavras me fizeram sentir melhor, ainda segurando sua mão eu deixei meu corpo relaxar, sabendo que quando acordasse na manhã seguinte ele estaria lá, que mesmo quando o tempo passasse e eu acordasse mais frágil do que nunca, ele continuaria lá. Meu porto seguro sempre estaria a me esperar.
