Harry Potter & co. não me pertencem.
Um surto que saiu em meia hora.
When the stars don't shine
Cabelos acaju rodopiando junto à saia do vestido florido.
Havia algo nela que o entorpecia, e ele não podia ter evitado. Sabia que não.
O sol do fim de tarde a iluminava como se fosse um anjo dourado, e ela estava tão linda que ele sentiu a boca secar como o deserto. O coração bateu rápido demais quando Lily veio dançando entre as árvores à beira do riacho, ajoelhou na sua frente e tocou seu rosto.
Encostou os dedos nas bochechas na esperança de entender por que a pele queimou naquele eterno instante e nunca mais sentiu nada igual.
Ela sorria docemente e Severus tremia e transpirava, febril sob seu toque. Seus sentidos embaralharam quando ela venceu a distância e o beijou com ternura.
O peito ardeu em brasa e ele se pôs de joelhos, desesperado.
Ela tinha gosto de nuvem, de flores do campo, de sorvete de creme com mel e framboesas silvestres - como se fosse possível sentir um sabor assim. Ele respirava e o cheiro doce de sua
pele e de seus cabelos fazia uma corrente elétrica percorrer o corpo todo. Ele achava que Lily era única no mundo, única para ele, e sempre seria.
Ele tinha razão.
Ela aprofundou o beijo e deitou-se lentamente sobre ele. O choque com seu corpo macio foi demais, demais para Severus. Seu desejo era impossível de passar despercebido, mesmo sob as calças folgadas. Seu corpo inteiro gritava por ela, por senti-la mais perto.
Estava sozinho, sozinho. A dor o consumia como fogo e ele sabia, sentia que acabaria por matá-lo.
A curva dos seios era visível através do decote do vestido, e ele achou que aquela visão o deixaria louco. Mas não podia prever que ela fosse se levantar e deslizar por dentro do tecido leve até que caísse sobre seus pés descalços.
Com o rosto entre as mãos, ele sentiu as lágrimas escorrerem como chuva pela janela; como aquele vestido pelo corpo de Lily.
Ela tirou a camisa dele e sentou em seu colo, cruzando as pernas em suas costas. Pôs-se a beijá-lo com paixão, ao que Severus correspondeu como se precisasse daquilo para viver. Ele corria dedos trêmulos por sua pele macia, e ela suspirava baixinho. Não havia nada, nem ninguém, apenas os dois e aquele momento. Ela o ajudou a se desvencilhar das calças e de tudo o mais no caminho.
- Sev - trovejou em seu ouvido.
- Sim.
- Me ama agora.
Ele nunca teria feito outra coisa.
A lembrança o fez engasgar em seu lamento. Nada mais fazia sentido sem ela.
Ele a penetrou, mesmo entre tantos tremores. Os dois se movimentavam como um, e ela soprava seu nome numa voz que lembrava a brisa suave por entre as árvores no verão. Ele via Lily, sentia Lily, respirava Lily. Foi com a certeza de que a amaria até o fim de seus dias que ele disse seu nome uma última vez.
Uma última vez.
Lily.
