- Angie, não levanta! - sussurrei sério enquanto segurava o braço dela e a puxava de volta pra cadeira do auditório.
- O que aconteceu, Bella? - perguntou enquando voltava a se sentar. - Você tá bem?
- Eu estou, Ang. - respirei fundo. Isso é um assunto delicado a se falar, ainda mais quando acidentes assim acontecem. - Angie, você tá suja.
Ela fez um O com a boca e me olhou desesperada.
- Ai meus Deus, e agora? Será que alguém viu alguma coisa? - indagou enquanto olhava pros lados a fim de notar se alguém percebeu a situação desagradável na qual se encontrara.
- Não, relaxa. Só eu vi. E... - continuei falando enquanto procurava um casaco na minha bolsa. - Aqui. Você pode usar pra ir até o dormitório. Acho que o Sr. Tanner não vai se importar se você sair.
- Ai, Bella. Obrigada! Tõ te devendo uma! - prendeu o casaco na cintura e correu pro dormitório.
Esse tipo de situação era típica em mim. Sempre essas coisas bizarras acontecem... ainda mais quando se tem um fluxo imenso como o meu.
Fiquei divagando quando fui "acordada" pelo o meu celular vibrando. Era uma mensagem do Edward.
Oi amor,
Adorei acordar do seu lado hoje.
Espero que continuemos essa tradição, me deu sorte na prova!
Te amo,
E.
Ri. Típico de Edward me deixar responsável pelas coisas boas que acontecem com ele. Eu que devia muito a ele. Ainda não consigo entender o que ele vê em mim, já tentei falar isso pra ele, mas sempre sou recebida por uma carranca enorme e uma bronca do tamanho do mundo dizendo que eu tenho que me valorizar mais e blablabla. Como se isso fosse uma dúvida só minha.
Metade das meninas da faculdade se perguntam isso. Inclusive, de uma forma que nem ao menos se preocupam com o fato de eu estar ou não ouvindo. Eu tentei ficar com raiva delas, mas não dá. Eu também não entendo.
Eu sou fiquei responsável pela parte do relaxamento.
Você que estudou demais! Como sempre.
B.
Corei quando meu dedo apertou o enviar e eu me toquei o que eu tinha digitado. "fiquei com a parte do relaxamento"? o que eu tinha na cabeça?
Fiquei tenso de repente.
Será que pode ter uma sessão de relaxamento hoje?
E.
Se possível, corei ainda mais. Fitei os lados olhando pra ver se eu estava sendo observada, mas estava tudo sob controle.
Acabei de lembrar que eu tenho plantão hoje.
Droga!
Desculpa. :/
E.
Suspirei quando recebi a última mensagem. Poxa, por mais vergonhoso que tenha sido dizer que eu relaxei ele, eu gostei.
Poxa, depois de um tempo de namoro, isso já se torna rotina, e eu confesso que eu estava adorando tudo isso. No começo, ficava super constrangida de Edward ter que fazer o Ben sair do quarto pra dar uma volta pelo Campus, enquanto nós estávamos lá, no maior amasso.
Flashback on
- Edward, sério. Você tem que parar de expulsar o Ben daqui! Afinal, aqui também é o dormitório dele. – falei enquanto colocava a calcinha e procurava o resto da minha roupa pelo quarto.
- E você quer que eu faça o que? – perguntou com os braços cruzados atrás da nuca.
- Argh! Não sei. Só sei que temos que dar um jeito nisso. – murmurei.
- A gente podia ir pro seu dormitório... – começou com o papo do meu dormitório.
- Não, Edward. A Angie estuda a manhã inteira, e de tarde vai pro estágio ou fica se matando de estudar pras provas, e você ainda quer que eu a expulse de noite? – arqueei a sombrancelha.
- Tá. Eu vou dar um jeito nisso.
Flashback off
Depois que ele conheceu uma pousada bem rústica que ficava a alguns quilômetros do campus, tudo se tornou perfeito.
Ben agradecia todos os dias por ter o dormitório de volta, e Angie, nem sonhava o que acontecia. Tá, ela imaginava, aposto que ela parou de cair há muito tempo no papo de "eu rendo mais estudando de madrugada, Angie. Pode deixar que eu vou pra biblioteca e estudo lá."
O fim da aula não demorou a chegar, reuni o meu material e voltei pra o dormitório, onde encontrei Angela tomada banho e com um sorriso de alívio no rosto.
- Obrigada, Bells. – agradeceu novamente.
- Nada, Ang.. Essas coisas acontecem. – abri a geladeira procurando algo pra beliscar antes do almoço.
O cheiro de queijo me deixou enjoada e só tive tempo de fechar a geladeira e correr pro banheiro antes que eu vomitasse ali mesmo.
- Bells, você tá bem? – Ang perguntou preocupada na porta do banheiro.
- Tô. Mas acho que o queijo da geladeira tá estragado. – respondi limpando a boca. O enjoo foi embora tão rápido quanto veio. Abri a porta e fui pra cama, sendo seguida por ela.
- Acho melhor você não ir pra próxima aula. Eu tô indo na farmácia agora, comprar absorvente porque eu me dei conta que o meu acabou... quer que eu compre algo pra você?
- Ah! Você pode usar o meu, eu ainda tenho uma caixa fechada, Angela. – repreendi.
- Você sabe como eu sou fresca com essas coisas. Eu compro, vou ter que comprar de qualquer forma. Então, vai querer algo?
- Espera, acho que eu vou querer sim. Vou querer um remédio pra enjoo, e... – abri minha bolsinha de remédios pra ver o que faltava e pegar o nome do meu anticoncepcional que eu nunca lembrava. – .Deus.
Certo. Não, eu devo ter feito as contas erradas. Só pode. Eu nunca esquecia disso. Caramba, como assim faltavam 5 comprimidos?
- O que foi, Bells? Que cara é essa? Você tá mal de novo? – soltou as frases uma pro cima da outra. – Eu vou ligar pro Edward.
- NÃO! – respondi rápido. – Eu tô bem, Angie. Nada demais. – dei um sorriso falto e esperei que ela acreditasse.
- Certo... – retrucou desconfiada – ainda vai querer que eu compre algo pra você?
- Não, pode deixar. Eu tô bem. Antes do almoço eu passo na farmácia. – pisquei.
- Então, certo. – deu uma última olhada e saiu.
Corri pra o armário e abri a porta. Fui analisar o calendário da minha última menstruação. Desde quando eu comecei a menstruar e fui pra ginecologista, ela me incentivou a marcar sempre no calendário e eu acabei levando essa mania sempre.
Quando abri me deparei com a única coisa que me faria ter certeza que eu tinha me metido em uma grande enrrascada. Eu estava atrasada. Mais precisamente 12 dias atrasada. .Deus. Isso não pode estar acontecendo...
Sentei na cama e fiquei encarando a porta do armário aberta. Eu não conseguia pensar em mais nada. Eu só estava... assustada. Despertei com o meu celular berrando do meu lado.
- Alô? – atendi mecanicamente.
- Bella? – não respondi. O que eu ia dizer pra ele? Eu não podia falar nada, não até que eu tivesse certeza absoluta sobre eu estar ou não grávida. Optei por desligar o telefone.
Não que eu imaginasse que ele fosse desistir de falar comigo, mas eu não tinha coragem de falar com ele. Meu Deus, não foi só a minha vida que eu estraguei... ele estava quase se formando, eu estava no meio do curso. Como ia ser daqui pra frente? Meu celular não parava de tocar, e eu deixava até cair a ligação. A única coisa que eu posso fazer nesse momento é... chorar.
- Bella? – batidas na minha porta – Isabela, abra essa porta.
Eu não podia abrir e dar de cara com ele.
- Bells? Amor? – senti o desespero na voz dele e as batidas ficarem cada vez mais intensasas.
Depois de um tempo, tudo cessou. Ele deve ter desistido. Ainda bem. Mas o som da chave na porta me fez ficar em alerta. Me encolhi na cama e abracei minhas pernas.
- Bells? O que aconteceu, amor? – senti mãos urgentes tocarem minha testa e colher minha temperatura, enquanto as malditas lágrimas não paravam de cair dos meus olhos. – Você tá se sentindo mal? – segurou firme meu rosto e fitou-me.
- Ed...Edward... Só... só me abraça. – me joguei nos braços dele e o abracei forte.
- Shh.. Vai ficar tudo bem... – sussurrava no meu ouvido enquanto alisava minhas costas e afagava meus cabelos.
- Não... não vai! – me permiti chorar no ombro ainda mais.
- Calma, Bella. O que aconteceu! Respire. Se acalme. – falou enquanto enxugava minhas lágrimas.
- Co...como você abriu a porta? – perguntei entre soluços.
- A chava reserva embaixo do tapete. – respondeu firme. – Agora, vamos... me conte o que houve. – seus dedos ficaram fazendo círculos em minhas mãos pra me passar confiança.
- Eu, eu... eu tô grávida, Edward. – soltei e fechei os olhos. Não queria ver a reação de Edward mas era como se fosse um filme de terror, daqueles que você tem medo do que vai acontecer mas ao mesmo tempo não consegue virar o rosto na hora da pior cena.
Ele ficou calado por horas, ou segundos, não sei. O tempo não parecia correr pra mim.
- Você tem certeza? – indagou rouco.
- Eu to atrasada e esqueci de tomar os últimos comprimidos...
- Como assim esqueceu de tomar os últimos comprimidos? Bella! A gente parou de usar proteção, como... como você pôde... – falou exasperado e levantou passando as mãos rapidamente pelo cabelo. Sinal típico de nervosismo.
- Ed, me desculpe... Eu, eu fui uma idiota... – voltei a soluçar e coloquei as mãos no rosto.
- Desculpa, Bella. Você tá tão assustada quanto eu... mas você não tem certeza né? Acho que a primeira coisa que temos que fazer é ter a certeza. – assenti.
O caminho até o hospital que Edward trabalhava foi seguido do mais puro silêncio. O clima está tão tenso que estava quase palpável. Eu encostei a cabeça no vidro e me permitir pensar no que eu faria daqui pra frente. Edward podia me deixar, e eu tinha que tá preparada para o pior. Por mais assustador e chocante que seja o resultado, eu vou ficar com o bebê, eu só tinha que falar isso pra ele.
- Edward, eu sei que eu não tenho muito direito de exigir nada, mas eu só quero que você saiba que eu, em hipótese alguma, vou tirar esse bebê. – falei firme sem ter coragem de olhar nos seus olhos.
Ele soltou uma das mãos do volante e segurou a minha.
- Bella, fizemos isso juntos e vamos resolver isso juntos.
- Edward, você não precisa fazer nada que você não queira. Isso é um problema meu...
- Isso é um problema nosso, e eu quero. – fitou-me com os seus olhos verdes penetrantes.
- Obrigada. – dei um rápido beijo nos seus lábios antes de entramos no hospital.
- Eu vou pedir pra uma enfermeira colher seu sangue e vou levá-lo eu mesmo pra análise. Emmett está dando plantão agora a tarde e eu não quero que ele desnconfie de nada, até contarmos a todos juntos. – assenti e o vi partir.
A enfermeira veio coletar a minha amostra de sangue e mais uma vez eu tremi e segurei firme na cadeira até as dobras dos meus dedos ficarem brancas de tão tensa que estava.
- Calma, amor, você tem que relaxar... – Edward sussurrou no meu ouvido. O que me fez relaxar imediatamente.
Depois, a enfermeira levou o sangue para análise e Edward a seguiu, não sem antes dizer que tudo ia ficar bem. Foram os 20 minutos mais lentos da minha vida. Em 20 minutos minha vida mudaria definitivamente. Ou não.
- Você abre ou você quer que eu abra? – ele perguntou enquanto estacionava o carro na vaga próxima ao campus.
- Você abre. – respondi rapidamente.
- Ok. – respirou fundo e abriu o envelope, demorou pra processar a informação e eu pude ver raiva, frustração, felicidade passando rapidamente em seus olhos. - Nós vamos ter um bebê. Você tá com 5 semanas.
-x-x-x-x-x-
Oooooiê, pessoal! :]
Eu sou meio noova por aqui – pelo menos como escritora – e bom, tava na hora de compartilhar um pouco das minhas idéias looucas ;pp. Reviews são SEMPRE bem vindos. :] e dicas tbm.. pq eu achei que o fosse super fácil de mexer, mas não é #fikdik
E eu to me MATANDO aqui pra tentar descobrir tuudo.. enfim.. uma loucura!
Esperro que curtaam.. beijosbeijos
Carol Machado
