Era uma pacata vila do interior do país

Era uma pacata vila do interior do país. Uma de suas maiores atrações, a feira municipal, sempre ataria muitos turistas, trazendo dinheiro á cidade. Todos os tipos de pessoas se encontravam lá, desde velhos á crianças que se perderam dos pais. Mas num dia especial, quando foi noticiado que um assassino estava pelas redondezas, a feira estava vazia. Havia poucos que se aventuravam a sair do aconchego de suas casas num dia perigoso como esse. Mas algumas bancas continuavam abertas e alguns turistas ignoraram as advertências. Uma das turistas chamava a atenção: era realmente jovem, estava sozinha, e parecia estrangeira. Mas não era isso que mais impressionava, e sim seus longos cabelos brancos, com uma franja reta perfeita, duas mechas moldurando o rosto e o resto ondulado. Realmente, o que mais chamava a atenção eram seus olhos, vermelhos como rubis. Ela andava graciosamente, perguntando educadamente a utilidade dos produtos á venda. Ela levava uma bolsa ao lado do corpo, que possuía um "x" enorme na frente. Tudo corria calmamente e todos haviam se interessado mais na nova visitante da cidade do que no assassino. Ela era bela e parecia superior, apesar de extremamente gentil e educada. Mas um grito agudo rompeu a felicidade dos habitantes. O assassino começara a agir.

-A-ajudem-me! SOCORRO!

Todos tremiam ao perceber o silêncio que veio em seguida. Todos, menos a visitante. Sua face permanecia tranqüila, relaxada. Em seguida, ela seguiu, lentamente, a direção do grito. Algumas pessoas tentaram para-la, insistiam em chamar a policia, mas ela apenas sorriu tristemente e declarou:

-Apenas eu conseguiria para-lo – e após isso arrancou em uma corrida silenciosa, mas rápida.

"O assassino não era humano" pensava a vítima "Como pode, ele, ter me acertado, mesmo eu estando a metros de distancia?". A vitima, uma garota jovem – mas não uma criança – agonizava, em seus últimos momentos de vida. Ela olhava para o rosto de seu carrasco: era maníaca, e ficava mais sombria ainda com o sangue que, momentos antes, estava correndo em suas veias.

-Então, finalmente conseguiu evoluir para um espírito natural? Bom... Muito bom...

A jovem ficou mais assustada com o que se seguiu: a visitante havia aparecido ali. Ela sabia o nome dela, pois a visitante havia se hospedado em sua pensão há uma semana. Jeanne era seu nome, e não havia sobrenome. E, quando havia limpado seus quarto, achou uma mascara de ferro em cima da mesa de cabeceira.

-Fu... ja...! – foi o pedido final dela, e então o ultimo suspiro de vida esvaiu-se de seu corpo. Tornou-se um ser sem vida.

-Bom... Mais um espírito para alimentá-lo... – o assassino aproximava-se do corpo inerte da moça.

Jeanne foi mais rápida e segurou o braço do homem. Não deixaria que ele destruísse o espírito dela. Ela ainda podia viver.

-Quer ter o mesmo destino que essa aí? Devo lhe dizer que será extremamente fácil...

-Conseguiria, um shaman medíocre como você, vencer uma shaman errante como eu?

O assassino olhou para a garota. Ela, uma shaman? Ótimo. Poderia se divertir um pouco. Ele adoraria roubar o espírito-guardião dela para ele...

-Lutemos. Mas, devo advertir-lhe que nunca poderá recuperá-la... Essa ai já morreu. – disse ele, chutando o cadáver da jovem.

-Eu ressuscitarei. Eu posso fazer isso. – Disse Jeanne, calma – Por isso não toque no corpo. Ele deve estar inteiro.

O assassino não ouviu. Queria atacar. Queria vencer. Queria ser o mais poderoso dos Shamans. Mas seus golpes, que utilizavam uma maça-espada como meio intermediário, nada adiantaram. Ela saiu intacta, sem um arranhão. Lágrimas saiam se seu rosto. Então ele viu. Um Over Soul em proporções arrasadoras, que ele nunca se atreveria a fazer: protegia o corpo inteiro, como uma armadura indestrutível. Agora ele a reconheceu. Iron Maiden Jeanne, A Menina Sagrada. Uma shaman de classe divina, perante seus olhos.

-Não acredito... Vo-você? Quando? Por que não na Dama-de-Ferro?! – ele estava assustado. Nunca poderia vencê-la. Era loucura... Mas, e se ele a distraísse? Já havia vencido shamans poderosos com esse truque. Por que não daria certo agora? – Há... Não importa... Vencerei uma das shamans mais fortes do mundo e me tornarei famoso...

-Que insignificância...

O assassino queimou. Seus gritos de desespero silenciaram quando seu corpo virou cinza. Quando o fogo acabou no ar, o autor disso apareceu. Um jovem de cabelos negros e longos, com uma expressão de superioridade na face. Usava uma roupa diferente, decorada com estrelas.

-Hao... – disse, finalmente Iron Maiden Jeanne.