SER MÃE

Shaka de Virgem se ajeitou, cruzando as pernas e juntando as palmas das mãos. Moksha, com dois anos, estava dormindo, sob a guarda amorosa de Belier, que estava estudando perto do colchonete.

"Paz!" – pensou o cavaleiro de Virgem – "Pelo menos por duas ou três horas. Posso me concentrar em mim mesmo por um tempo..."

Só que os pensamentos de Shaka seguiram uma outra vertente... Vamos acompanhar...

"Moksha... Um filho... Uma célula fértil minha encontrou um estopim de vida do Mú e formaram um outro ser... O milagre da reprodução... A mãe de Afrodite tinha razão. Homens não estão preparados para serem mães. Para um homem, um filho é apenas um sinal da sua passagem na Terra, alguém para carregar seu nome, seus genes, manter o nome, a tradição da família. Pode ser um fardo ou uma alegria, mas sempre será algo meio abstrato... Um homem não tem noção de como é sentir aquele entezinho dentro de si, crescendo, nutri-lo, primeiro por dentro, depois em seus seios, como é ter leite... Por Buda, a sensação do leite descendo, a boca gulosa do bebê sugando com vontade!" – Shaka riu – "A primeira vez que ele realmente olhou pra mim, me reconhecendo, quando ergueu a mão para me tocar, o primeiro sorriso... Primeira vez que sentou sozinho, virou sozinho, engatinhou, andou... Os primeiros dentinhos, que estreou na irmã Elektra" – Shaka riu de novo – "Eu sou um cavaleiro de Atena, pela minha deusa eu já matei muita gente, pela minha honra faço qualquer coisa, mas nada se compara ao que eu faria se alguém ameaçasse meu filho. Eu rio com a sua alegria, choro com a sua tristeza, sinto a sua frustração. Eu estou nele, ele faz parte de mim... Nunca, mesmo com o Mú, eu saberia o que é amar alguém tão completamente se eu não tivesse tido o Moksha... Oh, deuses, muito obrigado! Agora com certeza, eu sou o homem mais perto de Deus... Porque partilhei do seu dom de criação."

Shaka continuou com esses pensamentos amorosos atrapalhando sua meditação, mas aquecendo seu cosmos, até que sentiu que tentavam abrir a parte de cima da sua túnica. Com os olhos fechados e seus sentidos mais aguçados, seu olfato percebeu um cheiro de framboesa, confirmado pelas mãozinhas meladas que tocaram no seu peito nu, uma boquinha mais melada ainda que beijou seu queixo e se sentou sem cerimônias nas suas pernas, enlaçando sua cintura com as perninhas, encostando a cabeça no seu peito. Shaka ouviu Belier tentando chamar Moksha de volta, tentando atraí-lo com mais balas, e fez um gesto pra que ela o deixasse. Ao ouvir os passos da ariana se afastando e ao ter certeza de que ela já tinha ido, abraçou o menino, apertando-o enquanto se levantava. Mesmo sem precisar, abriu os olhos azuis para vê-lo, erguendo-o. Moksha deu um gritinho de prazer, os mesmos olhos azuis se encontrando com os de Shaka, enfiando os polegares na boca do pai, que chupou o doce com prazer, beijando as pontinhas dos dedos. Mú os encontrou ainda abraçados, a cabecinha roxa de Moksha se misturando com os cabelos loiros de Shaka.

N/A: Bem, era pra ser um mini-fic, já que virou moda por aqui, mas vocês me conhecem, eu não sei falar pouco... ainda mais com esse bebezinho e seus pais, que são o meu segundo favorito casal. Essa foi uma puxação de sardinha para quem é mulher e é mãe. Sorry, men. Mas mulher é um ser poderoso, o real "mais próximo de Deus"... heehehe