Tamahome x Hotohori/ Nakago x Tamahome.
Como o destino faz Tamahome encontrar Nakago e Hotohori. E como suas vidas mudaram de forma avassaladora.
Esta fanfiction contém Lemon, Dark lemon, Violência, sei lá, eu não sei explicar direito.
LEIA (ou não... mas depois não diga que eu não avisei):
A história desta fanfiction se passa em um universo parecido com o de Fushigi Yugi, mas não é o mesmo, tanto que eu tomei a liberdade de fazer o que quiser com ele. Tudo se passa em uma época incerta, em um mundo incerto.
Eu transformei Nakago em imperador de Kuto (o outro era horrível, mesmo, espero que não se importem). Ele também é o vilão da história (... novidade).
Desculpem-me pelos erros de gramática que encontrarem, eu procuro não cometê-los, mas eles acontecem...
Há umas cenas de lutas, eu não sei se as pessoas gostam... se não gostarem, apenas pulem...
Eu não sei qual é flor preferida do Hotohori, mas eu fiz com que ele gostasse de uma certa espécie porque... porque eu quis assim.
Apesar do nome... a história não se passa no verão... na verdade, não importa a estação em que se passa, pode ser qualquer uma. Também não quer dizer que eu escolhi o título aleatóriamente... afinal, eu passo um bom tempo só pensando no título...
Eu utilizei um vocabulário normal, nas conversas entre imperadores, porque eu não queria correr o risco de usar algo muito rebuscado e errar feio.
Este capítulo contém Lemon (... aliás... todos os capítulos...).
Tempestade de Verão
Capítulo 1
Konan, um Império rico, conhecido pela tradição no comércio, artes e filosofia. Um dos poucos lugares que conseguiu sobreviver por séculos sem guerras, resplandecendo em um pedaço de mundo pacífico. É possível se ouvir diversos idiomas, pois suas cidades atraem gente de todos os lugares, e a maioria das pessoas fala mais de uma língua. Suas ruas são movimentadas, cheias de gente alegre, pessoas trabalhando e crianças correndo com suas brincadeiras. Um rapaz anda como uma sombra no meio da multidão, procurando não chamar muita atenção. Suas roupas são simples, iguais as de qualquer um, até um pouco mais humildes do que as dos outros cidadãos da capital do Império. Mas de alguma forma, ele acaba não passando desapercebido, pois quando ele passa, é como se uma aura atraísse olhares de todos os cantos. Seu nome é Tamahome.
Ele estava andando tranqüilamente, até que alguém o empurrou bruscamente. Ele quis revidar. Como um sujeito saí por aí tratando os outros desse jeito! Mas ele se conteve porque algo chamou sua atenção. Guardas estavam abrindo espaço na multidão para que a comitiva imperial passasse pelo caminho. O imperador estava retornando após uma viagem. Em cima de um trono ricamente ornamentado, um jovem era conduzido. Seu olhar era distante, perdido no horizonte. Suas vestes de tecidos finos e trabalhados de uma forma primorosa já eram uma visão à parte. Mas o que chamava mesmo a atenção, era a beleza daquele homem, que sobrepujava tudo a sua volta.
Tamahome não sabia o que dizer quando viu o imperador daquela região pela primeira vez. Seu olhar foi roubado pela visão a sua frente. Ele pensou – "Se ao menos eu pudesse fazê-lo olhar para mim..." – Não sabendo ao certo por que queria aquilo, ele seguiu a comitiva até onde pôde, até os portões do palácio. Até pesadas portas se fecharem diante dele.
O imperador andava impaciente pelo palácio. Percorreu corredores luxuosos; belos jardins com as mais exóticas e belas plantas de todos os lugares conhecidos; salões suntuosos, com uma decoração de encher os olhos. Mas tudo aquilo não o agradava. Fazia 18 anos que ele percorria os mesmos lugares, saindo apenas para resolver assuntos políticos, mas retornando brevemente. Eram sempre as mesmas coisas, os mesmos jantares, as festas com as mesmas pessoas, nunca havia nada de novo em sua vida.
- Eu quero realizar um torneio – disse o jovem imperador, entusiasmado, mas sem demonstrar suas emoções.
- Mas, Majestade, um torneio de lutas não seria algo um tanto contrário aos ideais de paz deste país? – disse o alto funcionário preocupado.
- Ora, eu não estou falando de barbáries, estou falando de uma competição de habilidades. Eu não quero que haja combates mortais. Eu quero que aconteça uma espécie de exibição artística, pois a luta também é uma arte.
- Como quiser, Majestade. – Não podendo, discordar de uma ordem imperial, o funcionário passou a organizar o acontecimento. Todos ficaram chocados com a vontade do imperador, afinal, o palácio só estava acostumado a festas belas e monótonas.
Pensando no que faria da sua vida naquela cidade desconhecida, Tamahome ficou surpreso ao ver um anúncio pregado em uma parede.
Por todos os cantos do Império se espalhou a notícia de que em breve haveria um torneio de lutas na capital. Os prêmios seriam dois baús, um repleto de ouro e outro coberto por jóias. Todos falavam da competição. Todos queriam participar, mas poucos tinham coragem, pois se sabia que os lutadores mais habilidosos estariam presentes.
A fila para os inscritos era imensa. Mesmo com tantos lutadores fortes, uma multidão de gente que não entendia nada de combate estava ali tentando a sorte. Quando ele passou com facilidade das primeiras seletivas, ele sentiu que estava realmente preparado para a competição.
Tamahome treinara como nunca antes em sua vida nos dois meses até o torneio. Ele era conhecido por sua força em sua cidade natal. Um talento nato. Nunca ninguém conseguiu vencê-lo, mas isso não o acalmava. Ele sabia que haveria gente muito mais forte do que ele já vira. Todos os dias, estava ele a treinar. Às vezes, esquecia-se de comer e se não estivesse satisfeito com os resultados, deixava até de dormir.
Após a primeira fase, que era em uma arena onde 50 lutadores se enfrentavam ao mesmo tempo, até que cinco sobrassem, vinha o combate de um a um. O imperador estaria pessoalmente assistindo a cada luta. Só de pensar que ele estaria observando cada movimento seu, fazia com que Tamahome sentisse uma sensação diferente das que ele sentia, algo espantoso e quente...
O salão era amplo e com suas extremidades decoradas com desenhos em ouro próximo ao teto. Candelabros estavam espalhados por toda a parte e um tecido fino e esvoaçante estava pendurado em alguns cantos. Alguns degraus ligavam o salão a um local reservado para um trono luxuoso. Tudo era impressionante para qualquer um que entrasse ali, mas Tamahome só conseguia prestar atenção em uma coisa...
O imperador estava lá sentado, com lindas vestes vermelhas com os tecidos mais finos. Seu cabelo preso e seu rosto podendo ser contemplado de todos os seus belos ângulos. Seu olhar calmo, ao observar as lutas que se passavam. Tudo era muito diferente do que ele havia visto, mas nada parecia chamar-lhe muito a atenção. Agora, ele via a cena a sua frente de uma maneira geral, sem voltar seu olhar a algum detalhe em especial.
"Por que ele não olha para mim!" – Pensou Tamahome. Ele estava lá na frente dele, por que ele não olhava! Tinha sido assim em todas as lutas que ele teve até aquela hora! O imperador observava a luta, mas não olhava para ele!
- Não sei como deixam uns garotinhos tão jovens entrarem neste torneio – disse um homem alto e corpulento. Ele era careca e tinha uma cabeça grande, com olhos finos e zombeteiros, além de um bigodinho preto e oleoso. Ele tinha o peito descoberto e possuía uma espécie de machado em sua mão.
Tamahome voltou sua atenção para o oponente a sua frente e disse:
- Não sei como deixam uns porcos nojentos entrarem neste torneio, eu pensava que ele era apenas para homens...
- Você se acha muito homem!! Não saiu nem das fraldas!! E onde estão suas armas para me enfrentar!
- Não tenho culpa de que você seja tão velho e que todos em comparação a você sejam tão jovens! E aqui estão minhas armas, se você é cego demais para ver – Tamahome disse isso mostrando seu punhos.
- Hahahahahah, você até que tem senso de humor, garoto, mas venha aqui, agora eu vou ensinar uma lição a você!!
- Venha você, mas é claro, se não estiver cansado demais para correr na sua idade!!
- Ah, você vai ver!!
O homem avançou com toda a sua rapidez empunhando sua arma contra Tamahome. Mas ele não era rápido o bastante, e o jovem pôde escapar com facilidade. O cara grande continuou desferindo seus ataques, mas nenhum conseguiu atingir seu alvo.
- Vai continuar fugindo, seu moleque covarde, por que não me ataca!!
- Tudo bem, foi você que pediu!!
Tamahome atingiu o peito do homem em cheio com seu punho direito. O golpe foi tão rápido que o outro não pôde escapar. Mas, mesmo assim, o oponente não se abalou pelo ataque e deu um sorrisinho sarcástico. Então, uma de suas fortes mãos segurou o braço de Tamahome e o levantou no ar, fazendo-o cair, com toda a força, de costas no chão.
- Hahahahaha, é tão fracote que não consegue nem levantar!!
Aquilo não podia ficar daquele jeito! Ele não podia deixar ser visto pelo imperador daquela maneira. Com muito esforço, se levantou, seus ossos cheios de uma dor latente.
- Ora, ora, o que aconteceu com toda aquela sua confiança, garoto!!
- Você quer ver? Está aqui!!
Tamahome deu um chute tão rápido que o outro homem não conseguiu se esquivar. Mas aquilo não seria suficiente para derrubá-lo. Então, o rapaz desferiu uma seqüência de golpes tão grande, que o grandalhão não agüentou, e caiu.
Após um tempo, o homem se levantou cambaleando.
- Você não é rápido o suficiente para me enfrentar! – disse Tamahome sorrindo.
- Eu posso não ser rápido, MAS EU TENHO ALGO QUE É!!
Tamahome mal teve tempo de se esquivar, quando ele sentiu a carne do seu ombro se abrindo. O machado voou e abriu um corte que espirrou sangue pelo chão. Seu corpo quase caiu para trás com o tranco do golpe. Atordoado, ele não teve tempo de se livrar dos braços que circularam seu pescoço e começaram a estrangulá-lo. Ele tentou se libertar, mas a força em volta dele era muito grande.
Não, eu não posso deixar que ele me veja assim!
Um grito desesperado de dor ecoou pelo salão. Gotas de sangue pingaram no chão.
- SEU DESGRAÇADO!!! COMO PÔDE...
- Ah, mas aquele seu bigodinho era muito feio, eu fiz até o favor de tirá-lo pra você! -Tamahome estava segurando pelos pretos em sua mão direita. – Que nojo, cara, você não lavava eles não?!? – Ele jogou o pedaço de bigode fora e começou a desferir uma seqüência de golpes naquela cabeça grande e desengonçada. Até que lágrimas começaram a escorrer pelas faces do oponente.
A luta estava acabada, mas Tamahome não queria olhar para o imperador, suas roupas estavam todas sujas e seu ombro sangrava. Quando ele conseguisse vencer o torneio, ele levantaria a cabeça e olharia direto naqueles olhos tão intrigantes.
A última luta se aproximava. Embora ele tivesse treinado bastante, ele ainda não acreditava que havia vencido tantos combates. Ele havia se recuperado da luta com aquele grandalhão, mas seu ombro ainda doía, por causa da machadada. Mas, faltava pouco, em breve, ele poderia ter o que queria tanto... os tesouros... não era? Não era pelo dinheiro que ele entrara na competição...?
- Estou muito honrado por lutar com você. – Ele tinha longos cabelos negros e uma máscara branca cobrindo o rosto. Era muito alto e usava roupas pretas. Segurava uma adaga em cada mão pálida. – Eu acompanhei todas as lutas e pude ver, que apesar da pouca idade, é um excelente guerreiro, meus parabéns!
Tamahome não sabia se o homem falava sério, ou estava zombando dele, então, manteve-se calado.
- Ora, não seja tímido, pode começar a me atacar – disse o lutador mascarado.
Tamahome, então, foi para cima do oponente, tentando acertar algum golpe, mas, ao contrário do grandalhão anterior, este adversário era bem mais rápido, talvez mais rápido que ele próprio! Ele estava escapando de todos os ataques com muita facilidade.
O jovem cessou seus movimentos por um instante. Aquilo não estava funcionando. Ele precisaria encontrar outra estratégia...
- Já está cansado? Se quiser, paramos um pouco.
- Que isso, eu não estou nem um pouquinho cansado. Só acho que seria interessante se você atacasse também. – Talvez ele descobrisse algo, algum ponto fraco naquele oponente.
- Como quiser.
Era rápido demais. Ele mal conseguia decifrar os movimentos. A lâmina chegando muito perto, até chegar a rasgar algumas partes da roupa e tingir a superfície da pele com uma linha vermelha. Tamahome tentou atacar, mas isso só fez com que ele fosse mais atingido.
- Vamos, não me decepcione agora.
Os ataques de Tamahome continuaram, mas nenhum, nenhum golpe conseguiu sequer tocar a pele do outro homem. Toda a tentativa de surpreender o adversário com algum movimento saía frustrada. Ele não sabia mais o que fazer, os golpes do inimigo penetravam cada vez mais fundo no seu corpo. Sangue voando com cada corte. Suas pernas já encontravam dificuldade em sustentá-lo. Um forte golpe atingiu seu peito e ele poderia ter caído se braços não estivessem lá para segurá-lo.
- Embora eu goste muito de tê-lo nesta posição, eu não queria vê-lo desse jeito... – disse o homem mascarado próximo ao rosto de Tamahome, que fechou os olhos. O outro se aproximou ainda mais, até que sua máscara saiu voando quando seu rosto recebeu um poderoso soco. Sua face esquerda revelou uma profunda cicatriz.
- Ah, então, é isso que você tava escondendo, essa cicatriz horrorosa!
- Não deboche de mim, isto é uma vergonha, antes meu rosto era tão lindo quanto o seu.
- Isso é jeito de homem falar!! Pois, se depender de mim, você vai receber uma outra já, já.
Tamahome partiu para cima do outro e conseguiu acertar alguns golpes, mas não eram o suficiente para derrotá-lo. Ele passou, então, a só se defender.
- O que está esperando? Está cansado de lutar de novo?!
Mas Tamahome continuou a se defender. Até que, disposto a dar um golpe final, o oponente colocou toda a sua força em um ataque. As lâminas penetraram fundo na carne próxima a cada ombro dele. E quase que o rapaz não pôde respirar. O adversário estava prestes a retirar as adagas, quando Tamahome as manteve no lugar, se afastou e se preparou para um ataque.
- Você é louco?!? Você não pode mais lutar nesse estado!!
- Aí é que você se engana. Quero ver você lutar agora sem seus brinquedinhos!
Tamahome estava certo. Sem aquelas armas, o adversário não era forte o suficiente para derrotá-lo. E após vários chutes, um soco lançou seu oponente fortemente contra um pilar. O corpo caiu no chão.
- Você ainda quer mais? Quer que eu dê aquela cicatriz que eu prometi?
- Tudo bem, acho que dessa vez, você pode ter a sua vitória... – ele disse derrotado.
Tamahome finalmente vencera. Mal podia acreditar que havia conseguido. Só então, ele se atreveu a olhar mais uma vez na direção do imperador. Finalmente aquele olhar era só dele. Alguém estava dizendo alguma coisa, mas ele não sabia o que era, porque logo depois seu corpo caiu desmaiado.
Tamahome passou algum tempo em um quarto aconchegante, em uma cama macia de lençóis brancos. Nos primeiros dias, ele não sabia muito bem o que estava acontecendo, mas depois ele viu que seus ferimentos estavam sendo tratados. Mas enfim, ele pôde se recuperar, recebeu novas roupas e foi levado para um salão ricamente ornamentado. O imperador estava no final dele. Indicaram que ele podia ir até lá, mas suas pernas estavam paradas no lugar. Seu coração batia fortemente em seu peito e ele não conseguia desviar o olhar daquele homem.
- Vamos, pode vir até aqui. – Ele disse abrindo um lindo sorriso.
Tamahome, então, aproximou-se e quando chegou bem perto, pôde ver que a beleza daquele ser era ainda mais estonteante. Ele não sabia se se ajoelhava, ou o quê, mas depois que um cara ficou gesticulando para ele abaixar, ele se ajoelhou.
- Eu nem pude aclamá-lo vitorioso naquele dia, você estava tão ferido... eu fiquei preocupado...
Ele nem podia acreditar, o imperador preocupado com ele, não podia ser sério.
- Eu poderia saber seu nome?
- Tamahome, senhor.
- MAJESTADE!!! – Alguém gritou discretamente.
- Majestade – Tamahome se corrigiu. – E qual o seu nome?
Os altos funcionários do império estavam se perguntando se aquele cara era um idiota.
- Hotohori, mas ninguém me chama pelo nome, porque eu sou o imperador. – ele explicou calmamente.
- Ah, sim, eu entendo... – ele disse meio sem jeito. -... É um lindo nome. – Então, ele disse olhando diretamente nos olhos do imperador. – Vossa Majestade também é lindo.
- Verdade? Todos me dizem isso, sabia. – Hotohori disse sorrindo. – Mas, agora, eu acho que você está querendo receber o seu prêmio, não é?
Tamahome olhou para os baús repletos de riquezas que estavam abertos ao lado do trono. Então, ele olhou para Hotohori e não conseguiu mais desviar o olhar.
- E se eu pedisse outra coisa? – Ele disse em voz baixa.
- Ah, você quer outra coisa? Então, diga o que é – ele falou curioso.
- Ah,...
- Pode falar.
- Não fique com vergonha, pode me dizer! – A curiosidade dele só aumentava.
- O senhor me dá licença?
Ele se levantou e se aproximou de Hotohori. Os guardas já estavam preparados para impedir que ele avançasse mais, mas o imperador pediu para que eles o deixassem. Os dois ficaram mais perto ainda e Tamahome quase encostou sua boca no ouvido do outro, quando proferiu seu desejo.
Hotohori ficou sem palavras, até que ordenou:
- Prendam este homem!!
- Beleza Tamahome, você treina como um doido por dois meses, ganha o torneio, tem a oportunidade de levar um tesouro pra casa e ainda consegue ser preso depois de tudo!!!
Ele foi levado a uma cela da prisão do palácio. Estava acorrentado em uma parede, com os braços estendidos.
Tamahome não acreditava que havia trocado uma oportunidade daquelas, por... por um momento de loucura! Tudo bem que o imperador era bonito e tal... na verdade, mais que bonito... Olhando para ele daquele jeito, com aquele sorriso... Mas nunca que ele aceitaria uma coisa daquelas!! Ele é o imperador de Konan!! Onde ele estava com a cabeça para falar uma coisa daquelas para o imperador!!
Vozes podiam ser escutadas nos corredores da prisão. Mas aquilo estava distante demais para Tamahome. Ele estava tão perdido em seus pensamentos, que se assustou por ver quem estava entrando em sua cela. Ele não podia acreditar no que via a sua frente. O imperador estava lá, vestindo roupas mais simples, mas sem deixarem de serem luxuosas para qualquer cidadão comum. Seus longos cabelos, agora estavam presos apenas por uma fita, caindo sobre seu ombro.
- O que você está fazendo aqui? – O rapaz perguntou surpreso.
- Fique calmo, eu não vim aqui castigá-lo, nem mandá-lo matar. Eu nem queria prendê-lo, mas você precisa entender que ninguém fala aquilo para um imperador. É muito desrespeitoso...
- Eu entendo, aquilo foi uma loucura... – ele falou virando o rosto.
Hotohori o fez olhar para ele outra vez para depois encostar seus lábios nos de Tamahome. Após beijá-lo lentamente, ele diz:
- Estou disposto a dar mais uma chance. – Ele colocou uma mão de cada lado do rosto de Tamahome, encostou seu corpo no dele e aproximou sua boca de um ouvido esquerdo. – Você quer os tesouros ou prefere o que havia desejado antes?
O quarto era imenso. Possuía tantos ornamentos, que Tamahome ficou um bom tempo só olhando para os vários detalhes.
- Tamahome, o que está fazendo? Venha aqui. - A voz ecoou de algum canto.
Mas o aposento era composto por vários cômodos, mais parecia uma casa que um quarto... E pensar que tudo o que Tamahome precisava para dormir era um colchão... ou menos... Ele ficou um bom tempo perdido, após escutar a voz do imperador... o lugar era tão grande que ele não sabia de onde ela vinha. Após alguns minutos, ele finalmente encontrou Hotohori.
- Finalmente! Quase achei que você havia desistido... Agora, tire a roupa.
O que ele podia fazer... eram ordens do imperador...
Hotohori observou atentamente Tamahome se despir, seu olhar percorrendo todo o novo pedaço do corpo que era revelado. O jovem guerreiro terminou sua tarefa e olhou para o imperador. Ele não sentia vergonha, mas aquele olhar o deixava um pouco nervoso, com um súbito calor percorrendo suas veias. Deu-lhe vontade de estar mais perto do outro e ele encurtou a distância entre eles. Quando os dois estavam quase se tocando, Hotohori afastou o outro rapaz, que lançou um olhar confuso e perdido por causa da ação. Afinal, não queria ele...
- Vá tomar um banho, você esteve naquela prisão imunda... não quero nem lembrar daquele lugar...
- Mas foi você que me botou lá!!!
- Mas foi culpa sua!!!
Não podendo discutir com o imperador, ele foi obrigado a obedecer à ordem.
Lá estava Tamahome no seu cruel destino... Cercado por água quente que exalava uma fragrância exótica e sendo banhado por mãos que percorriam todo o seu corpo.
- Você está gostando? – perguntou Hotohori ao passar sua mão esquerda sobre um mamilo e a mão direita na parte interna de uma coxa.
- Ahhh... – O pobre rapaz nem conseguiu falar, tamanha era a tortura...
- Que falta de educação, deixar de me responder! Se eu... fizer isso será que você responde – ele disse ao envolver o órgão enrijecido com seus longos dedos.
Tamahome soltou um alto gemido, seguido de mais sons de prazer, enquanto Hotohori deslizava sua mão ritmicamente. A outra mão brincava de passear pelo seu tórax e abdômen, às vezes, um polegar encontrava abrigo em seu umbigo. Seu pescoço e ombros recebiam leves mordidas. Sua respiração tornava-se cada vez mais e mais difícil, com o ar fazendo uma grande pressão em seus pulmões. Mesmo assim, ele queria mais. Colocou suas mãos em cima das de Hotohori e começou a guiá-las. O jovem imperador cessou seus movimentos.
-... Por que... você... parou?
- Quem é que manda aqui?
Tamahome se levantou e saiu da banheira. - Eu vou mostrar quem manda aqui. – Ele jogou seu corpo contra o de Hotohori, derrubando-o consigo. O imperador olhou perplexo por tamanha audácia. E recebeu um sorriso cheio de malícia em troca. A fita que prendia seus cabelos foi solta e ele sentiu mãos molhadas tentando tirar suas roupas.
- Por que diabos você usa tanta roupa?!?
Foi a vez de Hotohori sorrir. – Impaciente?? Você não sabia que a paciência é uma virtude?
- Para mim, quem espera fica cansado.
- E você vai se cansar de mim só por isso??
- Não, eu vou ficar cansado depois de tanta coisa que eu vou fazer com você!!
- Como o que, por exemplo? – Hotohori falou abrindo suas roupas com facilidade, mostrando seu corpo perfeito. Tamahome não conseguia desviar seus olhos. Ele nunca havia visto um homem tão lindo em sua vida. No fundo, ele sabia porque não podia tirar aquela pessoa do pensamento, desde a primeira vez que o viu. Mas naquela época, o imperador estava tão distante, inalcançável... mesmo assim... ele queria um dia poder, pelo menos, fazê-lo olhar para ele uma vez, pelo menos... E agora ele estava a sua frente, lançando um olhar tão indescritível que ele não conseguia explicar. Era mais que desejo, era algo irresistível, que ardia como um fogo intenso. Tamahome o beijou desesperadamente, tomando os lábios do outro para si. Depois sua boca percorreu todo aquele corpo, como se quisesse devorá-lo. Suas mãos segurando com força a pele alva, deixando marcas vermelhas pela pressão.
Hotohori gemia como nunca, perdendo o controle há muito tempo. Quando ele sentiu seu membro ser coberto por uma boca úmida, ele achou que não agüentaria por muito tempo. Aqueles lábios quentes estavam deslizando languidamente para cima e para baixo. Ele estava se perdendo naquela sensação até que Tamahome parou por um instante. O imperador lançou-lhe um olhar interrogativo.
- Viu como me fez sentir?
- Você vai me castigar?
- Talvez, mas se você for bonzinho, quem sabe até eu lhe dê algo em troca.
E dizendo isso, ele abaixou sua cabeça outra vez, passando sua língua pela glande, circulando vagarosamente. Hotohori empurrou seus quadris para cima, mas Tamahome o segurou.
- Quem é impaciente aqui??
Hotohori deu um suspiro de frustração e virou sua cabeça para o lado. Sentia-se tão exposto daquele jeito... Ele queria poder ter o controle do que estava sentindo, mas parecia que ele não tinha poder sobre a situação. Sentia-se tão envergonhado...
- Olha pra mim. – Tamahome fez com que sua mão virasse o rosto em sua direção. – Eu quero que você olhe para mim, eu preciso que você olhe para mim...
Ele manteve seu olhar fixo no do imperador enquanto sua boca sugava fervorosamente todo o membro dele. Tamahome ouviu um alto gemido quando um dos seus dedos foi introduzido, para depois ser acompanhado por um segundo. Hotohori começou a se contorcer ao sentir tantas coisas ao mesmo tempo. O jovem guerreiro precisou se esforçar bastante para poder segurar o corpo abaixo do seu. Se o imperador parecia bem empolgado naquele momento, como seria quando...
Tamahome levantou um pouco e recebeu uma visão e tanto daquele corpo maravilhoso se movendo no chão claro, os cabelos escuros soltos formando desenhos na superfície límpida e alguns fios presos no suor daquela pele alva e macia, a boca entreaberta, o tórax subindo e descendo com a respiração acelerada.
Não podendo agüentar mais, ele retirou seus dedos e colocou suas mãos nas pernas de Hotohori, tentando afastá-las mais. O imperador olhou um pouco espantado.
- Alguma coisa errada? – Tamahome perguntou preocupado. Esperando que pudessem continuar.
-... Nós ainda estamos no chão...
Tamahome suspirou aliviado. Tinha medo de que Hotohori houvesse desistido da idéia e quisesse parar tudo.
- E você acha que eu agüento até sua cama? Seu quarto é tão grande que deve ser a quilômetros de distância daqui!!
- Tudo bem, mas não seja exagerado! Chega aqui mais perto...
Tamahome resolveu obedecer e foi recebido por um beijo envolvente. Seu corpo foi envolvido pelos afagos que ganhava do imperador, que fazia suas mãos explorarem por tudo o que encontrava pela frente. Ele quase gritou de prazer quando seu membro enrijecido foi tocado por aquela mão quente. Mesmo querendo que Hotohori continuasse, com muito esforço, ele conseguiu se separar daquela tentação, ganhando um olhar interrogativo. Tamahome rapidamente se posicionou e começou a entrar devagar no corpo do imperador, que gemeu alto.
No início Hotohori quis que tudo parasse, mas se segurou para agüentar firme. Não sabia porque confiava tanto naquele homem, eles mal haviam se conhecido... Mas ele não conseguia controlar o que sentia. Desde que recebeu aquela proposta, seu coração se acelerava só de pensar no outro. Talvez, ele se sentisse atraído até antes, quando assistia as lutas e recebia aquele forte olhar...
Ele olhou atentamente para Tamahome e viu uma expressão de puro prazer vinda daquele rosto lindo. Seu corpo sendo segurado firmemente por fortes mãos. Naquele momento, ele sentiu vontade de fazer de tudo para agradar o outro, para manter aquela expressão única.
Todo o membro estava dentro de Hotohori, que embora tentasse se controlar, se contorcia pela dor. Tamahome queria fazer algo para amenizar aquilo, mas ele mal conseguia controlar a si próprio. Ele tentou parar por um momento, para que seu amante pudesse se acostumar com a sensação, mas a vontade de continuar era maior. Com suas mãos segurando fortemente a parte inferior das coxas do imperador, ele retirou quase todo o seu pênis, apenas deixando a ponta dentro do corpo do outro, para entrar todo outra vez, arrancando um grito de seu companheiro. Mesmo consternado por não poder aliviar aquela dor, ele continuou seu movimento, entrando e saindo cada vez mais rápido.
Quando ele estava quase chegando ao clímax, ele mandou Hotohori se masturbar. Tamahome viu o rosto a sua frente dar uma expressão de prazer quando uma mão branca envolveu o membro ereto. Os dedos subiam e desciam no mesmo ritmo em que os corpos se moviam.
O jovem imperador estava sendo arrastado pelo chão liso com a força da penetração. Mas ele nem se deu conta, tão perdido que estava em todas aquelas sensações. Seu corpo ardia como se ele tivesse febre e seu coração batia tão rápido que ele achou que seu peito explodiria. Logo após um tempo, ele esqueceu da dor e mergulhou em uma sensação de prazer indescritível e seu sêmen se espalhou pelo seu abdômen.
Tamahome queria continuar naquilo para sempre, mas seu corpo não agüentou e ele preencheu Hotohori com sua essência. Ele quase desabou em cima do outro, fazendo um esforço enorme para se sustentar. Embora se sentisse satisfeito, ele se sentia frustrado por ter tão pouco controle de si. Ele queria ter proporcionado mais prazer para o seu lindo imperador, que estava agora silencioso, com seus olhos fechados.
- Você está bem? – perguntou Tamahome preocupado.
-...Estou. – ele respondeu depois de um longo momento, após se lembrar como falar.
- Você está bem mesmo? Eu acho que eu peguei um pouco pesado com você.
Hotohori olhou bem nos olhos do Tamahome e respondeu:
- Não precisa se desculpar... afinal, você vai me pagar...
Os dois estavam descansando em cima de lençóis brancos que cobriam a enorme cama do imperador.
- Tem certeza que eu não machuquei você? – perguntou Tamahome, ainda preocupado, olhando para o corpo de Hotohori que estava deitado de bruços.
- Eu já disse para não se preocupar... – ele disse languidamente.
- Mas é que parecia que...
- Não me subestime, eu não sou tão frágil como você pensa... Mas, é verdade, você é um pouco bruto, minhas costas estão doendo até agora...
Tamahome aproximou seu corpo mais para perto do outro. – Ah é? Vem cá, então, que eu faço você esquecer essa dor.
Ele começou a passar as mãos dele pelas costas do imperador, acariciando a pele e beijando os ombros. Hotohori deu um suspiro de aprovação. Tamahome deslizava sua mão de cima a baixo, massageando toda extensão. Então, ele começou a afagar aquelas pernas compridas, as coxas que ainda tinham marcas dos seus dedos e apertar as nádegas com força. Seus dedos começaram a traçar aquela fenda até...
- O que você está fazendo?? – perguntou Hotohori.
- Ah, você sabe muito bem o que eu estou fazendo...
De repente, Hotohori se levantou de sua posição e segurou as mãos de Tamahome, que olhou curioso.
- Então, você se esqueceu da sua promessa?
- Que promessa? – Tamahome estava confuso.
- De que você me presentearia com alguma coisa...
Tamahome pensou por um instante... – Ah! Aquilo...
- Agora está lembrado? ... Mas, então... Você é um homem de palavra ou só promete e não cumpre?
- É lógico que eu tenho palavra! É lógico que eu cumpro o que prometo! Pode dizer o que você quer.
- Você quer saber o que eu quero? – perguntou Hotohori ao se aproximar do rosto de Tamahome e suspirar em seu ouvido. – Eu quero você. – O imperador, então, deitou- se por cima do corpo do outro e segurou os braços em suas mãos por cima da cabeça de seu amante. Depois começou a beijar o rosto, o pescoço e foi descendo pelo corpo de Tamahome, que gemia e se movia excitado, suas pernas se enroscando no tronco do outro. Ele nem percebera que uma das mãos que o segurava o soltara e fez com que longos dedos o penetrassem, causando-lhe um gemido. Seu pescoço estava recebendo leves mordidas e seu corpo se movia com o ritmo que Hotohori estava aplicando.
De repente, os dedos foram retirados e substituídos pelo membro rijo do jovem imperador. Ambos queriam gritar extasiados e à medida que a velocidade aumentava, eles já não se importavam mais se todos do palácio pudessem ouvi-los. Tamahome levou uma de suas mãos entre suas pernas e soltou um resmungo quando foi impedido por Hotohori que o segurou firmemente, prendendo-o na posição inicial.
- Você precisa aprender a me obedecer mais... – e olhando fixamente para os olhos de Tamahome – Acho que preciso ensinar uma lição a você...
Ele retirou todo o seu membro de dentro do corpo do outro e o penetrou de uma vez só, arrancando mais um grito do seu amante. Hotohori começou a entrar cada vez com mais força e tudo o que Tamahome podia fazer era aceitar seu destino... As fortes estruturas da cama luxuosa começaram a ranger de tanto que eles se mexiam. O movimento do imperador fazia seu corpo roçar o pênis do outro que gemia de prazer. Eles continuaram por um bom tempo, até que não puderam mais agüentar e terminaram exaustos, um deitado em cima do outro.
Tamahome, percebendo que suas mãos estavam livres, colocou seus braços em volta das costas de outro, abraçando-o fortemente. Eles continuaram daquele jeito até que suas respirações se acalmaram. Hotohori olhou profundamente nos olhos de Tamahome e afastou alguns fios de cabelo que cobriam seu rosto. Sua boca encontrou a outra e eles se beijaram longamente, perdidos por um bom tempo. O imperador deitou sua cabeça no peito do outro e seus olhos começaram a se fechar.
- Espera aí, o que você pensa que está fazendo?
Hotohori só o olhou curioso, sem dar uma resposta.
- Você pensa que eu acabei o que tinha que fazer com você?
Hotohori levantou-se um pouco e olhando para o outro, sorriu. – É? E o que você pretende fazer comigo?
Tamahome começou a passar as mãos pelas costas e pelos cabelos compridos de seu amante e levantou-se para dar um beijo apaixonado nele. Ele agarrou as coxas de Hotohori e fez com que elas ficassem uma de cada lado do corpo dele. O jovem imperador colocou seus braços em volta do pescoço do rapaz e começou a esfregar seu corpo no do outro. O movimento fazia com que o membro de Tamahome fosse constantemente friccionado, fazendo-o gemer sem parar. Ele, então, posicionou sua ereção na entrada de Hotohori e este foi se abaixando devagar, sentindo-se cada vez mais preenchido. Tamahome estava ansioso para ficar inteiro dentro daquele corpo maravilhoso, mas se conteve, esperando que o imperador fizesse como desejasse. Hotohori sentia seus músculos se contraindo com a penetração, mas ele se forçou a continuar. Logo, eles estavam perdidos na sensação de prazer mais uma vez, quando seus corpos começaram a se movimentar ritmicamente.
Tamahome prestava atenção na expressão de êxtase no rosto do outro, tão lindo, seu corpo se movendo sobre o seu, envolvendo seu órgão firmemente. Uma de suas mãos estava agarrada ao quadril de Hotohori e a outra esfregava o membro rijo. O imperador subia e descia com sua cabeça jogada para trás, segurando-se nos ombros do outro. Tamahome colocou dois de seus dedos na boca do seu amante e este os lambeu e o sugou devagar, causando um gemido vindo do outro.
Tamahome gravou aquele momento em sua memória e queria que tudo durasse para sempre. Ele desejou profundamente que o mundo desaparecesse e só restassem os dois, juntos. Era o que mais queria na vida. Sua boca alcançou a outra entreaberta e eles se beijaram pelo máximo de tempo que puderam, até que suas respirações ficaram difíceis demais para se agüentar e eles foram tomados por um momento de prazer intenso, que trouxe alívio e pôs um fim ao momento tão intimo.
Hotohori abraçou Tamahome fortemente e este o abraçou de volta, beijando seu pescoço.
- Você é lindo, sabia? – Tamahome disse ao ficar um bom tempo só admirando o jovem a sua frente, memorizando cada detalhe, cada curva.
- Eu sei.
-...Você é tão modesto...
É lógico que ele devia saber que era deslumbrante. Todos deviam elogiá-lo toda hora... Todos deviam querer agradá-lo e... desejá-lo... Tamahome queria tirar aqueles pensamentos da mente. Só de pensar em ver seu querido imperador com outra pessoa, fazia com que seu sangue fervesse.
- Que olhar é esse? Parece que você quer matar alguém...
- É que...
- É quê?
- Que eu quero ter você só pra mim...
Hotohori beijou-lhe a face. – Que possessivo você é...
- É sério, eu...eu não sei o que estou sentindo...
O imperador colocou um dedo na boca de Tamahome, silenciando-o. – Não precisa dizer o que está sentindo, apenas me mostre.
Hotohori recebeu um beijo fervoroso, que quase lhe tirou o ar. Ele foi jogado na cama, perdendo-se outra vez nas sensações que o outro lhe causava.
Já era quase de tarde quando os dois acordaram. Hotohori levantou-se apressadamente ao se lembrar que tinha um compromisso naquele dia.
- Fica aqui mais um pouco... – disse Tamahome ao puxar o braço do seu amante.
- Bem que eu queria, mas eu não posso, eu preciso me arrumar para uma reunião importante.
Tamahome resmungou um pouco, mas deixou Hotohori ir se aprontar. Seu olhar acompanhando todos os movimentos do outro, até que uma de suas sobrancelhas se ergueu com uma cena curiosa. O imperador estava regando flores que estavam espalhadas por todos os cantos do quarto.
-Quer dizer que você prefere ficar com umas plantas a ficar comigo! – ele disse indignado.
Hotohori sorriu. – Ah, mas eu preciso regá-las, senão elas podem morrer.
- E eu!! Eu também posso morrer se não tiver você!!
- Exagerado! Venha aqui me ajudar, já que está reclamando tanto.
Tamahome levantou-se e abraçou-o por trás. Ele viu que, apesar de terem vários vasos pelo cômodo, havia só uma espécie de flor.
- Parece que você gosta bastante de lírios...
- É, eu tenho uma variedade enorme de espécies exóticas nos meus jardins, mas eu não sei porque eu gosto mais desta. Eles são tão simples... mas tão belos. Eu gosto dos lírios brancos, eles significam pureza e inocência.
- Eu vi como você é inocente ontem à noite...
- Você, por acaso, está reclamando?
- Pelo contrário! Eu gosto muito de você desse jeito...
- Então, fique esperando aqui que logo mais eu voltarei e...
- Ah, mas e se você demorar! Eu quero ficar junto de você!!
- Mas vão ser uns assuntos de governo, meio chato...
Tamahome não sabia o que dizer, só de pensar em ficar longe de Hotohori lhe dava um aperto no peito...
Hotohori viu o olhar cabisbaixo... – Tudo bem, se você quiser, pode ficar assistindo, mas depois, não diga que eu não avisei...
Tamahome estava acompanhando Hotohori pelos corredores do palácio com uma roupa nova. Ela era vermelha e se ajustava bem em seu corpo, revelando partes do seu pescoço e seu tórax. O tecido era tão macio, que sua pele até estranhou. Ele nunca havia vestido algo tão caro em toda a sua vida. O imperador estava de vermelho também, mas com uma roupa ainda mais luxuosa do que dos outros dias.
Os empregados estavam muito apressados, correndo de um lado para o outro, e uma multidão de ministros bem vestidos estava reunida na grande sala. Parecia que o compromisso seria com alguém importante. Mas, ao entrar no cômodo, Tamahome não viu nada disso.
Quem estava visitando a capital de Konan para um encontro político era um outro imperador. Seu nome era Nakago e ele vinha das terras de Kuto. A reunião durou algumas horas, que foram das mais longas da vida de Tamahome... Ele conhecia aquele homem...
Ao final, o imperador de Kuto pediu para ter uma conversa em particular com o imperador de Konan, que não negou o estranho pedido. Antes de entrarem em uma sala reservada, Nakago olhou fixamente para Tamahome.
Continua...
