Uma semana depois do capítulo 45 de "Proibido Amar".
De um dia para o outro, Padfoot não saía mais de casa.
Ficar trancado dentro de casa, sem poder brincar ou uivar, era uma tortura.
— Agora não, Padfoot! — foi o que escutou de um James irritado.
Perguntou a si mesmo se estava irritado por sua causa, se a culpa era sua.
— Agora não, Padfoot! — disse um Sirius deprimido.
Não era possível que ele estivesse chateado por sua culpa. Era? Então por que o seu humano estava daquele jeito? Talvez porque Marlene, a amiga do apartamento ao lado, tinha parado de aparecer. Padfoot também estava triste por isso, sentia falta daquela a quem tinha se acostumado em ter dentro do apartamento.
— Agora não, Padfoot! — Remus estava apenas ocupado, lendo um livro.
Tonks, contudo, largou o seu violão, acariciando e dando um pouco de atenção ao filhote, que aceitou de bom grado, empolgando-se de repente.
— Eu acho que vou levá-lo para sair — ela disse.
Padfoot balançou o rabo mais rápido, ao escutar a proposta.
— Ei! Ei! Ei! — Remus largou o livro, agitado — Espere! Você precisa levá-lo escondido.
— Como assim? — perguntou Tonks, franzindo o cenho.
— É proibido cães no prédio.
Padfoot deu um latido, o que fez com que os outros dois paralisassem.
— Eu vou pegar a caixa de madeira — disse Remus, levantando-se.
Tonks assentiu, ainda abismada pela potência de latido do filhote.
Contudo, a decisão de deixar a guia nas mãos de Tonks não foi das melhores, já que, com um puxão, Padfoot conseguiu soltar-se com facilidade.
Fazia muito desde que o filhote não saía de casa, e ele seguiu para o parque que tinha perto de onde morava, aquele era o seu lugar favorito. Não era a primeira vez que escapulia para aquele lugar, sendo seguido pelos donos esbaforidos.
Era uma brincadeira bem divertida, mas naquele dia os seus donos demoraram a aparecer, e ele começou a sentir saudades, o que não significava que ele não fugiria de novo.
Aproximou-se de uma jovem loira, sentada em um dos bancos, ela tinha os olhos fixos em um livro, e ele deitou-se aos seus pés, sentindo mais segurança ao fazer isso.
— Perdido? — ela perguntou, ao notar a sua presença ali.
Padfoot choramingou, e a moça aproximou-se para ver o nome que estava escrito em sua coleira.
— Que nome gozado — ela disse, rindo levemente.
Em resposta, o cachorro lambeu-a no rosto.
— Seus donos devem estar procurando por você — ela disse, pegando-o no colo, e colocando o livro dentro de sua bolsa — Você é uma gracinha, sabia?
Padfoot estava mais tranquilo, sabendo que aquela mulher, fosse quem fosse, iria levá-lo de volta para casa.
Foi apenas quando a noite caiu que ele sentiu o cheiro familiar de Tonks.
Quando voltou para casa, ele apenas partiu em direção à vasilha de água, bebendo cada gota que tinha no pote, antes de ir para a sua cama. Tinha sido um dia bem cansativo.
A sua vida de cachorro não era tão fácil quanto parecia.
