• Feridas, marcas, lembranças •
É tudo a mesma coisa
Alfred o incomodava em muitas coisas, porém feria-o com mentiras e promessas e ideais que eram não apenas americanos como também eram jogados ao vento. Na verdade, Ivan sabia que tudo que Alfred tentava – em vão – gravar em sua cabeça, pele, coração eram sussurros na cama. Porém, ah, como Ivan adorava o modo como Alfred mentia! Como eram boas as noites e madrugadas e negócios a tratar! Como era quente e... como Alfred diria? Ah, claro... libertador!
E Alfred fizera questão de marcar cada pedaço do corpo de Ivan com feridas que eram juras de amor, porém adorara esquentar sua cama no inverno, não é? Toda aquela guerra era um inverno, na verdade. E toda a população mundial fizera questão de lembrar que inverno rima com inferno. Da mesma forma que Ivan lembrava-se dos beijos, das mordidas, dos risos cínicos, do ácido da competição, do veneno das palavras, da obsessão, do amor... ah! Do amor!
Então, Alfred o incomodava com mentiras e um jeito orgulhoso. Com provocações e sorrisos debochados. Com um jogo de xadrez onde o tabuleiro era todo um mundo e o xeque-mate era uma grande explosão. Suas cicatrizes o fizeram lembrar que ambos achavam toda aquela situação de ódio e desconfiança muito, muito excitante. Suas lembranças o fizeram pensar que infelizmente o capitalismo não preenchia o vazio em seu coração [ou será cama?] e muito menos o deixava ser Ivan. Não. Aparentemente, o capitalismo só preenchia os bolsos do Alfred.
E agora via que ainda o amava, mesmo que me modo frio, de um jeito superficial, amava-o mentindo e amava-o com todas as farsas, guerras, disputas, amava-o sem amar de verdade, como gostava obsessivamente de cada cicatriz, cada ferida em seu corpo e gostava mais ainda dos machucados em Alfred, porque o orgulho ainda era maior que qualquer vontade de amar [e derrotar] uma nação metida, mentirosa, sem escrúpulos. Não que alguma vez ele tivesse sido ético. Ah, como era ridiculamente bizarra a história marcada a ferro em sua pele e ah, como ele e Alfred a amavam tanto quanto gostavam de sentar e recordar da melhor forma possível.
Remarcando-as. Abrindo-as. Fechando-as.
É tudo a mesma coisa, afinal.
Nota da Autora:
Resolvi dar uma trégua com minha guerra contra o Fanfiction, quero dizer, eu queria deletar todas as minhas fanfics e recomeçar do zero. Tudo por causa da formatação dessa porrra. E admito que só não o fiz por pura e mágica hipocrisia humana: Eu não queria perder as reviews. Quê? É tão ruim assim? Aposto uma fanfic que todo mundo aqui adora uma review! Enfim. Uma Cold War só para ajudar com o fandom de Hetalia, limpar as teias de aranha do Fanfiction porque eu sou aracnofóbica e sei lá, porque eu quis. Sem comentários na verdade.
Reviews?
[Qual é, ajudem a alimentar a hipocrisia humana!]
