Imperius


"O horror visível tem menos poder sobre a alma do que o horror imaginado".

William Shakespeare


HARRY SEMPRE TIVERA MEDO DO CONTROLE. Seu tio, Vernon, sempre gostara de estar no controle – ele realmente apreciava. Harry, por outro lado, odiava o fato. O controle nas mãos de seus tios significava, em geral, infelicidade.

Não para os Dursley; mas para o pequeno Harry. E, junto à infelicidade, vinha à dor acompanhada de bom grado pelo sofrimento. O pequeno Harry não queria fazer coisas que somente aberrações faziam – como sua tia Petúnia tão bem frisava. Ele não queria e, ao mesmo, ele queria.

Nesses momentos, onde mágicas aconteciam, Harry conseguia se imaginar no controle de tudo. Ele poderia fazer seu cabelo crescer, coisas encolherem, poderia voar. E seus tios pareciam apavorados pelo mínimo pensamento do fato. Então, Harry sabia que estava no controle.

Mais tarde, anos mais tarde, Harry encontraria outro significado para "controle". Não era infelicidade, não era dor e nem mesmo sofrimento. O controle, porém, também não vinha tingido de alegria e coelhinhos saltitantes. Trazia um gosto amargo à boca... Antecipação? Ou era pena aquilo?

Depois disso, Harry decidiu que seria tolice ter medo do controle. Seus tios não mais o controlavam, bem como não era felicidade pelo poder, ou pena pelos que tinham medo.

E, assim, o pequeno Harry simplesmente expulsou a Maldição Imperius de sua mente.