I Like You

_Eu gosto de você, Cas. – ele diz de uma só vez, tão rápido que quase não se pode entender as palavras.

Os olhos de Castiel continuam fixos no rosto sardento de Dean, admirando as bochechas que ganharam um tom avermelhado e os olhos verdes que encaram o chão. A sobrancelha franzida e a expressão de preocupação desaparecem por completo e ele suspira baixo enquanto um sorriso se forma nos lábios, o loiro que levantara os olhos apenas por um momento não sabe se o sorriso do anjo o deixa aliviado ou deprimido.

Castiel estar sorrindo, só pode significar que ele não entendeu o que quis dizer, o real sentido de sua confissão, o seu segredo tão bem guardado naqueles anos em que passaram juntos como bons amigos.

_Eu também gosto de você, Dean. – ele diz depois de um tempo, o sorriso aumenta e Dean acha que vai ter uma crise nervosa a qualquer instante.

Com toda certeza Castiel não entendeu o que quis dizer.

A vontade de apenas sorrir e dar uns tapinhas amigáveis no ombro do anjo, como fazia sempre, com camaradagem, se intensifica comparado ao medo de ter que explicar aquelas palavras que tão covardemente saíram de seus lábios momentos atrás.

_Não, você não entendeu, Cas. – diz, levantando os olhos mais uma vez para encarar o rosto sorridente do anjo. Deus! Ele jamais vai se comportar normalmente diante daqueles sorrisos. – Eu gosto de você, Castiel. Não como eu gosto do Sammy, ou como amigos, não apenas como amigos. Quero dizer... Que estou apaixonado.

Dean escora-se na estante de livros de Bobby, com medo que seus joelhos falhem e suas pernas nãos suportem seu peso, os olhos voltam a encarar o carpete encardido com interesse, quase com medo de olhar o rosto do anjo quando este finalmente compreender sobre o que ele estava falando. Com medo de ver repulsa ou algo pior... Indiferença. Dean sabe que de uma forma ou de outra, isso vai mata-lo.

_Dean. – a voz dele parece distante demais, e não tira o loiro de seus devaneios.

A respiração está visível já que a força que faz para puxar o ar faz o peito subir e descer num ritmo anormal, o coração descompassado quase machuca seu interior e Dean tenta pensar racionalmente, como tantas vezes fez, como sempre fez. Droga! Não era ele quem sempre se irritava quando Sam começava a querer falar sobre seus sentimentos?! Ele estava, com certeza, muito ferrado.

_Dean. – agora a voz estava mais perto, ele até podia ver os sapatos de Castiel perto dos seus.

Dean sabe que não pode fugir dele, nunca pode, então morde os lábios e o encara, esperando que ele diga todos os insultos que Dean sabe que devem estar na mente angelical dele, assim como 'assbut' e outras coisas que ele nem consegue pensar porque Castiel está perto. Muito perto.

_Eu entendi o que você quis dizer, Dean. – a tranquilidade na voz rouca faz o loiro esquecer como se faz para respirar. – E eu gosto de você também. – e é só então que Dean puxa o ar novamente.

As mãos frias de Castiel tocam o rosto de Dean e o corpo do loiro estremece, e quando a respiração dele toca seus lábios, o único movimento que o caçador pode fazer é abrir os lábios e esperar pelo beijo que ele tanto deseja. Seu sangue corre alucinadamente em suas veias e o fluxo é enlouquecedor.

_Se acalme. – Castiel diz, mas quando Dean pousa a mão no peito coberto pela camisa social branca ele sente um coração tão descompassado quanto o seu.

E finalmente, Castiel lhe beija, seu coração para e Dean sabe já pode morrer agora.


N/a: Depois de séculos, eu sei, mas a fic compensou né? ó.ò hehehe' Beijos, meus lindos.