Título: Meu Comandante...Meu Cavaleiro

Autoras: Arsínoe do Egito e Celly M.

Classificação: M

Pares: Heero Yuy x Duo Maxwell (1x2); Trowa Barton x Quatre Winner (3x4)

Disclaimer: Gundam Wing não nos pertence, infelizmente. Se os meninos da série fossem nossos, com certeza eles brincariam de strip poker ou algo que pedisse menos roupas e defintivamente que os mantivesse com os pés no chão. Make love, not war, babies!

Avisos: sim! Essa fic contém yaoi! Se chegou aqui por engano, dê meia volta, senão o bichinho do yaoi pode te pegar e você pode gostar! . Leiam o aviso no final, sim?

Sumário: Na busca infinita pela liberdade, até onde o amor pode mudar os rumos da História? Uma decisão pode determinar o destino de duas vidas... de uma lenda. Yaoi – 1x2x1; 3x4

Prólogo

Duo POV:

Há tempos atrás existiu uma Legião de cavaleiros que combateu Roma, mas esses homens eram tão magníficos que ganharam o respeito dos romanos. Selaram um pacto que perdura até hoje: os filhos desses nobres cavaleiros e os filhos dos filhos destes, serviriam a Roma pela glória e pela honra.

Nossa, o quê era aquilo? Bobagens. Tudo bem que parecia ser algo importante, mas nem sabia onde ficava Roma e todas aquelas palavras não faziam sentido. Queria mais brincar com meus irmãos e com os outros garotos.

Meu pai havia me puxado pelo braço, quase rasgando o pano da minha manta mais quente, que já estava gasta. Não gostava quando ele fazia aquilo, me sentia...menos amado. Ele nunca havia sido rude com meus irmãos, mas sempre encontrava uma maneira de me lembrar que eu era o mais velho e deveria ter responsabilidades. Mas eu era um menino, dez anos apenas. Será que ele não podia entender?

— Preste a atenção. Você vai ser apresentado aos... –meu pai continuou, mas fomos interrompidos por Thomas, o aldeão que sabia de tudo o que acontecia nas redondezas. Senti um vento frio correr pela minha espinha, eriçando os pêlos do meu braço, fazendo meus olhos quase transbordarem por algum motivo que desconhecia.

Foi então que os vi. O arrepio era aquilo, só podia ser. Os oito homens montados em enormes cavalos negros surgiram em meio às brumas típicas da nossa região. Encolhi-me involuntariamente, meu coração disparando, as pernas bambeando, procurando com os olhos a presença da única pessoa que poderia me ajudar.

— Mãe... –corri a seu encontro e tentei esconder-me atrás dela, porém, meu pai me segurou.

— Chegou a hora. –meu pai informou a um dos homens, que já me observava, como se me analisasse. Nunca gostei daquilo, me sentia envergonhado do que era.

— Vá, meu filho. –ouvi minha mãe dizer, mas meu pai já havia me segurado pelo braço, empurrando-me sem jeito, como se eu fosse mercadoria.

Montei em um dos cavalos da aldeia, o mais bonito de todos e fiquei confuso com tudo aquilo. Não podia, não deveria. Papai nunca me deixaria fazer aquilo. Lembrei então da história que Thomas contara sobre os filhos dos sarmatianos que serviriam aos romanos. Pura bobagem, eu pensei naquela época. Mas era verdade, iam me levar, menino, era o que era. O quê iam fazer comigo? No que poderia ser útil?

— Não tema, eu vou voltar, Íris. –disse, olhando confortante, para minha irmãzinha que, parada ao lado do cavalo, chorava.

Ainda com todas as dúvidas, arranquei um pouco de coragem para falar alguma coisa. Fitei o soldado, mas logo baixei a cabeça, não por respeito, mas por não saber o que poderia me acontecer.

— Por quanto tempo vamos ficar, senhor?

— Quinze anos. –a voz seca foi mais uma coisa que quase me fez desistir. Poderia fugir, mas o quê aconteceria aos meus pais e irmãos? Quinze anos? Estaria com vinte e cinco, se não estivesse morto. Não podia ir, não queria.

Segurei as rédeas do cavalo com força, quase arrebentando-as, não sabendo bem o que fazer, não estava acostumado a montar sozinho. Estávamos partindo quando meu pai segurou-me pelo pé, quase me tirando o equilíbrio. O olhei, encontrando os mesmos olhos que herdara dele. Ele tirou, pacientemente, de seu pescoço o único bem valioso para nossa família e, pela primeira vez, tive vontade de chorar ao sentir a cruz de ouro branco, presa a um rude fio de couro, ser colocada em uma das minhas mãos.

— Maxwell. Duo Maxwell. Esse é e sempre será você.

Sorri, meus olhos derramando uma única lágrima. Era uma surpresa para mim que não era de tristeza, por mais que sair dali estivesse me matando e eu não soubesse qual seria meu futuro. Mas, naquele momento, minha lágrima era de certeza.

Certeza de que era amado.

Durante os três meses de viagem que se seguiram, alimentei-me apenas de pão seco e água e ouvia, sem reclamar ou perguntar, os soldados murmurando, contentes sobre guerras e mortes. Não entendia porque aquilo era divertido, porque matar pessoas era bom. Convenci-me de que não queria ser o tipo que eles eram, não seria assim. E cada vez que eles falavam sobre guerra, eu apertava com mais força a cruz que carregava comigo.

Minha única lembrança de quem era. De quem eu sempre seria.

A Muralha de Adriano não era nada do que havia imaginado depois de todas as conversas que os soldados tiveram durante o caminho. Meus olhos cansados não alcançavam o final dela e tamanha grandeza me intimidou. O portão por onde entramos era de madeira e fechado de metal pontiagudo, o que me dava a impressão de um lugar maléfico. Realmente não sabia o que fazer, por isso, esperei que todos os outros entrassem, para que de repente, pudesse...

O quê? Fugir? Eles me matariam, depois de tudo o que ouvi.

Suspirei, derrotado. Não havia futuro. Simplesmente não havia. Deveria entrar naquela boca desconhecida, cheia de perigos. Segurei minha cruz com mais força, quase marcando-a na palma da minha mão, quando um dos soldados ordenou que entrasse.

Para minha surpresa, não era o único garoto ali. Meu coração disparou ao ver que haviam pelo menos três garotos da minha idade, parecendo tão assustados quanto eu. Eles mal seguravam as espadas em suas mãos e pensei se teria que fazer aquilo. Um menino loiro havia derrubado um cesto com flechas e os soldados riram dele, o garoto se encolheu em um canto, atrás de outro, muito magro, mas com um olhar estranho para sua idade.

— Desça, Maxwell. Está em casa. –o soldado informou. Não, não estou, isso não é casa, pensei, querendo correr, precisando de lembranças, de minha mãe, dos meus irmãos.

Parei ao lado do garoto loiro e este me sorriu, fazendo uma onda de calor aquecer um pouco meu corpo, molhado da chuva fina que começava a cair, e cansado da viagem. Ele me lembrava Ian, meu irmão de nove anos, tinha a mesma inocência no olhar e pensei, por um momento, que poderia fazer dali minha casa.

— Estão aqui e ficarão aqui por quinze anos. Protegerão essa muralha e o Império dos nativos do Norte. –um soldado falava e me desliguei por alguns segundos. Aquilo não importava, como antes. Roma, o que era mesmo? E a Muralha? Nem sabia como chegar ao fim, como era possível alguém proteger aquilo? E quem eram os nativos? Éramos nós? Deveríamos... matar?

Perdido e confuso que estava, deixei meus olhos vagarem pelo resto do lugar. Era grande ali dentro, Thomas gostaria de ter construído algumas das coisas que prendiam os cavalos, tinha certeza. Mas não foram os cavalos nem certamente o que os prendia que me chamou a atenção.

Meu coração disparou de maneira estranha, subindo até minha garganta, quase me impossibilitando de respirar quando um par de olhos azuis me fitou por detrás dos soldados enfileirados. O garoto, um pouco mais velho que eu e que o loiro, me olhava de maneira esquisita, perturbadora. Meu rosto queimou e eu desviei o olhar para perguntar ao menino ao meu lado quem ele era.

Mas quando o mostrei novamente, ele não estava mais ali.

Será que havia sido minha imaginação? E por quê eu senti aquilo? Como se as coisas fizessem sentido?

— Estão prestando a atenção? –o soldado gritou, olhando para mim. Assenti rapidamente, encolhendo-me no canto, a chuva agora molhando meu cabelo curto.

Queria um cobertor. Queria um pouco de comida. Queria saber quem era Olhos Azuis.

— Este é Heero Yuy. Nosso soldado mais bem treinado. Devem obediência a ele, pois ele será nosso futuro comandante.

Olhos Azuis! Heero Yuy, não era isso? Fiquei tão estático que nem prestei muita atenção no que havia sido dito. Ele olhou para todos nós, aproximando-se, por fim.

— Todos podemos morrer. Mas não vamos deixar que nos matem, antes que os matemos. Peguem uma espada e vamos treinar.

Aquela voz firme, fria. E os olhos? Existiria alguém com olhos tão distantes e perturbadores como os dele? E por quê tinha vontade de chorar ao ouvi-lo falar de tudo o que não queria ser?

Heero Yuy.

E foi assim que fomos apresentados ao nosso comandante na Bretanha.

Continua...

N/A: Esse fic foi publicado há algum tempo atrás, mas infelizmente nunca terminado por inteiro. Com a permissão da minha companheira de escrita, estou publicando-o novamente, e dessa vez, até o final. Espero que gostem. Próximo capítulo? Na próxima sexta-feira! Espero que gostem!